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Vida
Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas
que eu nunca pensei que iriam me decepcionar,
mas também já decepcionei alguém.
Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
e amigos que eu nunca mais vi.
Amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.
Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
e quebrei a cara muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).
Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida.
E você também não deveria passar!
Viva!
Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é muito para ser insignificante.
Exagero? Ah, não sei não. Estou numa época que prefiro um bom sapato a um homem mais ou menos. Pelo menos sapato aumenta minha autoconfiança e eu sei exatamente aonde ele irá me machucar.
MEDITAÇÃO DO DUQUE DE GANDIA
SOBRE A MORTE DE ISABEL DE PORTUGAL
Nunca mais
a tua face será pura limpa e viva,
nem teu andar como onda fugitiva
se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.
Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
do teu ser. Em breve a podridão
beberá os teus olhos e os teus ossos
tomando a tua mão na sua mão.
Nunca mais amarei quem não possa viver
sempre,
porque eu amei como se fossem eternos
a glória, a luz e o brilho do teu ser,
amei-te em verdade e transparência
e nem sequer me resta a tua ausência,
és um rosto de nojo e negação
e eu fecho os olhos para não te ver.
Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
Nunca mais te darei o tempo puro
Que em dias demorados eu teci
Pois o tempo já não regressa a ti
E assim eu não regresso e não procuro
O deus que sem esperança te pedi.
Sophia de Mello Breyner Andresen
No Brasil, cultivamos o estranho hábito de analisar Música sem conhecer Bach, de discorrer sobre Filosofia sem ler Nietszche, de tratar do Capitalismo sem avaliar Marx, de preceituar Direito sem observar Celso Bandeira de Mello, de elucubrar sobre Educação sem estudar Paulo Freire, e, sobretudo, de discutir Política sem entender Orwell ou Galeano.
Logo, enquanto preferirmos a mídia aos livros, como fonte de informação, restaremos fadados ao analfabetismo político.
Canto translírico
Eu canto teu canto,
tu cantas comigo.
Eu canto um pranto
se dividido contigo.
Eu canto.
Eu canto o tempo
que me resta
nos teus olhos.
Eu canto a sina
tua, minha
nos meus versos
findos.
Eu canto ainda.
Enquanto muitos se esforçam para ter, eu prefiro me esforçar para ser, pois tudo no fim é vão e o que realmente vale é alma.
Quando sonhei com o futuro, pude ver alguns sorrisos de jovens que não têm motivo nenhum para sorrir. Sei que eu e você reclamamos de coisas bobas. Enquanto isso, há famílias que clamam para que não venha água do céu, assim, não tem nenhum risco de abalar a estrutura de uma casa que é feita de madeira e que tem alguns detalhes do acabamento com papelão.
Lágrimas e Solidão
Quando tudo for escuro
Num labirinto inseguro
Quando a presença vira saudades
Quando a tristeza for a verdade
Quando as lágrimas e a solidão,
tomarem conta do meu coração...
Eu não irei viver
Vou apenas existir
Sem vontade para nada
Nem se quer vou sorrir
Vou apenas chorar
Apenas chorar...
A Sophia de Mello Breyner
Aquela madrugada que irrompeu em nós
*“dia inicial e primeiro”,
esses ventos anunciando germinação
aquela madrugada em que das cinzas renascemos
Sophia,
repousa-me na garganta em estilhaços.
Aquele hino que ao colo do meu Pai
há décadas ansiado
sorrindo cantarolei.
Aqueles belos cravos vermelhos
a transbordar sangue fervilhante
de mim
hoje são farpas rasgando-me as entranhas
toda a quimera que inventei.
Aquela madrugada algures já perdida
é como um denso nevoeiro
onde ouço o grito da fome
do meu Irmão
a sussurrar clemência pelo chão.
Passa por ele tanto capitalista
mas nenhum lhe estende a mão.
Cegueira instalada e brutal
desdém!
Pobreza mais miserável que a própria fome
é a condenação à mesma!
Tal qual uma manta de retalhos
velha e dolorida.
Fomos vendidos
hipotecaram nossas vestes
cobrindo-nos de maldição e vergonha.
Vertem lágrimas
os craveiros vermelhos que gritaram
no peito daquela madrugada
repousa tu aí sabedoria eleita,
teu leito de Liberdade.
Eu permaneço pela enseada
nas asas de uma gaivota
cantarolando como se ainda estivesse
ao colo do meu Pai.
(*Sophia de Mello Breyner)
© Célia Moura (2015)
A diversão da vida é não seguir todas as regras,o lega da vida é não respeitar todas as regras o bom da regras é ter o direito de não aceitar todas elas
NO AMOR HABITAM TRÊS PESSOAS: DEUS, VOCÊ E EU!
O amor é um sentimento que transforma uma pessoa comum na melhor pessoa do mundo, é o sentir sem igual, é amar e se amar, é desejar que o momento presente nunca se acabe, é o mais perto de Deus que alguém pode estar, pois é no amor que o Senhor habita e nos permite habitar.
Uma vez um certo garoto me contou que algo procurava, por mares viajava e que para ele era muito importante. Estava sempre a procurar, mas realmente era muito dificil de encontrar, ninguém tinha ou ao menos sabia explicar. Ele sempre dizia que iria tentar buscar e recomeçar, o quanto precisasse não importando seu fraquejar. Muitas vezes enganado e ferido se colocava a orar, e seu Pai sempre lhe pedia calma, pois sua vez iria chegar. Bastava respirar, acreditar e continuar a velejar. Em confissão de amigo me falou do perigo que era amar. E me disse que as coisas bonitas, nem sempre infinitas, a todos deveriam alcançar. E então logo partindo foi a se sujeitar. Em um dia de outono, sem rumo e sem dono sentou-se aos pés de uma árvore a pensar, em como seriam seus dias se uma utopia vivia e mais longe deveria estar. Certo dia um livro perdido e encontrado mudou este verso com enigmas perdidos para ele então desvendar. E desde este evento encontrou a motivação que estava a buscar. Voltava a sorrir, e se sentia feliz por assim estar; que também tinha seus receios, mas que era bem diferente e não iria recuar, de frente iria ficar, em um simples complexo, sem se preocupar. Meus conselhos ao garoto foram sóbrios, até cheguei a lhe alertar, mas quem disse que ele iria me escutar? Ele cantarolou e escreveu, deste livro leu e um mapa foi a pintar, e sua mente em moradia finalmente se fez um lar. E então contava os minutos para novamente em suas páginas estar. Perdeu a conta de quantas vezes pensou em sua escrita e sentiu sua falta de verdade em ansiedade. Contentou-se em sentar a sua espera, com seu presente em mãos e a viola no chão, sentia um vão. Na luta contra o tempo não há argumento então, já em seus aposentos veio a repousar. Logo o garoto tornava a velejar. Eu sei que ele não me ouviu e nem me ouvirá. E no fundo, realmente no mar mais profundo eu sei que a si mesmo ele encontrará. E nunca mais voltará ao solo, nem por um segundo, não. E eu então saberei realmente que ele sempre teve razão.
já não sei se acredito na mágica de um pensamento. Não sei se o tempo transforma a fé em realidade. Isso muda muito o meu rumo, me lançando a outras prioridades, me afastando deste mar de emoções confusas , incompreendidas que alimentavam minha expectativa de um futuro lúdico, estereótipo que nunca alcanço. Não posso mais confiar no que sinto, reduzindo o amor dedicado que com sua força supera defeitos, reclama direitos e toda hora escapa sem ecplicação. O bom da vida terá outro gosto, que não salobro de lágrimas secas, de mente formatada que já não espera notícias suas, que pouco se importa com esta batalha do teclado que ousa continuar a teclar deletado por vc que para sempre irá se esconder das verdade que nunca ei de conhecer enquanto o orgulho dominar seu voração.
Eu nasci num lugar tão distante
Lá no fundo de Mato Grosso
Já passei muita vida difícil
E a tristeza me causa desgosto
Hoje vivo morando num sitio
Noites escuras de céus azuis
Cidade maravilhosa
Querida Ribeirão do Sul
O mal sempre anda contente com seus feitos.
O bom sempre com algum desagrado.
O raciocínio do mal é fazer o que lhe agrada e convém
Com isso anda satisfeito.
A honra do bom moço fica em desajeitar o mal.
A mesma honra o deixa rebelde
Em querer ser livre e somente dele o seu caminho.
Ao mais velho, que quis passar também por esse caminho, perdeu na memória a honra da revolta.
Enquanto o jovem com rebeldia se tornou homem, o homem sem honra o que se tornará ?