Tardes
Algumas preciosidades morrem baixinho, em degradê. Como morrem as tardes. Como morrem as flores. Como morrem as ondas. Quando a gente percebe, já é noite e o céu, se está disposto a falar, diz estrelas. Quando a gente percebe, as pétalas já descansam o seu sorriso no colo do chão. Quando a gente percebe, o canto da onda já enterneceu a areia. Muitas dádivas que nos encontram, que nos encantam, têm seu tempo de viço, sua hora de recado, e seu momento de transformação em outro jeito de lindeza.
A noite também é bela do jeito dela. As pétalas caídas viram húmus para fertilizar o solo que dirá a vez de outras flores sorrirem. A areia molhada conta a canção da onda e da sua acolhida terna para a nossa vida descalça. Lutar contra a impermanência da cara das coisas é feito tentar prender o azul macio das tardes, segurar o viço risonho das flores, amordaçar as ondas. É inútil.
Costumamos esquecer que não podemos impedir a mudança: tudo dança a coreografia sábia e implacável da impermanência. Mas a música daquilo que verdadeiramente nos toca com amor, não importa o quanto tudo mude - e tudo muda -, não deixa nunca mais de tocar e viver, de algum jeito, no nosso coração.
Tu és a esperança, a madrugada.
Nasceste nas tardes de setembro,
quando a luz é perfeita e mais dourada,
e há uma fonte crescendo no silêncio
da boca mais sombria e mais fechada.
Para ti criei palavras sem sentido,
inventei brumas, lagos densos,
e deixei no ar braços suspensos
ao encontro da luz que anda contigo.
Tu és a esperança onde deponho
meus versos que não podem ser mais nada.
Esperança minha, onde meus olhos bebem,
fundo, como quem bebe a madrugada.
Todas as tardes
Eram sempre as mesmas tardes
Nós dois tão próximos e tão distantes
Nem imaginávamos que Deus já tinha tudo preparado antes
Em cada encontro nosso
Aquele sentimento de amizade
Foi se transformando
Até que um dia eu percebi
Que estava me apaixonando
Mas a tua sensatez me fez perceber
Que não era brincadeira
Era pra valer
Você é tão importante pra minha vida
Que jamais será a mesma
Se for para eu viver sem você
pense no tempo que poderia ser nosso,
nas tardes vazias aonde só seu sorriso importaria,
pense em cada café da manhã com conversas bobas,
e jantares com a comida fria do almoço, só eu e voce
sentados na varanda a tarde, pensando em como é bom ter voce,
para ver o por do sol, escolher o nome do nosso filho,
dar risada de nossas brigas, lembrar das velhas paixoes, ter ciumes.
Lembrar de como eu me apaixonei por voce, e te contar cada vez que fica triste,
te falar que é do seu sorriso que eu preciso cada manhã pra poder ir trabalhar, que
é da sua voz de manhã me acordando todo dia, que me ajuda a levar o dia na boa.
E pensar nas vezes em que eu não to bem e voce vem com seu sorriso e sua voz,
que não precisa me perguntar nada, que já sabe o que eu tenho, ve no meu rosto,
me conhece mais que eu própio, que me leva pra ver o mar do seu lado, e me abraça
e faz esquecer do mundo.
É com ele que eu quero passar as tardes quentes de verão, e as noites de frio...
Ou o nascer do sol ouvindo os som dos passarinhos...
Sentir saudades mesmo a um centímetro de distancia...
Mesmo estando do meu lado ,dormi pensando nele , e em como sou feliz porque o tenho...
Não deixar de acha-lo perfeito...
Acorda bem cedo todas manhãs só pra vê o luz iluminar seu sorriso que me faz feliz...
Morrer de amor e ainda sim continuar vivendo...
Pois de que vale á pena está com ele e não querer isso, Pois é de onde vem o mais puro e verdadeiro amor, nos momentos mais simples , que foram só meus e ao mesmo tempo nosso!
Não temo mais...
os fantasmas que me perseguem.
Eles já fazem parte das minhas noite e tardes.
Convivem comigo em meu cárcere.
Fazem-me companhia
em dias de nuvens negras onde
o sol não brilha.
Na lama, onde atolo minhas poesias,
escureço meu olhar, perco minha alegria,
confesso em meus versos as tristezas dos meus dias
Não temo mais ao confrontar-me comigo,
já me vejo no espelho como assombração
admito...
ser um ser abatido, meio sem cor,
pálido e ferido.
Vou ficando frio...
sem emoções..neste meu vazio.
No oco do meu mundo
vou desfilando letras e compondo
meu absurdo.
O escuro não me aflige mais...
se não tenho estrelas fico apenas
com os vendavais.
Se nem o vento aqui passar, fico apenas
com o silêncio a me silenciar.
Não temo mais a boca seca,
nem as mãos cruzadas,
nem ao arrepio que me chega
em horas desesperadas. Ajoelho-me
e me entrego ao exílio de minhas palavras.
Durmo entre as navalhas...
Acordo entre os punhais.
Tornei-os desprezíveis,
não me cortam nunca mais.
Noites frias;
Dias quentes;
Tardes mornas;
Qual a moral da História?
Já que não existe pretexto.. Nem ao menos um texto;
O que será de nós?
Existimos.. Mas vivemos questionando nossa existência;
Será que frios somos, como noites sem luz;
Quentes como o fogo, destruindo tudo que toca;
Mornos, comuns, sem graça..
...como admirava, então, aquelas enevoadas tardes de outono ou de inverno! Como respirava, ansioso e embevecido, a sensação de isolamento e melancolia, quando, noite adentro, enrolado em meu capote, atravessava as chuvas e tempestades de uma natureza hostil e revoltada, e caminhava errante, pois naquele tempo já era só, mas ia repleto de profunda satisfação e de versos, que mais tarde escrevia, em meu quarto, à luz de uma vela, sentado à beira da cama.
(O Lobo da Estepe)
Tardes de outono..mornas...adormecidas...iluminadas...
Tardes de outono...para sentir...para viver...para amar!
Não vai ser fácil esquecer das
tardes que passamos juntos, dos
beijos roubados, dos abraços
apertados (...) De como era bom
estar ao teu lado (...) Não vai ser
fácil, mais terá de ser necessário.
Doce bri
Doce brisa , minha única companheira nas tardes de inverno...
Suavemente me tocas
E com a cumplicidade de bons amigos que somos
Vamos nós .Apenas eu e você...
Me falas das suas aventuras
Dos amores vividos
Das sensações experimentadas
Porém jamais me falara de saudade...
Ah!Como eu gostaria de não saber falar de saudade!
E como a doce brisa poder te tocar suavemente e imperceptivelmente.
E só então eu poderia dizer
De tudo que já experimentei
De tudo que já vivi
Apenas não sei falar de saudade
Durante as manhãs: a alegria do sonho; durante as tardes: o tédio da saudade; durante as noites: o prazer da realização.
Desejo a você
Vida real e fantasia
Dias corridos e tardes preguiçosas
Calmaria e tempestade
Confusão e certeza
Frio e calor
Perguntas e respostas
Fins e recomeços
Canetas, lápis, borrachas
Inspiração e aspiração
Grandeza e simplicidade
Silêncio e tumulto
Música e dança
Solidão e companhia
Papéis e desenhos
Clássicos e populares
Inusitado e cautela
Loucura e lucidez
Tensões e relaxamentos
Fragâncias e sabores
Linhas em branco e folhas preenchidas
Crime e castigo
Violão e violino
Descolorido e pinturas
Van Gogh e Gauiguin
Desejo e pudor
Shakespeare e Machado de Assis
Ilhas e cidades
Céu e terra
Dias de chuva e manhãs de sol
Que todo sentimento positivo tome conta dos
nossos dias, tardes, noites, horas,
minutos e segundos... nessa semana!
Amor Amante
Tardes amenas e místicas,
de repente eis que surge,
aquele encontro fugidio,
cúmplices no mesmo ato,
com horário marcado.
Da tarde não podem passar !
O tic-tac do relógio,
funde-se com os corações,
Lábios murmurando,
tanto para contar...
Emoções, apenas emoções,
sem juízo e sem razões...
sugam-se nos abraços,
roupas pelo chão.
Dançam corpo a corpo,
sussurrando a canção,
numa fusão dominante,
provam de um néctar,
quente e embriagante.
Tontos pelo prazer,
Rolam pelo chão,
Delicioso chão !
Faz-se leito confidente,
dos murmúrios falantes,
toque de peles travessas,
de um amor amante.
Jamais as tardes seriam doces e jamais as madrugadas seriam de esperança. Jamais os livros diriam coisas belas, nunca mais seria escrito um verso de amor. Sobre toda a beleza do mundo, sobre a farinha e o pão, sobre a pura água da fonte e sobre o mar, sobre teus olhos também, se debruçaria a desonra que é o nazifascismo, se eles tivessem conseguido dominar o mundo. Não restaria nenhuma parcela de beleza, a mais mínima. Amanhã saberei de novo palavras doces e frases cariciosas. Hoje só sei palavras de ódio, palavras de morte. Não encontrarás um cravo ou uma rosa, uma flor na minha literatura. Mas encontrarás um punhal ou um fuzil, encontrarás uma arma contra os inimigos da beleza, contra aqueles que amam as trevas e a desgraça, a lama e os esgotos, contra esses restos de podridão que sonharam esmagar a poesia, o amor e a liberdade!
Nem a rosa, nem o cravo..., Folha da Manhã, 1945
Soneto de Intimidade
Nas tardes de fazenda há muito azul demais.
Eu saio às vezes, sigo pelo pasto, agora
Mastigando um capim, o peito nu de fora
No pijama irreal de há três anos atrás.
Desço o rio no vau dos pequenos canais
Para ir beber na fonte a água fria e sonora
E se encontro no mato o rubro de uma amora
Vou cuspindo-lhe o sangue em torno dos currais.
Fico ali respirando o cheiro bom do estrume
Entre as vacas e os bois que me olham sem ciúme
E quando por acaso uma mijada ferve
Seguida de um olhar não sem malícia e verve
Nós todos, animais, sem comoção nenhuma
Mijamos em comum numa festa de espuma.