Tédio

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Não aprofundes o teu tédio, não te entregues à mágoa vã.

Manuel Bandeira
BANDEIRA, M. A Cinza das Horas, 1917

Nota: Trecho do poema "A Sombra das Araucárias"

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Tinha tanta chuva no céu que parecia um oceano
A chuva caiu na terra e parecia um dilúvio
Tinha tanta gente cheia de pensamentos que parecia um livro
Os pensamentos foram parar em um papel e parece contos urbanos
Tinha tanta gente cheia de amor que parecia um romance
O amor foi dado a quem não merecia e parece ser suicídio
De onde é que tantas coisas se perdem ?
Por onde tantas coisas andam ?
Se minhas perguntas são só minhas;
Porque tantas pessoas às usam ?
Triste tarde de tédio
Tantas tardes frias...

Se não tenho o direito de amar e ser amado que ao menos eu tenha o direito de reclamar da vida.

Inserida por AlecSantore

nas portas da alma sempre a imensidão
nos mares infinitos o preludio do tédio
mesmo mansões de riquezas não tem a interpretação
nem mesmo indignação, apenas os sons
do deserto mero sentimento do apogeu da humanidade.

Poesia...
Fiel companheira das horas de tédio,
Dos momentos insanos, sensatos,
Sentimentais ou profanos,
Das promessas, esperas e enganos...
Guardadora de mil segredos,
Dos desejos, sonhos e medos.
Senhora da minha alegria,
Amante ardorosa, mãe e filha...
Seu dia para mim... São todos os dias!
Festejo-te a cada acordar,
E de inspiração em inspiração,
Dedico-me a ti por inteiro.
Sem pretensões de grandeza,
De fama, sucesso ou riqueza...
Apenas por ser poeta..
Que sente o pulsar das rimas,
Latejando da fronte as mãos...
E que enquanto não junta os versos,
Se sente perdido adverso,
Com os pés fora do chão.
Sonetos, versos, poemas,
Trovas, prosas, teoremas,
Não importa a forma da escrita...
O importante é a mensagem,
De amor, dor, ou alegria...
O importante é o poeta,
Deixar-se embalar na viagem,
Das rimas que vazam da sua alma,
De tudo o que inebria,
Nesta paixão que embriaga,
Que atende por POESIA.

Domingo
O tédio e a diversão múltipla dos domingo amam entrelaçar-se.

( In: O Avesso das Coisas - 6º Edição, 2007.)

“Brisa”

"É a brisa que me distrai,
A solidão que me consola,
O tédio é que me acompanha.
A rotina me destrói...

A vida me decepciona,
Pessoas que vem e vão.
O passado que me prende,
Minha libertação está "lá",

Um lugar que não consigo encontrar,
A solução dos meus problemas,
Onde estás?
Vivo cá, vivo lá,

E continuo sempre aqui,
Aqui na mesma,
Na mesma rotina que me destrói,
Na mesma brisa que me distrai...

Na mesma solidão,
Que é a única que me consola,
No mesmo tédio insuportável,
Esperando sempre a próxima decepção...

Esperando sempre uma solução,
Esperando alguém...
Alguém que me tire daqui,
Que me tire dessa solidão!

Alguém que me liberte,
Alguém que me console,
Alguém que transforme... Minha brisa, em cor.
Alguém que transforme...
Esse meu mundo preto e branco,
Em um belo arco-íris"

Num passado recentíssimo havia apenas dois dias na semana: segunda e quinta-feira.
Para meu tédio e deleite da população, hoje só existem sábados e domingos.

O tédio e apenas um retrato do que realmente é a vida!

Só a arte nos salva do tédio.

Nada vive, que fosse digno de tuas emoções, e a Terra não merece um só suspiro. Dor e tédio é o nosso ser e o mundo é lodo - nada mais. Aquieta-te

O tédio não se discute, busque diversificar a sua rotina diária...

Tédio e Trabalho
A necessidade nos obriga ao trabalho, e com o produto deste a necessidade é satisfeita; o contínuo redespertar das necessidades nos acostuma ao trabalho. Mas nos intervalos em que as necessidades estão satisfeitas e dormem, por assim dizer, somos assaltados pelo tédio. O que é o tédio? É o hábito do trabalho mesmo, que se faz valer como uma necessidade nova e adicional; será tanto mais forte quanto mais estivermos habituados a trabalhar, e talvez quanto mais tivermos sofrido necessidades. Para escapar ao tédio, ou o homem trabalha além da medida de suas necessidades normais ou inventa o jogo, isto é, o trabalho que não deve satisfazer nenhuma outra necessidade a não ser a de trabalho. Quem se fartou do jogo, e não tem novas necessidades que lhe deem motivo para trabalhar, é às vezes tomado pelo desejo de uma terceira condição, que está para o jogo assim como o pairar para o dançar, e o dançar para o caminhar, uma movimentação jubilosa e serena: é a visão da felicidade que têm os artistas e filósofos.

Nao deixe o tédio lhe dominar e a futilidade lhe arranjar o cardápio do jantar!

O homem está fugindo.
Foge dos outros.
Foge do tédio, do perigo, da ansiedade, do vazio,
da fome, da guerra, da privação, da morte...
Mas a fuga principal é aquela com que procura escapar do
encontro consigo mesmo.
Cada um se sente, para si mesmo, a maior ameaça, a
decepção maior.
O homem tem medo de saber o que ele é.
Todas as portas de escape são buscadas, contanto que se
aliene do que é ou supõe ser.

Quarta-feira anunciando nuvens de preguiça pela manhã, ondas de tédio à tarde e trovoadas de desejos à noite.

Deixe-me dizer que amei seus olhos de repente , não sei se por tédio ou porque é impossível evitar
Só sei que acontece
Acontece quando menos se espera

Deixe-me dizer que isso me faz bem , porque me faz esquecer do que faz mau
Deixe-me dizer que é sexta enquanto for a tarde de domingo
Deixe-me ser eu, mergulhada no que sinto


Jaqueline K.

ATÉ O FIM

Nunca toque numa mulher por tédio. Nunca toque uma mulher por tocar. Nunca toque uma mulher para completar uma palavra ou ocupar um silêncio.

Nunca toque para apoiar os medos, cobrir mágoas, equilibrar a nudez.

Nunca toque uma mulher por vingança, por carência, por controle.

Não toque se não pode andar na imaginação, se não tem vontade de segurar sua mão enquanto arde, de emparedar a respiração com os olhos.

Não toque se não está disposto a sofrer, se não está disposto a curar o sofrimento.

Nunca toque uma mulher por imprecisa hospedagem, para breve visita das pálpebras.

Toque se quiser morar, se quiser naufragar pelas janelas, se quiser morrer de ansiedade.

Não toque se não deseja, se não assumiu a ponta dos lábios nos dedos.

Não acorde o corpo de uma mulher se não irá acalmá-lo depois. Não importune a mulher se não sonha em laminar o rosto em sua pele.

Não convoque os seios para despistá-los. Não prenda a cintura se não mergulhará no cheiro.

O toque é uma promessa. Não se esvazie na repetição.

Não toque se resta dúvida, não toque se vem desistindo da relação.

Não toque uma mulher por luxo, para experimentar uma fantasia, para justificar uma ideia.

Não toque uma mulher porque não tem nada a fazer, se pensava em outro lugar.

Não toque uma mulher por vaidade, para testá-la.

Não toque para apenas para se deleitar com o prazer do suspiro, pela glória de vê-la excitada.

Não toque uma mulher à toa, por brincadeira, por maldade.

Não desonre a suavidade com a falta de firmeza.

Não toque se não precisa, se não tem urgência. Até a preguiça tem urgência.

Não toque se não ficará mais tempo, se não pode conversar, se não há como gemer.

Não se sinta melhor do que o tato.

Não se aproxime se não busca deitar. Não deite se não busca acordar. Não mexa se não tem como enlouquecer.

Não finja que não chamou, não minta que não ouviu.

Não simule pergunta para fugir da resposta.

Não menospreze a frustração.

Não cumprimente se não abraçar, não abrace se não roçar.

Não toque numa mulher por obrigação, para mostrar virilidade. Não a incomode com os beijos se não pretender soprar os ouvidos.

Não desperte as contradições, os tremores, se não pretende seguir adiante.

Nunca provoque uma mulher se não vai comê-la.

Escolho os desafios em busca do novo, O tédio é inquietante e por vezes irrita,o cotidiano é doença, cotidiano de estresse é insanidade.

Enquanto a dor me consome, o tédio me sufoca.