Talvez
Digamos que eu goste de te ver sorrir
E digamos que, talvez, eu goste da sua companhia
E então talvez, só talvez, com essa carta ou com esse "presente" eu possa ver o teu sorriso mais uma vez
E então talvez teremos uma desculpa pra conversar
Uma desculpa totalmente esfarrapada mas ainda sim uma desculpa
Talvez possamos ficar mais próximos com o tempo
Como disse, gosto da sua companhia
Gosto de estar ao seu lado em qualquer situação
As coisas parecem ficar mais leves
Claro que tudo isso hipoteticamente falando
Mas, não que seja verdade, só ainda nesse cenário hipotético
Eu gosto do teu sorriso
Gosto porque também me faz sorrir por dentro
Na verdade tudo o que você faz acaba me fazendo rir
Desde a brincadeira mais besta até algo não proposital
Por fim digamos que essas hipóteses não sejam só meras hipóteses
E no fundo você sabe disso
Não sei
Quem sabe talvez
Talvez eu não perceba o tempo lá fora, posso ficar tão distante em meus pensamentos que nenhuma voz me tocaria.
Queria ter o poder de prender sua atenção pelo máximo de tempo possível. Um dia talvez seja capaz disso. Agradeço por deixar eu te ouvir.
Hora luto pela vida
Hora quero minha morte
Hora espero pela vinda
Hora espero pela sorte
Talvez a vida nunca vença
Talvez a morte ainda demore
Talvez a vinda nunca chegue
Talvez a sorte ainda me note
Uma hora talvez
"Talvez eu seja uma garota no corpo de um garoto, porque é tudo contraditório: mulheres falam que homens não têm sentimentos, homens não prestam. Talvez eu não seja um homem, porque todas essas palavras não me descrevem."
Talvez
Talvez, eu possa vir a te esquecer.
Posso eu te ver, e fazer de conta
que não te vi.
Quem sabe eu passe a viver sem de ti.
lembrar.
Poderei a tudo isso fazer?
Certo que não.
Posso sim, vir a te amar mais,e certeza disso
eu tenho
Certeza maior é a de que nenhum talvez possa
vir a existir ou acontecer.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista (Aclac)
Membro Honorário da A.L.B - São José do Rio Preto - SP
Membro Honorário da A.L.B - Votuporanga - SP
Membro da U.B.E
Talvez eu só tenha medo, de estar sempre preocupada se dessa vez vai dar certou ou se vai acabar bem, as pessoas sempre falam para eu persistir e não desistir, mas eu sempre acabo desistindo, por causa do medo, e fico me sentindo uma fracassada.
Queçá
"Queçá um dia, ei, hei de ousar. Ouso falar que me calar. Eis-me aqui, meu amor. Ouvi tua prece e, num primeiro derramar de lágrimas, venho cá. Meu amor, venho cá. Por mais que não estejas perto, hei de me importar. Não, senhora querida, não me importunas. Tu és aquele lindo nascer do sol e o aconchego do meu coração nessa canção querida. Quero que me queiras assim como te quero, e hei de te querer mais e mais, pois tu és o meu viver e a minha paz. Meu coração canta, canta com desejo. Vem e me dá um beijo, pois já não quero nada, nada sem você."
POETAR
Ser poeta é, por sua vez,
questionar os inúmeros “porquês”;
é roubar do tempo a rapidez
e querer o que a vida desfez.
É expressar os gritos da mudez
e fazer ouvir ruídos na surdez;
é ver no translúcido a nitidez
e saborear o doce da acridez.
É tatear o morno da tepidez
e transformar a frieza em calidez;
é despir de pudor toda nudez
e despertar a libido da frigidez.
É desembaraçar-se diante da timidez
e agigantar-se em pequenez;
é fartar-se em plena escassez
e permitir inquietação à placidez.
É tratar com suavidade a rispidez
e converter indelicadeza em polidez;
é fazer da aspereza maciez
e revelar humildade à altivez.
É propor prudência à insensatez
e buscar a cura para a morbidez;
é estar sóbrio de embriaguez
e mostrar-se demente de lucidez.
É dotar a estagnação de fluidez,
e extrair as cores da palidez;
é dar às vontades humanas solidez
e aos corações empedernidos flacidez.
E nas linhas que no papel se fez,
rascunhar, com leveza e avidez,
os desalinhos da alma, de vez,
com todas as certezas de um talvez.
(Selecionada no “5 º Concurso Nacional de Poesia”, da cidade de Descalvado-SP, e publicado na coletânea “Marcas do Tempo VIII”, no ano de 2006)
Talvez o que você acredita não seja verdade, e talvez nem seja verdade outras verdades que te fizeram optar por uma.
Talvez
Talvez deveria ter sido mais afetuoso enquanto tivera tempo, não me lembro mais do nosso último aperto de mão. Um abraço, nem se fala, acredito que nunca houve, exceto quando entrava em desespero querendo algo, que não estava em seu alcance. Mas não há culpados, é a cultura de uma família sob domínio das entranhas viscerais da timidez, do medo e da insegurança. Acredite ! Nunca fora falta de amor.
Não me viu antes do seu último suspiro, como também não a vi. Não sei quais foram suas últimas palavras, porque o meu ofício , meu trabalho não deixara. Mas a convicção que tenho, é que se lá estivesse, também de nada saberia , porque de tanto a vê-la sofrer, o desespero seria tão avassalador, que de angústia morria.
A sensação que fica, é que os olhares trocados entre às pessoas que se amam deveriam ser sempre prolongados e afáveis. As frases ditas uns para com os outros deveriam serem encantadoras. Tudo deveria ser bem intenso como se fosse a última vez.
231222II
UM TALVEZ
Sempre quis ter no afeto aquela felicidade
Recanto em que minh’alma estaria pausada
Deparasse, afinal, com a fé da cumplicidade
Demorando em uma longa e jovial jornada
Um sorriso virtuoso, assim, com verdade
Aquela palavra certeira e tão enamorada
Em que o coração pulsa cheio de amizade
E, tem caseira e boa conversa descansada
Ah, como é bom ter o alguém confidente
O que nos dá ouvido, os de beijo ardente
Consolo ao amor, e nele me completasse
Um talvez, mais de um, nenhum exato
Frechado pelo cupido, e fosse de fato
Pleno, sem que eu mais o procurasse!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/12/2020, 18’57” – Triângulo Mineiro