Tardes
Parece que em certas tardes
O tempo passa
Um pouco mais devagar
Como se fosse
Uma tarde escolhida
Pra que a gente
Olhasse nuvens antes de chover
Contasse ondas do Mar
Imaginasse Estrelas distantes
Pensasse na vida
Conscientes
de que elas estão realmente lá
E depois olhasse
pras paredes que nos rodeiam
E, de alguma maneira
Tivesse em mente
Que por mais que se conte
Olhe e imagine
Aquilo que conhece
Algo vem e nos fala
Que se realmente quisermos
Pode ser que não seja tarde
e ainda pode acontecer
Que tudo aquilo
Que ontem parecia
Impossível e distante
de repente
Nos alcance
e nos toque
E faça
Que a sua mente troque
A maneira de ver
e de sentir
e de contar
e de querer
Aquilo que era impossível
e veja
Que talvez até nem seja
Pois, com certeza
Não é
Sabe quando bate aquela vontade de voltar no tempo; aquele desejo de reviver tardes, sorrisos...aquela loucura que arrepia: ouvir aquele riso, se perder num olhar, numa frase...trocar músicas, mensagens...pois é, vez em quando volto, mudo o tempo: vou ao passado ! Trago lugares por onde já fui, fomos...vivo lembranças, mato saudades. É lá pra trás que estão meus melhores momentos, minhas maiores emoções ! Vem aquele cheiro, ouço aquela voz...uma canção toca meus ouvidos: " ..eu não ligo eu te quero, eu assumo, eu pago pra ver..." pois é, se torna quase insuportável o desejo, a vontade de viver tudo outra vez !
ESTRADAS EMPOEIRADAS
Dos pardais cigarras e morcegos são os finais de tardes
O sol de verão bronzeia a solidão
De silhuetas anônimas nas colinas
E entre os nascentes e os ocasos adolescem as meninas.
Eu sei que o amor é pertinente a todos os sonhares,
Quem não se amou um dia se amará
E o que é solidão além do chalé branco sobre a duna,
Além da vela encardida que se aventura na imensidão domar
O que me faz pensar que a solidão até faz bem
É perceber que as coisas mais profundas
Afloram nos momentos solitários...
Penso que algum dia todos tiveram
Suas estradas empoeiradas com zumbis e ETs;
Suas fobias e inseguranças,
Mas um herói, uma oração, um talismã,
Qualquer crendice que nos protegesse
Todos tivemos; eu tinha uma sobrinha,
Meio tia por ser mais velha
Acho que ela foi o meu maior carinho de infância
Juntávamos latas ou apenas perambulávamos
Porque não é fácil ser anjo sem ruas de brilhantes,
Pétalas de estrelas
E ter apenas barracões com tetos de zinco para nos abrigar,
Mas eu tinha seu poder
Que suponho vinha da sua franja caindo nos seus olhos;
Não tinha ainda a idade do tempo,
Nem tempo de idade, nenhuma outra noção
Eu só tinha a sua presença e a sua mão;
Talvez eu tivesse algum poder,
Talvez o poder de não poder nada,
Talvez o catarro escorrendo do meu nariz lhe protegesse do mundo,
As minhas unhas sujas, os meus dentes proeminentes
Eu era um anjo, ainda não me encantava com dunas
E brancas casas de praia avarandadas,
Ainda não me encantava pelo que ostenta ou pelo que seduz;
Um saco, algumas latas, chicletes e amendoins,
sua franja e seu sorriso, sua mão; que viesse os zumbis e ETs...
Logo nas primeiras tardes, mudanças pingaram lentamente do céu em forma de pensamento. E por estar acordado, algumas pequenas mudanças lhe acertaram.
Estes pingos, porém, não lhe deixaram doente. Pelo contrário; não tardou para o primeiro espirro iluminar a sua volta, e ele perceber que o sintoma da doença estava mesmo era no guarda-chuva.
Foi um amor de verão, feito apenas de desejos, naquelas tardes quando os beijos e abraços, por mais que assustados eram seus.
Por que existem os animais? Para humanizarem a humanidade.
(Pensamentos soltos na brisa das tardes. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2013)
Não são os lugares, os dias, as tardes, as noites e as variações do tempo que me deixam felizes, a questão em evidência é a sua presença, estes fatores e outros locais só se tornam melhores quando você está por perto.
"Que venham dias, tardes e noites melhores. Que respeito não seja raridade e que a educação seja voluntária. Que os pedidos de licença, desculpa, obrigada, por favor, gratidão, sejam automáticos e livres de exigências. Que todos leiam mais livros num mundo recheado de muitas vontades e pouquíssimos esforços. Que possamos sentir sempre o cheiro agradável do verde que eleva e o som dos pássaros que exalta. Que venham muitos feriados, dias de sol, dias de chuva e ventos à flor da pele. Que surjam muitas primaveras, e que o afeto encantador do amor alheio que nos rodeia, seja uma constante em nossas vidas. Enfim, que sejamos merecedores de abraços acolhedores, sorrisos devastadores, conforto exuberante e muitas massagens nos pés." Adamaris Elias
Algumas tardes de embriaguez.
Dizem que a bebida é a lucidez de espírito desequilibrado. E eu confesso que acredito.
Por que aqui, num desses cantos quaisquer, ele mostrava amor onde ninguém via. Onde nunca disse. Onde nunca sentia.
Péssimo remédio pra gente mal amada, não é?!
Dizem que os anjos existem e te protege,porque eu tenho a sensaçao que todas as tardes beirando a noite, a hora que mais preciso dele. meu anjo vai embora me deixando na solidao,sera que os anjos abandonam a gente sera?
Esse clima de verão me faz lembrar das minhas antigas férias. Tardes jogadas no tempo ao som de desenhos animados e filmes de ação, comida de todos os lados, uma preguiça sem fim. Minha expectativa para comprar o material escolar era imensa, lembro-me detalhadamente do cheiro da papelaria. Ainda fico ansiosa com detalhes, sinto o friozinho na barriga de pensar na véspera de volta às aulas. Último ano. Sei que vai deixar rastros. Último ano. Sinto em meu sangue mais uma nova responsabilidade. Último ano. Queria voltar a ser um feto indefeso e semi-formado, no ventre da minha mãe.
''Tu, doce tão doce
..Solidão, pura foi minha alma, doce era teu beijar..
nas tardes em que te encontrava em outros braços não avia querer de estar..
Lembrete
“Busque alegria nos sonhos meninos,
Nas tardes de chuva que escurecem o dia,
São nas horas de silêncio e vazio
Que mergulhamos n’alguma fantasia.
Busque a alegria no olhar perdido
Que busca o céu sem se mover,
Naquele momento de riso escondido
Que o corpo não sente, mas anima o viver.” (Ely)
Pinhareiro
São nessas tardes de minha meninice
Que me pego a correr com malandrice de garoto arteiro
Tarde fria com garoa fina e ar de puro...
Alice!!! eu grito, quase que desesperadamente,
Para chamar a minha melhor companheira de aventuras,
Não há tarde melhor do que as tardes com a doce Alice.
Pegamos nossos casacos e com euforia,
Vamos para mais uma tarde de peripécias
Pinhareiro! é lá que queremos chegar,
Um lugar cheio de mistérios,
Pinheiros enormes, pinhas e pinhões esparramados por todos os lados,
Lugar aonde o verde é cintilante e o ar é refrescante,
Seria ali o paraíso? O nosso paraíso?
Os adultos dizem que paraísos não existem,
Que a palavra pinhareiro não mora nos dicionários,
Isso eu não sei, só sei que para mim e para a doce Alice,
Paraíso existe e fica logo aqui atrás de minha casa,
No nosso bairro, na nossa Curitiba ...
E nós o chamamos de PINHAREIRO.
Dedicado a Alice e Gabriel