Tédio
O que é o tédio, senão o inferno construído com morosidade?
O que é a procrastinação, senão morar no inferno, construído pelo tédio?
Da varanda do pensamento
aprecio as estrelas
e elas entretém o meu tédio
ante a indiferença
a tudo o que é humano,
e tem me tirado do sério,
Bendita seja a minha rebeldia
que faz passar por cima
dos protocolos, cumprimentos
e questionamentos
sem nenhuma resposta;
Reagir tem me deixado feliz
porque do destino
sei que nenhum de nós
freia ou detém a roda:
O mundo já provou para todos
que dá radicais voltas
no próprio eixo,
ao redor da querida Lua
e somos todos satélites,...
No meio deste tumulto preferi
é me perder neste olhar bonito,
pleno de mistério, oriente e infinito
até você vir inteiro como desde
o primeiro momento que te vi,
e inexplicavelmente nos prevejo.
Nas nossas mãos está
a serpente do destino
e o encantamento do amor nos permito,
em silêncio e liberdade interior
a sedução se fará presente e não negará fogo.
Lidando com os mitos
dos amores impossíveis,
Mergulhando no lago
de tédio neste domingo
E tendo as belezas
do Vale Europeu Catarinense
para beijar os meus
olhos enquanto o amor
dos meus sonhos,
Revisito a "La Sarneghera"
em busca do perfeito poema,
Dou graças que moro
em Rodeio no Médio Vale do Itajaí
E agradeço a ancestralidade
por ter chegado até aqui.
Porque o amor tem
o seu próprio tempo,
e o melhor mesmo
é não ter pressa e nem medo
para evitar qualquer contratempo.
Dar um baile no tédio
acredito que existem
dois com o mesmo objetivo,
Só de ler o meu nome
e seguir os meus poéticos
passos tenho colocado
você em estado de festa,
É preciso que dê o passo
mais próximo e colado
porque te quero como namorado.
"O tédio não é apenas fruto de uma mente vazia, é também a ausência do prazer de uma paz não contemplada."
Enquanto no tédio da espera, almeja-se a pressa; no tédio onde nada interessa, despreza-se a pressa.
PEIXES VOADORESSE AFOGANDOS
NO TEDIO
entre tantos robalos e tubarões no mundo
eu escolho amar você um bagre
teratista colecionador de olhos fritos lisos
esfriou meus pés
da cintura pra baixo
morri para ele
cinza nuvem de rancor
em alto mar não é amor
nevou no verão
jamais calcularia tanta frieza
ou destreza na força
de menino que um dia sonhou
tanto ter e tinha tudo que não cabia
uma montanha de prantos
os peixes voaram do aquário do jaguar dourado
o cozinheiro de cookes que um dia matou sua família
de peixes e foi ao teatro
eu não estou falando do Neville
que sentou no poodle
estou contando a história de
um faxineiro
homem viu
Tadinha da Neide
sei o que seios que não seios nem quero saber mas seios
genioso faxineiro fez tudo limpou a casa jogou fora
tudo sem pudor sem se importar se era real
me contou que fez macumba
ai que medo
meu santo é forte meu pai é Xangô
faz me valer com as armas de Jorge
e espada de Iansã
meu Buda Vixnu
e Pai de Santo vão te vencer
seu EXU
pois eu não ando só
e com elas eu fecho o seu ciclo de Rei
rebaixado caro ignóbil perdeu tudo o mar não está pra pássaro
nem o céu para peixe
PEIXES VOADORES AFOGADOS NO TEJO
TÉDIO (soneto)
Sobre minh’alma, no cerrado ao relento
Cai tal folhas ao vento, dum dia outonal
Um silêncio mortal, dum vil argumento
Tão brutal, o aborrecimento, tão fatal!
Oh solidão! Tu que poeta no momento
Abandono, no mundo, a mim desigual
Me dando ao pensamento o lamento
Num letargo sentimento descomunal.
Só, sem sonho, sem um simples olhar
Deixar de sonhar, como então fazê-lo?
Se é um aniquilamento assim estar...
Deixar o enfado num desejo em tê-lo
O que não vejo! Porém, estou a ficar.
Ah! Dá-me a aura da ventura em zelo.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto, 23 de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
✍️Se nada nos salva do TÉDIO, DA ANGÚSTIA, DA VIDA E DA MORTE, que possamos, ao menos, experimentar alguma SORTE.
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TÉDIO
Sobre o meu poetar, como uma sina
Tal ave de rapina, pesa a monotonia
Despovoando os versos, na surdina
Ilustrando a poesia de turva predaria
Oh! Escrever no silêncio, e inquilina
A solidão, sem sonho e sem alegria
Sem uma idéia e sensação cristalina
Faz o tédio ao poeta sua companhia
Ah! Deixar de fantasiar este ensejo
O pensamento no vão, a alma fria
Se a luz está escura e assim velada
Como posso avivar o meu desejo?
Se dorme numa catedral tão vazia
E lá fora a vida está abandonada!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
30 de setembro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
ANDOU
Como quisesse alegre ser, deixando
O queixume rotativo, zunindo a hora
O tédio, ao bafejo sequioso da aurora
Do cerrado, dentro de ti, comandando
Estranho querer, no peito te cortando:
Melancolia, silêncio, a paz indo a fora
Que te cala, maltrata e também chora
E chora... saudades então recordando
E logo, uma imaginação, compungida
Te perseguindo, surge como senhora
Dos teus sonhos, torturando a razão
Assim queixosa minha alma perdida
Andei largo instante, sem ir embora
E agora, o tempo antigo, é oposição!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
11, novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Coração que sente sozinho e sofrido, pede o carinho e o amor sofrendo em tédio de dor e esquecido, a clamar pelo remédio que não pode ser vendido, o verdadeiro amor que quem tem não quer doar, tem sonegado e dado ouvido ao orgulho, deixando o amor encarcerado em seu peito magoado, cheio de rancor e pedregulho.
Dentro da farmácia, está a eficácia do remédio pra tédio, cansaço e dor, dentro de um abraço está a cura para a dor do amor.
Quem procura acumular ciência encontra muito tédio,
porém só o temor a Deus nos leva à sabedoria
e à verdadeira felicidade.