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Cenas da minha janela: nascer do sol, por do sol, lua, chuva, vento, buzinas... tudo isso me faz viver!
“Quero ficar na tua sala de estar.
Que sala maravilhosa, cheia de verso e prosa,
A janela imensa, sempre aberta, dá para todo lugar...
E venta... As cortinas translúcidas, se abraçam, se enlaçam.
O perfume...de cravo, canela e limão, abre a porta pra memória entrar.
Ah... como eu amo essa sala, a tua sala de estar.”
― Gianna Cardoso
Camarote na Aldeia:
Eu morei algumas vezes de frente para o mar e também para jardins e áreas verdes. Por último, agora mudei para um apartamento no terceiro andar e vejo um mar de tetos de casas residenciais, copas de algumas árvores em ruas ainda não verticalizadas, que colorem a cortina de vidro da minha nova sala. Ao fundo, o que seria mar ou montanha, vejo arranha-céus.
Todas as manhãs ouço galos e o som das maritacas, que invadem o meu quarto e se vou até a janela, posso ver também os gatos, espreguiçando-se sobre os telhados.
Eu não sei como cheguei até aqui, mas posso dizer que a vida me deu um camarote na Aldeia, ou melhor, na aldeota.
Sim! Eu sou desses que transforma qualquer coisa à sua frente em algo belo só com o olhar. Por isso já fui tão desafiado pela vida. Ela confia no meu "taco".
Fico olhando o teto das casas e imaginando o que tá rolando ali embaixo, a chuva de emoções, sonhos, fantasias, tesões palpitantes sobre as camas ou pias da cozinha e até mesmo pessoas lavando pratos.
Quando as folhas das árvores balançam com o vento eu fico procurando pássaros: deve ser incomodo estar no galho na hora do vento. Tem que ter equilíbrio para não cair, já que os pés dos pássaros são tão pequenos, não é mesmo?
Ah! Tinha esquecido: Tem uma igreja bem ao fundo, já próximo da barreira dos prédios, um pouco longe, mas todos os dias da para ouvir na hora do "Ângelus" vespertino um fundo musical sacro, às vezes, Ave Maria! Mas sempre instrumental...
Quando chove eu vejo a água escorrer pelas ruas ou pelos tetos das casas, os galhos molhados das árvores, aves mudando de galho...
E antes, eu que achava poético o curto cenário das varandas da praia, limitado a pessoas no vai e vem do calçadão, o mar batendo na areia e em linha reta ao fundo, mas agora, agora eu vejo e sinto essa riqueza de vida pulsante longe do mar.
O mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.
A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela: é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau.
A arte de ser feliz
Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Quando abro a cada manhã a janela do meu quarto
É como se abrisse o mesmo livro
Numa página nova...
Entre muitas outras coisas, tu eras para mim uma janela através da qual podia ver as ruas. Sozinho não o podia fazer.
Era um sujeito realmente distraído: na hora de dormir, beijou o relógio, deu corda no gato e enxotou a mulher pela janela.
Um livro é como uma janela. Quem não o lê, é como alguém que ficou distante da janela e só pode ver uma pequena parte da paisagem.
O sol se põe
Ao fundo, sombreados de laranja e vermelho
Nuvens negras se aproximam
Com o vento leve e suave do tardar
Logo a imensidão da noite se espalhará
A lua prepare-se para brilhar
O vento frio chegará
Os verdes das árvores balançarão
E mostrará que é hora de entrar
Quero uma varanda com a vista dos meus sonhos, escrever de manhã, a tarde e a noite e passar a madrugada contando estrelas na janela.
Olhe pela janela, você verá como vai o mundo. Para onde correm as pessoas? Não diferençamos mais o encadeamento das coisas que lhes daria um sentido supra-pessoal. A despeito do rumor geral, cada um está mudo e isolado e isolado em si mesmo. O encaixe dos valores do mundo e dos valores do eu já não funcionam convenientemente. Não vivemos num mundo destruído, vivemos num mundo transtornado
DICA DO DIA
Em dias nublados, pinte uma janela e colore-a. O sol se fará presente no momento e a vida se tornará colorida. Não deixa de olhar em sua direção e sorrir.
A janela estava aberta e ela estava deitada na cama lendo um livro. Parou, olhou pro horizonte e pensou que nada, absolutamente nada, seria mais calmante que ler um livro ao som da chuva.
Os olhos são a janela da alma,
as portas pro infinito,
convite ao paraíso,
caminhos diversos
penetráveis ou não.
Arrisco um palpite,
são poucos,
os preparados para mergulhar em sua imensidão.
Os olhos são as janelas da alma...
Escolha com cuidado e carinho o que deixa passar pelos olhos para que sua alma
não seja contaminada e seu coração embrutecido...
Aqui, nessa janela, ouço tudo o que acontece lá fora, e mesmo assim me sinto mais alheio, minha janela não me mostra o que acontece do lado externo, a janela me mostra o que acontece aqui dentro. Ela serve apenas pra levar minhas magoas que se tornam leves, e saem voando por ai. Escuto conversas bobas e me sinto melhor, percebo cada vez mais que não pertenço a esse grupo de pessoas hipócritas, preconceituosas e ignorantes, que possuem uma liberdade acorrentada, presos a um tradicionalismo imbecil.
Assim vou me permitindo, vou vivendo uma vida realmente minha, uma vida que acabei de conhecer e que me acompanhará enquanto eu durar. Quanto tempo vou durar? Não sei, talvez até amanhã, talvez eternamente.
A nossa vida é como o mar. Às vezes, bravo. Às vezes calmaria.
Em qualquer circunstância em que se encontrar, jamais feche a janela, deixe sempre o Sol aquecer seu coração.