Tão longe
Lembro-me de minha infância quando me mudei da região metropolitana de São Paulo para o interior de Minas Gerais. Passava as tardes tentando entender o porquê de eles usarem tais palavras como aquelas para expressar um sentimento ou emoção.
Longe de você
Quanta informaçoes dentro de dois pares de olhos.
Que se olham entre a distância e o infinito
O tempo em algum momento será amigo.
Ou depende de nós abrir com o beijo o paraíso.
E depois que as portas estiverem abertas a gente ignora.
Finge que simplesmente mais uma sacola,
Que a gente deixa no esquecimento e vai embora.
Abortando do amor a sua linda história.
Que ainda poderia acontecer ao sentimento morrer?
E a gente ficaria triste por não saber se seria bom?
O coração deixaria um pouco de ter razão.
Para sentir da paixão sua força o vulcão dos mares.
Que existe é arremata nossos miudos olhares,
De se gostar ainda mais do que amantes,
De ser permitir se encontrar uma vez em cada estaçães;
Uma na primavera, outono, inferno e os verões.
A vida seria bela cheia de contentamento.
Da sua felicidade eu seria seu doce melhor momento.
Faria plantão no seu pensamento a noite e o dia todo.
A lua brotaria no seu corpo eu o amaria como louco.
Não que a loucura seja bobagem,
Ela apenas faz a gente se vestir de coragem.
Para olhar no olhos da amada e sentir parte da estrada.
E assim pego sua mãos caminhamos juntos pela alvorada adentro.
E faremos de cada toque nosso renascimento.
O amor é livre não precisa de juramento.
Ninguem segura o vento o destino é encontro de duas almas.
Que se completar e por amor se aperta.
ACORDO
Acordo,
vejo-te olhando para mim
coisa, que sempre fazes.
Teu sorriso de bom dia
quantas alegrias me trazem.
Difícil, é viver sem tí
teu carinho não sentir.
Incomoda de tí não saber,
faz falta tua voz ouvir.
Teus carinhos são tantos
que para longe me levam.
Quando de volta me trazem,
quero de novo partir
de novo quero sentir
o encanto, dessa viagem.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Acadêmico da Acilbras - Cadeira 681
Patrono - Comendador Armando Caaraüara
Presidente
Sou pobre, insistente e moro longe...
Pensei que não podia mudar minha condição,
meu pai , minha mãe , só falava em aflição,
isso já desde os tempos de vó e vô que era a mesma situação...
Era uma fartura de tudo, cê não tem noção não...
Fartava comida, sapato e até a vocação
Fartura até de roupa q era tudo emprestado,
E a casa era pequena cheia de menino, as parede de barro
até o piso fartava de ser encimentado,
Semianalfabetos que eram meu pai e minha mãe não tinham muita ambição,
Mas tinham esperança de futuro de ter um filho na escola de ter um mínimo de educação
E o lugar que eu morava era tão longe que nem carro passava,
andava a pé que parecia mil léguas pra chegar em qualquer canto,
sol a pino e só lamento que não adiantava o pranto,
Com fome, com sede, sem canto, só lamento e o pranto,
e não adiantava reclamar porque demorava mais um tanto...
Enfim minha mãe um dia se deu conta,
que eu tinha crescido um pouco
E que esqueceu da escola,
De tanto aperreio e sufoco,
Pergunta aqui e acolá, porque tão longe fui morar ?
Tem uma lá no morro,
vamos simbora matricular,
E começou uma nova saga,
De continuar aquela situação precária,
Também tinha fartura na escola,
Fartava merenda, giz e as vezes professor,
E fartava também o papel e o apagador,
E também quando chovia tinha sala de aula alagada,
Também tinha fartura de vento e até de água encanada,
Lembro do calor da sala,
O suor pingando na testa,
Mas mesmo assim era uma festa,
Porque tava na escola aprendendo pra mudar,
E daquela situação,
Eu conseguir melhorar...
Depois de já ter crescido,
Lembrando de meu passado,
Até o ensino médio eu não deixei de lado
Sempre em escolas públicas,
Vencendo os desafios,
Cheguei na faculdade pulando pedras e rios,
Na UFPE pousei com as cotas para desigualdade,
Para alunos de escola pública ter chance na equidade,
Vendo textos estranhos e longos com novos códigos e linguagens,
Percebo a dificuldade de permanecer na faculdade,
Aprendendo palavras novas e também novos conceitos,
Estratificação social aprendi nos textos de Ana Almeida que li e reli direito,
Que é um conceito sociológico da divisão social,
Quando a elite tem vantagens até em meio cultural,
Tem vantagens e privilégios na sua condição socioeconômica,
Dos cargos direcionados a faculdades e diplomas
Ao pobre só sobra a soma,
De tanta desigualdade,
Que ele vê com novidade as cotas da faculdade
Confesso a Professora Emília e aos colegas de sala,
Que não tenho vergonha nenhuma,
De minha história contada,
Porém digo uma coisa com muita convicção,
Se tivesse políticas públicas com boa vontade e ação,
O mundo seria melhor para o pobre e o negligenciado,
Ninguém ficaria de fora do mundo globalizado,
Não haveria tanta miséria nem gente fora da escola,
Mudaria o continente e quem sabe o rumo da história.
Agradeço a todos a escuta dessa prosa meio sem jeito,
Que começou com uma história, meio cheia de defeito
Mas que foi de boa intenção,
Nada disso foi invenção,
assino e termino aqui,
minha prosa com emoção!
Tão longe tão perto, a tocar, acarinhar, soerguer, ajudar, interagir sem nenhum impedimento, sem almejar conter, deter, reter ...
"Nunca se vai longe o bastante olhando para trás. Ninguém alcança o futuro com os olhos presos no passado."
Lori Damm
Podemos estar próximos estando o mais longe possível e estar o mais longe possível estando muito próximos.
Cansei de sorrir;
Cansei de fingir;
Não estou bem, nem vou ficar ;
Não tenho mais ninguém;
Ninguém que posso contar ate o fim;
Pensamentos, sentimentos, ressentimentos,
Escondidos em minha mente;
Não aguento estar aqui;
Só quero estar longe;
Longe dessa gente;
longe de mim.
"Não importa o longe que possamos chegar, estamos cada vez mais distante do começo e cada dia mais próximo do final. "
Ninguém pensa que coisas ruins vão acontecer. Mas eu estava preparado e me certifiquei de ficar longe o bastante para que ninguém despreparado viesse chorar para cima de mim.
BEM LONGE
“Vai longe, na memória da distância”
A recordação que assim teve validade
E dá vontade de arrancar da saudade
O amor que outrora era de relevância
Suspiros me invadiam em quantidade
No sussurro da solidão, sem elegância
Largando a quietude sem importância
Em um versar devorador. Ó Piedade!
É que andava no silêncio tão poente
E nos versos de cântico tão ausente
Sem apreço, sensações, significância
E aquela rosa que ficou na lembrança
Do tempo, então, deixo-a de herança...
Bem longe, na memória da distância!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 setembro, 2022, 17’45” – Araguari, MG
paráfrase José Antônio Jacob
Amar é como saber voar ou como se respira. Quando está longe dela, pode sentir o frio na barriga. Sente o gosto. E quando estão juntos, é como… é impossível pensar, por um segundo, que alguém esteja se divertindo tanto no mundo.