Tag pavor
Não é o fato de você ter mentido para mim, e sim o fato de que já não posso mais acreditar em você, que me apavora.”
Pela primeira vez saboreei a morte, e ela tinha um gosto amargo, pois é nascimento, é angústia e pavor ante uma renovação aterradora.
(Demian)
Fomos nos habituando, de tal modo que passamos a pactuar com a tragédia, aceitando-a como cotidiano. Me espanta essa capacidade de acomodação da mentalidade, sua adaptação ao horror. Acredito que a gente possua um componente de perversidade que nos leva a encarar como normal esse pavor, a desejá-lo, às vezes, desde que não nos toque.
Segunda-feira, manhã chuvosa
Levanto da cama, pés ao chão frio
Coração batendo devagar,
Como quem nada espera,
Sereno e repetível.
Abro as janelas do quarto,
Olho lá fora
Calmaria de uma manhã nublada,
Pavor de uma dia sombrio,
Mas aqui dentro,
Aah, aqui dentro...
O desejo de desabrochar
Como aquele flor que de longe fica ainda mais bela com o orvalho.
Don't leave me
A minha ansiedade me faz pensar que eu preciso terminar meu namoro porque eu não sou bom o suficiente pra minha namorada e que logo, logo ela que vai terminar.
A minha ansiedade me convence de que ela está me traindo só pelo simples fato de eu ser insuficiente
A minha ansiedade me convence de que eu sou desinteressante e descartável, como já me disseram antes.
Me convence de que todo amor que eu tô recebendo pode acabar e mais uma vez eu vou ficar sem ninguém.
A minha ansiedade me faz criar paranoia, me faz chorar e desconfiar sem motivo.
A minha ansiedade me afeta em todos os momentos.
Me faz pensar que meus amigos nunca estarão do meu lado quando eu precisar.
A minha ansiedade me faz querer fazer tudo de errado até esse errado me matar.
Minha ansiedade me persegue desde sempre.
São poucos que sabem, poucos que estão realmente ao meu lado, mas em meu pensamento esses poucos que estão ao meu lado já vão me abandonar, desde um lindo amor até um grande irmão, ou até mesmo uma grande família de amigos.
Quero todos ao meu lado, mas meu medo, minhas paranoias, minha ansiedade estão dizendo que irei ficar sozinho e, se eu não ficar sozinho, agradecerei, pois terei vencido essa maldita ansiedade, mas enquanto isso não acontecer... (Don't leave me)
"Quando de cara com o desconhecido, é imperativo entender e aceitar que mesmo se estiver apavorada, nem sempre é o momento de gritar e se tiver paciência de esperar, o silêncio pode dizer e ensinar muita coisa. "
Kate Salomão
Temos pavor da morte não porque é desconhecida, mas porque nos obriga a confrontar nossos maiores remorsos.
Troque seu medo pelo meu respeito;
Troque sua insegurança pela minha confiança;
Troque seu pavor pelo meu amor;
Troque seu trauma pela minha alma apaixonada;
Troque seu receio pelo meu desejo;
Troque sua aflição pela minha paixão;
Troque sua escória pela nossa história!
“Nem todo susto se torna pavor, o melhor é respirar fundo, tomar o controle e só então reagir para não sofrer coação. Precipitação pode aumentar a ameaça e impossibilitar negociação”.
Cassia Guimarães
O que temos visto de um lado é muita solidão mesmo estando o sujeito na companhia de muitos e doutro lado temos aqueles que tem pavor da solidão por não suportarem a companhia de si mesmos.
Saudade é meu pavor sempre que meus olhos ficam mareados ao lembrar de teu nome. Tens noção de que dor seja essa?
É como se explodisse dentro de mim, tudo o que eu sou e eu me dilacero e logo estou esmiuçado, em pó. Um peso na garganta me sufoca o choro e sinto uma dor no peito. E eu te escrevo mesmo sabendo que meus versos são de lama.
Só você desmancha meu sorriso tênue e pinta nos meus lábios um sorriso avermelhado.
Teu nome hoje me feriu, cada fonema dele roeu meus ossos frios, mas ainda assim, teu nome é a canção que eu ouço em mil tons e não me canso jamais, tu és minha música preferida, a sinfonia mais perfeita.
Queria eu poder esbravejar aos quatro ventos, aos meus demônios, à toda essa galáxia, o que meus olhos, minhas sombras, minhas palavras dizem, mas assim saíria de mim tempestades e raios.
Eu vejo em você, meus sonhos. Vejo um amor tão puro quanto o céu, o amor nunca é exagerado e amar nunca é demais. Não sei nada sobre o amor, mas o meu amor, ah, meu amor é teu agora, para sempre e mais um dia.
Hoje eu acordei chamando teu nome, procurando teu colo, teu abrigo, teus seios. Não vou te abandonar jamais.
E caso você não tenha entendido os mistérios semeado embaixo dessas palavras, vou te explicar com grito silêncioso:
EU AMO VOCÊ!
Invoca em mim um desejo indomável
Toca meu corpo e em suas mãos se vão toda dor
Viro-me pra você...
Retribuo ...
‘Para!’ Diz você.
‘O que sentes, meu amor?’ Eu indago.
Passo pra ti todo medo e pavor.
Desencrava (dor)
Duas únicas letras
Que muito querem dizer
São expressões de dor
Que alivio tenta trazer
Não existe outro dito
Que consiga apaziguar
Este momento insano
De profundo mal-estar
Ai, este desejo de sanar!
Reza, prece, petição
Só a raiz do sofrimento
Justifica a intenção.
Símbolo de dor
Grito de pavor
É o som do fim
Ai, aiai de mim.
Enide Santos 05/05/15
Mãos que choram
São as mãos quem guardam
o semblante da dor.
Envolvendo a face
Subordinando-se
ao mais profundo clamor.
São as mãos quem amparam
gota a gota a dor.
Afastando as lágrimas que nascem
como quem destrói o pavor.
São a mãos que anseiam
Atracar-se com a dor.
E unidas conclamam
misericórdia ao Senhor.
Enide Santos 05/08/14
Eu não tenho vergonha de mudar de opinião, não tenho medo de encarar a realidade, não tenho pavor da verdade. Meu pavor é não ter a oportunidade de me libertar das minhas prisões, meu medo é passar a vida inteira me enganando, pois vergonhosa mesmo é a ilusão.
PAVOR
Os jabutis andarilhos corriam corriam. Baixava a cotovia, os lustres arranhavam a lua e o anu melindroso em porfia dilacerava o meu sentimento. Coração tum-tum, a caneta rejeitada, lábios caudalosos e tímidos escondiam os rastros das palavras não ditas. Eu tentei desbaratar as sesmarias usucapidas, tentei romper as possessões várias, o latifúndio de tua presença. Eis que sou errante, errante num verbo imperfeito.
Levantas, abres a porta, apagas a luz. Fico aqui! Fantasmas colados na aldraba. Os jabutis andarilhos corriam corriam. Meus cílios aposentaram. Jabutis jabutis oblíquos e dissimulados. Minhas pupilas se enterraram. Amargas a cotovia, vives anu: sois dia!
TOLERO MEUS NAUFRÁGIOS
"Tolero meus naufrágios
Tentando estancar meus emolumentos
E calibrar rumores sobre astros
Que sucumbem diante dos tormentos dos voos.
Circulo na causticidade imortal,
No pavor de fixar-me corpórea e envaidecida,
Não querendo orbitar no fogo de inúmeras corridas,
E sugo o instrumento da verdadeira sombra
Que anseia por constipar meus cânticos
E comprar-me encardida sob arco-íris arbóreos."
CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES