Te Adoro minha Vida

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Oh, criatura humana! Como podes abandonar teu irmão, fechando-lhe os caminhos da vida e pedir depois a Deus que te dê o "pão de cada dia", se tu mesma negaste esse pão ao teu semelhante?

Enfrentei o terror da morte e, transpondo-o, encontrei a flor da vida.

Almas em reencontro

Na imensidão do vazio da minha vida,
eu me procuro em alguma parte que não acho.
Eu vasculho nas minhas coisas em busca de algo que eu não sei.
Ando pelas ruas sem o “GPS” do meu coração,
afastando-me assim do medo de uma nova ilusão.
Mas me perco em estreitos becos da minha insanidade.
E a sua ausência de pessoa que eu não conheço, mas busco,
que não sei como se chama, mas que grito o nome vagamente…

Não tenho a menor idéia de como nos encontraremos,
mas sinto que há um fio, uma linha que hoje está cruzada,
que me levará até você em linha reta,
e quando nossos olhos se encontrarem,
quando as nossas buscas se reunirem,
talvez na praça perto de casa,
ou naquela viagem distante onde fugi de mim mesmo,
mostrarão o tamanho das nossas necessidades.

Nos entregaremos então,
na volúpia do desejo da alma,
que muito além do prazer da carne ansiosa,
da boca sedenta e sequiosa,
se entrega em doces devaneios,
sonhos de apaixonados em uma tarde qualquer,
de um ano qualquer,
em um ponto do mapa,
onde só os corações que se entregam ao amor sabem onde é.

Eu já sou parte de você,
ainda que você não saiba.
Almas prometidas, guardadas um para o outro.
Amor além do tempo, amor de reencontro.
No exato espaço de tempo que chamamos de futuro,
que pode ser extamente agora,
quando nos permitimos viver o amor mais de uma vez

Até a morte, tudo é vida.

O sentido da vida consiste em que não tem sentido nenhum dizer que a vida não tem sentido.

Verbetes

Infância - A vida em tecnicolor.
Velhice - A vida em preto-e-branco.

Você sabe quando o amor vai aparecer na sua vida? Quando você parar com essa ansiedade.

Farsa contínua! A minha inocência me faria chorar. A vida é a farsa a ser levada por todos.

Você tem todo o direito de tentar me ensinar das tuas coisas, porque a vida é séria e guerra é dura, mas se eu não quiser aprender tudo, deixe eu viver minha loucura, pois nunca criticarei a sua.

‎Passo metade do dia odiando minha vida e querendo ser sugada pela minha própria insignificância. A outra metade passo rindo do quanto sou dramática e exagerada.

Qual a razão de viver
se não for para tornar a vida
menos difícil para os outros?

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.

Oh, baby, não chore
Foi apenas um corte
A vida é bem mais perigosa do que a morte

Eu continuo sem saber que maravilha a vida poderia me reservar se eu não me protegesse tanto.

As pessoas não morrem, só acordam do sonho da vida.

Na vida tudo se baseia na confiança, tamo aí na luta sem perder a esperança...

Charlie Brown Jr

Nota: Trecho da música Paranormal.

Isso é a vida real?
Isso é só fantasia?
Pego num desmoronamento
Sem poder escapar da realidade.

Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida. Viver é uma espécie de loucura que a morte faz.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978.

O drama de uma vida sempre pode ser explicado pela metáfora do peso. Dizemos que temos um fardo nos ombros. Carregamos esse fardo, que suportamos ou não, lutamos com ele, perdemos ou ganhamos. O que precisamente aconteceu com Sabina? Nada. Deixara um homem porque quisera deixá-lo. Ele a perseguira depois disso? Quisera se vingar? Não. Seu drama não era o drama do peso, mas da leveza. O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser.

Milan Kundera
A insustentável leveza do ser. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

CANÇÃO EXCÊNTRICA

Ando à procura de espaço
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.
Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
protejo-me num abraço
e gero uma despedida.

Se volto sobre o meu passo,
é já distância perdida.

Meu coração, coisa de aço,
começa a achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida.
Já por exausta e descrida
não me animo a um breve traço:
- saudosa do que não faço,
- do que faço, arrependida.

Cecília Meireles
MEIRELES, C. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.