Tag jazz
Me perguntam porque amo tanto a dança? E a resposta sempre é a mesma, mesmo em meio a dores, machucados, lesões e etc, ela nunca me decepciona, ela nunca me deixa. Afinal, a dança é parte de quem eu sou.
Se apaixone por alguém, que além de gostar de jazz e Pearl Jam, também peça pra você ficar mais um pouquinho.
Meu maior medo é morrer sem que ninguém saiba de alguma contribuição que eu tenha dado para a criação musical.
RECOMEÇO
Uma visão, uma mão sobre o vidro da janela.
Um pensamento alheio, longe, vago, distante
Um destino a ser traçado, uma nova vida a ser definida
Olhos distantes buscam o vazio. Vidas não vividas.
É noite. A cidade acordara. O breu lá fora apavora
Às luzes ultrapassam as cortinas que através do vidro emolduram a sala
O medo ficou do lado de fora. É tempo de repensar, de ir além
O que estava guardado a sete chaves e o que estava oculto vieram à tona.
O Jazz toca na vitrola. A nostalgia se fez presente.
O passado trouxe lembranças de um tempo que desconhecemos
E que precisava ser vivido hoje. Resquícios de uma vaga lembrança. Um filme.
Nossa música, um vinho na taça, um brinde, uma dança.
Uma caneta esquecida no móvel da sala. Um pedaço de papel sobre a mesa
História para contar. Relatos que nem lembrávamos de que um dia fez parte
Da nossa história. Vem. Chegou a hora. Precisamos revirar as páginas
Recomeçar. Reescrever. Reinventar ou talvez deixar acontecer.
A madrugada se despede neste momento e eu preciso partir.
O que precisava terminar, o tempo se encarregou de levar
Um novo período irá começar. Uma nova porta irá se abrir.
Uma nova chave no chaveiro. Um novo tempo e uma nova escolha.
Quando dançamos um solo, nos preocupamos sempre conosco, se errarmos prejudicamos a nós mesmos, e levaremos uma dor para sempre ou apenas a deixaremos num lugar no esquecimento, mas que se recordarmos doerá muito.
Mas, quando dançamos um duo, a responsabilidade é extrema, nunca podemos dançar e esquecer que tem alguém ali do nosso lado, nosso Partner é nosso companheiro, nosso amigo, nosso apoio naquele momento. É ele/ela que nos suporta quando estamos estressados, com medo, e até mesmo vergonha de algum movimento "ousado". E se nos mantermos "distante" dele/dela e errarmos, não será apenas uma dor individual e sim será uma dor que nunca cessará, porque por sermos egoístas prejudicamos nosso parceiro, que no final das contas é nosso amigo. Então, pensem quando dançares um duo seja clássico, jazz ou outra modalidade, se entregue por completo. Se deixe aberto(a) a novas experiências, deixe-se fluir, escute as dicas que seu treinador ou até mesmo seu parceiro dá, eles sabem o que é melhor naquele momento, deixe a paixão, o desejo, o amor, ou até mesmo a raiva, afinal ninguém sabe a temática da coreografia, deixe-se ser guiada(o) pelo sentimento. Dê abertura, pois dando abertura e se entregando por inteira(o) de corpo e alma, sentirá a maior emoção de todas, e jamais tenha pudores, pois ao mesmo tempo que você pode ter vergonha de algo seu parceiro também pode ter, mas mesmo assim ele tá ali para o que der e vier.
Dedico esse texto ao meu Partner e ao meu Treinador.
Sou um extremista
No inverno como sorvete
No verão chocolate quente
Faço de mim um solo improvisado de jazz
Toco notas belas e notas tortas
Marco encontros com o acaso, sussuro e grito dentro e fora do tom
O que importa é o momento, a emoção
Teu Jazz
esses dias são assim
terrivelmente assim
têm nuvem, sol
e, às vezes, chuva
nesses dias
assim
terrivelmente assim
uma música sempre toca
e o coração se entoca
aqui
nem samba
nem bamba
só teu jazz
me traz paz
JAZZ
Ah moço, eu não sou pra você.
Sou do tipo que mata por amor, tem veneno no lugar do sangue é um coração grande demais pra alguém suportar.
Sou pior que seus vadios, engano mais que políticos e pertenço ao mundo.
Tenho uma trilha Cheia de vida e posso até apresenta-la a você, mas não tenho como carregar você até meu último suspiro.
Sou o rapaz elegante da cerimônia de casamento mas não sou o noivo . Nunca serei.
Não tente me entender só aceite que alguns vieram pra viver com você, outros só viver.
Bailarina que surge na madrugada
Exibindo sua técnica sem dar risada
Seus olhos verdes minha tentação
Sua boca carnuda minha perdição
Bailarina que invade o meu pensar
Suspensa no ar me faz almejar
Como seria te conhecer
Como seria te entreter
Bailarina dos olhos verdes do inferno
O conhecido buraco abismo eterno
Me faz pecar só de olhar
Me faz pecar por desejar
Bailarina da internet libertou a fera
Bailarina do Instagram se torna a Bela
A verdade descrita
Bailarina está sumida não quer papo com ninguém
Quer que todos a olhem, talvez procure alguém
Não faz questão de dar satisfação
Não me chama pelo nome e nem faz questão
Linguagem direta chega ser dolorida
Parece que carrega até um rei na barriga
Não olha meu story e nem curte meu feed
Só apenas seguidor um baba ovo que triste
Talvez seja receio pelo um passado conturbado
Nos faz andar cabreiro e também desconfiado
Nos dia de hoje quem manda poesia
Qdo vê uma coisa bela que irradia o seu dia
É o necessário para um laço em construção
Um passo de abertura um aperto de mão
A verdade que não sei como é seu dia a dia
Talvez esteja ocupada talvez se nem queria
É qual o problema se vc me ignorou
Nunca conversamos vc não sabe que sou
Todo seu direito talvez seja intocável
Cuja mais bonita ela é indispensável
Talvez seja única a menina mais bela
Do futuro do milênio a linda Cinderela
Melhor acreditar que é dor de rejeitado
Que é carente de atenção e queria ser notado
Papo de babaca e de nego fracassado
Só pq não foi escolhido e nem desejado
A baixa estima consome sua alma
Te empurrando para baixo machucando com calma
Qdo dou conta era tudo em minha mente
Nunca nem conheci e nem vi pessoalmente
Bailarina bonita dos olhos de mel
Vc é uma desconhecida que menciono no papel
É por isso que eu gosto de jazz. Não é algo óbvio. E, às vezes, pode ser meio desagradável. Mas é expressão pura. E costuma ter um equilíbrio.
Gosto de ler livros de romances clichês, tomando meu café quentinho logo pela manhã fria e dengosa, me aconchegando entre meu cobertor, ajeitando o meu cachecol, e vestindo minhas mãos com luvas, enquanto escuto um belo Jazz de fundo.
Apenas esperando o momento para escrever sobre o meu romance.
De alguma forma, eu suspeito que, se Shakespeare estivesse vivo hoje, ele poderia ser um fã de jazz. Ele gostaria da combinação de espírito de equipe e informalidade, de conhecimento acadêmico e humor, de todos os elementos presentes em uma grande performance de jazz. E eu tenho certeza de que ele concordaria com a afirmação simples e axiomática que é tão importante para todos nós: se soa bem, é bom.
Era um bom menino que um dia sonhou
Em ver o seu pai dançando rock n' roll
Comprou uma guitarra e começou a dedicar
Todo o seu tempo só pra ver seu pai dançar
Tocou samba, tocou jazz mas não adiantou
Até que um belo dia o pai gritou
Toca, toca, toca rock n' roll
Aqui Jazz
O vizinho da direita gosta de pagode
O da esquerda, funk.
Eu, headfone colado no ouvido.
Vou de Dave Brubeck.
Take Five a todo volume
Aqui jazz
Já me disseram que os maiores músicos são os eruditos,
Com suas orquestras e sua disciplina incomparável,
Já me disseram que os maiores músicos são os do Jazz,
Com seus improvisos espetaculares,
Já me disseram que os maiores músicos são os do samba,
Com sua espontaneidade sem limites,
Já me disseram que os maiores músicos são os do rock,
Com toda sua expressão indescritível,
Mas para mim, os maiores músicos são as crianças,
Que conseguem transformar
Todo aquele emaranhado
De notas pretas e fundo branco
Em um arco-íris
A revelia
Sou o poeta que escreve seus versos nos muros
artista dos becos e das vilas que declama suas dores e amarguras
sou o filho do meio, de outros tantos, criados a revelia e sem recursos por uma dona Ana ou uma dona Maria...
Na rua sou ligeiro, nem bala perdida me acha
sou rima faceira que combina em seu corpo tempo e espaço, ódio e amor, paz e guerra
sou a linha de frente da guerra, a lâmina da faca, o cano do fuzil
sou o verbo inteiro, vez ou outra partido ao meio, transformado em refrão
sou o mundo inteiro e o meu bairro
e o desespero da mãe quando falta o pão
sou a minha esperança
a ponta aguda da lança - nunca se esqueçam!
Sou o pai de família que acorda todos os dias bem cedo
e segue firme sem pedir arrego, sem desejar vida fácil.
Sou o pretinho longe do tráfico, salvo pelo passinho e pelo futebol
sou a segunda parte do hino nacional que ninguém canta:
a liberdade
os campos verdes
o lábaro que ostentas estrelado.
Sou apenas mais um filho da pátria Brasil com nome de santo
feito outros tantos Silvas nos becos, nos morros, nas periferias
apenas mais um brancopretovermelhoamarelhoíndio e favelado
renegado pelo sistema, vestindo preto por fora e por dentro.
Uma blusa branca
poliéster
com tentativa falha de regata
no fundo
com outras roupas perdidas
exalando a naftalina
e amarelada pelos dias.
Me pergunto porque não a devolvi
e já que não
porque não a usei
ao menos
para tirar poeiras.
talvez tenha sido o tecido
e minha mobília delicada.
O jazz diz
[não sobra nada do amor, baby.
a não ser roupas
alguns livros
outros objetos inúteis
que não são seus
e centenas de mensagens.
“Separa a minha blusa, Ranch
[irei buscá-la domingo”.
Hoje é dia de faxina.
Chet Baker no rádio e
arrisco passos pela cerâmica.
O beck no cinzeiro
que queima enquanto vou
ao lixo mais próximo
imitando um Jeté mal feito
a enterrei lá no fundo.
Baker
agora posso dizer
[não sobrou nada
Apenas uma casa
gloriosamente
arrumada.