Tédio
PLASMA
Quando eu era criança, um homem fracassado possuía um sentimento de decadência, de tédio, de desilusão e melancolia. Por isso enxergava uma inutilidade e uma futilidade na sua existência, então se resignava em casa, se deprimia numa batalha interna entre a resiliência e a desistência ou adotava um comportamento boêmio no estilo "mal do século" de Chateaubriand, até encontrar a fé em Deus e se erguer. Infelizmente, muitos se suicidavam e não tinham o divino despertar.
Hoje, o homem frágil e sem êxito na sua vida pessoal, não tem humildade de aceitar a sua decadência, rejeita as soluções espirituais e se diz vítima de erros biológicos e cromossomicos.
Então se acha no direito de invadir uma das searas mais sagradas, admiradas e profícuas da vida humana, a área da mulher, a obra mais venerada, perfeita e exitosa da criação.
Emulando grosseiramente, o jeito, a voz, o andar, as vestes e a penetração social feminina, o antigo fracassado, se crer um vencedor. E celebra publicamente a suposta vitória como se fosse objeto de realidade inquestionável.
Contudo, além da consciência gritando por dentro: "É MENTIRA"!, o angustiado também enxerga nos olhares e faces da plateia censurada que o aplaude, movimentos involuntários da maioria, que refletem a confirmação de que sua verdade foi estupdamente adulterada. E embora finja não perceber o desconforto alheio e reafirmar pertencer ao "novo mundo", no intimo, sabe que será sempre, apenas um plasma. Ninguém consegue matar um Y só pela força do pensamento ou do sentimento.
TÉDIO:
Tempo fica parado
Os olhos pêsames
A mente esfria
Cada coisa se torna lenta e desinteressante
Levam aos confins da sua mente
Os seus pensamentos te consomem
Levam aos conhecimento
A mosca boa
Tic-tac
Os lápis se remexendo
Tic-tac
Passou apenas 1 minuto.
Tédio dos dias
Dias que passam, lentos e iguais,
Como folhas no vento, dispersas, banais.
O tédio se arrasta em silêncio profundo,
Um eco sem fim no vazio do mundo.
Olhares perdidos, cansados de ver,
As mesmas paisagens, o mesmo viver.
É a falta de cor, é o tempo parado,
Um ciclo sem sonhos, um chão estagnado.
Amanhece sem pressa, anoitece sem cor,
E o dia se estende, sem brilho, sem dor.
São horas vazias, caladas e frias,
Na longa espera de outras vias.
Por entre as paredes, murmúrios sem som,
Ecoam desejos de um novo tom.
Mas o tempo persiste, fiel ao desdém,
De trazer só promessas que nunca vêm.
Ah, quem dera uma brisa, uma voz, um sinal,
Algo que rompesse o véu habitual.
Mas enquanto isso, o tédio se expande,
Como uma sombra que nunca se esconde.
O frio veio sem eu pedir e, junto com ele, o atrevido do meu tédio... Dias frios, coração batendo e a cabeça em mil lugares que levam a um só caminho...
Cenografia: o cenário nasce nos primeiros quinze dias, e morre, num tédio visual, em menos de alguns meses.
CONDENAÇÃO
Tenho agora a certeza
Dos meus passos:
Estou condenado ao tédio
E de pés atados à solidão.
@poetamarcosfernandes
Minha vida ta um tédio só sei chorar e não consigo viver , você poderia mudar isso tudo mais prefere ficar ae calado me vendo sofrer !