Te Amei e ñ te Amo mais
Ah, joão de barro, se tu soubesse o quanto me dói ver-te voando pra longe de mim com estas asas machucadas. Dói ter de te ver assim, cabisbaixo, voando sozinho sem poder te acompanhar. Eu lembro quando tu era um pássaro livre, voando por aí, sendo aparentemente tão feliz como um pássaro pode ser, as vezes eu até achava que tu eras o pássaro mais feliz que já conheci. Radiante, livre, cantando aquele canto que contagiava. Ah, joão de barro, tu nunca me contaste que na verdade estavas desmoronando por dentro, eu nunca quis tanto trazer felicidade pra alguém. Nunca antes de ti, joão de barro. Nunca antes de ti. Eu queria seguir-te em todos os seus vôos, te ajudar a voar quando tuas asas estivessem cansadas, eu te amei mais do que achei ser possível, caber tanto amor assim em um coração tão pequenino. Eu te amei mais que se pode imaginar, a ponto de querer ficar até o fim da vida voando contigo, aonde quer que tu fosses; escutando teus cantos, dos mais alegres as melodias mais tristes, olhando teus olhos de pássaro ferido ou observando como eles pareciam sempre sorrir junto contigo. Ah, joão de barro, mal sabia eu que um pássaro não sobrevive a amarras. Tu não estavas preso a mim, é claro, não de forma literal. Eu não me atreveria a colocar-te em uma gaiola apenas pra manter-te comigo. Mas apenas a gaiola do meu coração já foi demais pra ti. Eu te amei, ou talvez ainda ame, mas talvez jamais saberei. Não importa. Eu deveria saber que um pássaro deve ser livre. Eu deveria saber que um dia tu irias ficar sufocado na minha pequena gaiola de amor, eu sabia que isso ia te machucar, mas fui egoísta. João de barro, tem dias que a primeira coisa que penso é em como eu queria que tu tivesses ficado. Mas isso iria impedir tuas asas de baterem livres por aí. Eu só quero que sejas feliz. Sem clichês. Me dói, e talvez eu nunca tenha tido escolha, ela sempre foi sua, mas quero que você vá, voe pra onde quer que seja, voe até pra bem longe de mim, mas siga teu caminho pra ser feliz. Bata suas asas pro rumo da felicidade, e não o contrário. Como em uma canção dos Beatles, "pegue teus olhos cansados e aprenda a ver. Toda sua vida, você estava apenas esperando por esse momento para ser livre." João de barro, voe...
(Eu ainda posso escutar tua melodia em meus sonhos, então por favor, nunca deixe de cantá-la)
Segue ao pé do bom Pastor a cada dia. Nele tens todo sustento, tudo de que necessitas. Na jornada: cada dia.
Que todos os homens, todos os dias se lembre que não foi só Paris que perdeu pessoas que eram amadas por outras pessoas, que lembre que não é só Mariana que chora por não abrigar mais vida alguma após um terrível incidente, que nunca esqueçam que não foi só Joso - Japão que foi inundada e perdeu a felicidade das pessoas que costumavam andar em suas ruas, que lembrem que na Chapada Diamantina não haverá mais algumas espécies que um dia já foram exclusivas de lá mas que não é o único lugar onde isso acontece, que os homens, nós, o mundo, nunca esqueça de que a nossa casa está se corroendo de dentro, por nós. Alguns morrem de fome e outros passam mal de tanto comer, pessoas matam por acharem que devem e por se sentirem bem, que mundo é esse afinal? E porque ao invés de pedir orações e correntes de positivismo por um ou dois lugares, não pedimos por todos? O mundo está se destruindo. " O homem é o lobo do próprio homem " essa frase nunca fez tanto sentido até agora, afinal, quem destrói o homem a não ser ele mesmo? O mundo é tão egoísta que viu a África " morrer de fome " todos os dias e nunca fez nada, e quando um país rico sofreu um atentado mobilizou o planeta, cortamos árvores para fazer papel e escrevemos nele " NÃO CORTEM AS ÁRVORES ", poluímos os rios e lastimamos a morte dos peixes, irônico, não? Hoje eu choro pela França, Pela África, Pelo Brasil, Pelo Japão e pelo mundo, afinal, todo mundo precisa de ajuda e o planeta pede socorro!
Às vezes penso no compasso da vida, seguindo linearmente seu curso, a triste ideia da sequencia martirizante do destino perfeito, milimetricamente projetado, penso no que posso fazer hoje para ter altos e baixos, parece loucura, mais prefiro altos e baixos á essa pragmática rotina do previsível
Lembro-me da minha mãe fumando seu cigarro sentada próxima a janela, olhar distante, perdida em pensamentos, imersa em um mundo secreto, lembro-me de observa-la e procurar no horizonte o que prendia a atenção de seus olhos, lembro-me da voz de Roberto de fundo se fazendo presente, lembro-me de querer compreender aquele silencio que emanava dela, lembro-me que seu silencio me deixava irrequieta. Hoje olhei para ela novamente e consegui vê aquela mesma mulher de 15 anos atrás, vi em seu rosto as marcas deixadas pelo tempo, vi o mesmo olhar distante, em sua cadeira próxima a janela, a voz de Roberto ainda presente, era como voltar ao tempo à diferença é que a olhei e vi que ela não estava ali por obrigação ou arrependimento, mas somente perdida em memórias de um tempo além da janela.
Natal: O Nascimento De Uma Nova Consciência
“Toda vez que o Divino nasce no coração humano é natal. Mahavira engravidado pela amorosidade que reverencia e respeita todas as formas de vida; Buda na quietude resultante da transcendência dos pensamentos, LaoTsé pacificado ante as ambiguidades do existir, Sócrates enamorado com a Voz que brotara em seu coração, entre outras singulares referências, são vislumbres de fenômenos natalinos. Sempre que um evento natalino ocorre na alma humana à existência exulta, o cosmos celebra, a terra rejubila, pois toda a criação anseia com ardente expectativa a manifestação dos filhos de Deus. Todos os que se despertaram e que nasceram de novo, experienciaram o “natal”, o nascimento de uma nova consciência, o surgimento do novo homem interior. Quando a estrela da consciência brilha nas trevas do pensamento somos guiados à semelhança dos reis magos, na direção da luminosidade que anuncia a manifestação do Caminho, da Verdade e da Vida. No estábulo da natureza humana que abriga a animalidade existe uma manjedoura, o coração, e quando o mesmo é forrado com fenos da sinceridade torna-se um receptáculo propício para o nascimento da consciência Divina. O Natal dos natais teve a sua concretude áurea na historicidade em Belém da Galiléia, com o nascimento de Jesus, onde o amor corporificou-se, humanizou e superabundou entre nós. Em Cristo compreendemos que o desejo da Suprema Realidade é nascer em cada alma, para que o crepúsculo da consciência humana se transforme na aurora da consciência Crística.”