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Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
Se o imposto no cigarro é para desestimular o uso do fumo. O Imposto de Renda é para desestimular o trabalho?
Quando uma pessoa consegue identificar um talento, uma habilidade, um dom e transformar isso numa fonte de renda, não existe mais crise na vida dela.
Promover justiça social e equalizar a distribuição de renda é uma ação necessária e urgente e não uma prática comunista.
"Renda-se, como eu me rendi...
Entregue-se sem medo, sorria sem motivo, seja o que quiser ser. Aproveite as oportunidades e permita-se ser feliz. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
DECLARAÇÃO DE MALES
Ilmo. Sr. Diretor do Imposto de Renda.
Antes de tudo devo declarar que já estou, parceladamente, à venda.
Não sou rico nem pobre, como o Brasil, que também precisa de boa parte do meu dinheirinho.
Pago imposto de renda na fonte e no pelourinho.
Marchei em colégio interno durante seis anos mas nunca cheguei ao fim de nada, a não ser dos meus enganos.
Fui caixeiro. Fui redator. Fui bibliotecário.
Fui roteirista e vilão de cinema. Fui pegador de operário.
Já estive, sem diagnóstico, bem doente.
Fui acabando confuso e autocomplacente.
Deixei o futebol por causa do joelho.
Viver foi virando dever e entrei aos poucos no vermelho.
No Rio, que eu amava, o saldo devedor já há algum tempo que supera o saldo do meu amor.
Não posso beber tanto quanto mereço, pela fadiga do fígado e a contusão do preço.
Sou órfão de mãe excelente.
Outras doces amigas morreram de repente.
Não sei cantar. Não sei dançar.
A morte há de me dar o que fazer até chegar.
Uma vez quis viver em Paris até o fim, mas não sei grego nem latim.
Acho que devia ter estudado anatomia patológica ou pelo menos anatomia filológica.
Escrevo aos trancos e sem querer e há contudo orgulhos humilhantes no meu ser.
Será do avesso dos meus traços que faço o meu retrato?
Sou um insensato a buscar o concreto no abstrato.
Minha cosmovisão é míope, baça, impura, mas nada odiei, a não ser a injustiça e a impostura.
Não bebi os vinhos crespos que desejara, não me deitei sobre os sossegos verdes que acalentara.
Sou um narciso malcontente da minha imagem e jamais deixei de saber que vou de torna-viagem.
Não acredito nos relógios... the pule cast of throught... sou o que não sou (all that I am I am not).
Podia ter sido talvez um bom corredor de distância: correr até morrer era a euforia da minha infância.
O medo do inferno torceu as raízes gregas do meu psiquismo e só vi que as mãos prolongam a cabeça quando me perdera no egotismo.
Não creio contudo em myself.
Nem creio mais que possa revelar-me em other self.
Não soube buscar (em que céu?) o peso leve dos anjos e da divina medida.
Sou o próprio síndico de minha massa falida.
Não amei com suficiência o espaço e a cor.
Comi muita terra antes de abrir-me à flor.
Gosto dos peixes da Noruega, do caviar russo, das uvas de outra terra; meus amores pela minha são legião, mas vivem em guerra.
Fatigante é o ofício para quem oscila entre ferir e remir.
A onça montou em mim sem dizer aonde queria ir.
A burocracia e o barulho do mercado me exasperam num instante.
Decerto sou crucificado por ter amado mal meu semelhante.
Algum deus em mim persiste
mas não soube decidir entre a lua que vemos e a lua que existe.
Lobisomem, sou arrogante às sextas-feiras, menos quando é lua cheia.
Persistirá talvez também, ao rumor da tormenta, algum canto da sereia.
Deixei de subir ao que me faz falta, mas não por virtude: meu ouvido é fino e dói à menor mudança de altitude.
Não sei muito dos modernos e tenho receios da caverna de Platão: vivo num mundo de mentiras captadas pela minha televisão.
Jamais compreendi os estatutos da mente.
O mundo não é divertido, afortunadamente.
E mesmo o desengano talvez seja um engano.
Paulo Mendes Campos, in O amor acaba
Fins para ir a escola: bolsa escola, bolsa família, renda cidadã, vale gás, bicicleta e o lanche. Menos o principal: estudar.
Uma das formas mais eficazes de aumentar suas economias não é aumentando sua renda, mas, sim, a sua humildade.
Quando você tem pouco conhecimento e habilidade você vende o seu tempo e recebe por hora.
Quando você tem muito conhecimento e habilidade você vende solução e recebe por resultado.
Há uma grande dificuldade em fazer críticas à elite econômica do país, pela falta de uma distribuição mais justa da renda, porque aquela pessoa que tem um carro popular financiado em cinco anos, que paga o financiamento em trinta anos de um apartamento de no máximo 40 m2, que tem um plano de saúde que não lhe dá quase direito a nada além de internação nas enfermarias de poucos hospitais e que trabalha como PJ (sem direito trabalhistas), mas cumprindo uma jornada estabelecida pela "tomadora de seus serviços", essa pessoa acha que faz parte da "elite" e que as críticas são para ela também.
Então, esta pessoa defende com unhas e dentes privilégios que ela pensa serem seus, mas que não são ou então os defende mesmo sabendo que não são seus, na esperança de que um dia possam ser, mas se esquece que vivemos em uma sociedade onde poucos têm a oportunidade de ascenderem socialmente justamente porque aqueles verdadeiramente privilegiados não abrem mão do que têm para, quem sabe, diminuirmos a desigualdade social.
É um círculo vicioso mantido pela falta de consciência de classe de uns e a falta de empatia de outros.
Enquanto as favelas forem exclusivamente um problema deles, as comunidades de baixa renda e oprimidas, sociologicamente falando, vão invadir, pouco a pouco as suas lindas praias na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro.
"Estar preparado para declarar seu imposto de renda no início do prazo é uma das estratégias para seu sucesso financeiro"
Intelectuais companheiros não são comunidades de baixa renda...como veem de longe. São na verdade miseráveis trabalhadores, favelas e favelados.
Para que o Brasil cresça não é necessário cercear direitos; sim, reduzir privilégios. Sem tratar a ferida, não há nenhum corpo que subsista. E a ferida dessa nação se chama desigualdade social.
Acredito em politicas publicas não só assistencialistas para remendar de forma precária as parcelas jurisdicionais não alcançadas a população por parte da maquina publica e muitas vezes mau dinamizadas a fundo financeiro perdido. Creio em politicas publicas sustentáveis pelo pensamento neo-liberalista, como ferramentas de contemplação, ajustes, promotora de trabalho e renda para os setores esquecidos e mais sofridos da sociedade. Divergente disto a politica econômica implementada no Brasil nos últimos anos visou equivocadamente o foco em tributos, arrecadação e índices financeiros, que não retornam de nenhuma forma em beneficio as camadas mais pobres da população. A população de uma forma geral precisa de credito pois é naturalmente empreendedora. Cada vez mais inova se em busca de ocupações e trabalhos pois já percebeu que o emprego é um modelo extinto e ultrapassado. Mas para isto acontecer precisa de um minimo de capital a custo barato para desenvolvimento das novas ideias. Um lugar onde o empréstimo financeiro via agiotagem criminosa tem juros mensais bem menores que os praticados de forma livre pelas seis únicas e principais instituições financeiras do mercado nacional, reafirma a polarização de grandes oportunidades, ganhos e crescimento, só para os grandes empresários e para os banqueiros.
Em economia sustentável sabe se que hum trabalhador vale e sempre valerá bem mais que dez moedas de ouro em uma gaveta.
A Justiça da mesma forma que a Saúde deveria ser garantida pelo Governo para todos, independentemente da renda de cada um. No atual quadro social, leva vantagem os pobres que podem fazer uso da assistência jurídica gratuita e o ricos que não têm receio de perder a causa e arcar com os custos da parte vitoriosa. Os cidadãos de renda intermediária, muitas vezes se excluem da proteção judicial porque não além dos honorários do próprio advogado têm, em caso de derrota, arcar com os honorários do advogado da outra parte. Justiça para todos e fim de honorários para advogados que passariam a ser funcionários públicos, a exemplo do ministro do Supremo Tribunal e outros.
É necessário um investimento maciço em educação no Brasil, a fim de que a maior parte da população, que está excluída dos processos de produção e de consumo, possa ser integrada à minoria que a tudo consome.
16 de abril de 1985