Tag invisível
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso...
A ficção consiste não em fazer ver o invisível, mas em fazer ver até que ponto é invisível a invisibilidade do visível.
Sabe qual maior medo de um introvertido? As pessoas! Não que eu as odeie, claro que não. Só gostaria de não ter que lidar com elas a todo momento. Gostaria de pelo menos ter uma hora por dia para ficar comigo mesma, me ouvir e me acariciar. Mas nesse século em que é tão necessário relações interpessoais, meu pedido é quase uma afronta e de depressiva eu serei taxada. Por isso se tivesse que fazer um pedido ao gênio da lâmpada, escolheria ser invisível.
Mas há momentos em que a gente não precisa de um ombro.E se precisarmos de um abraço,ou uma coisa parecida?Você não pode se limitar a se sentar lá,colocar a vida de todos à sua frente e pensar que o que importa é o amor.Não pode fazer isso.Você tem que fazer as coisas.
Sempre pensei que ninguém prestava atenção no que eu fazia, que o único drama era na minha cabeça, mas, afinal, eu não era tão invisível assim.
De repente entendi que estar vivo é isto. Nossas próprias placas invisíveis se movendo em nosso corpo, e se alinhando à pessoa que vamos nos tornar.
Mas é como quando minha médica me contou a história daqueles dois irmãos cujo pai era um alcoólatra mau. Um irmão se tornou carpinteiro quando adulto e nunca bebia. O outro terminou sendo um bebedor tão mau quanto o pai. Quando perguntaram ao primeiro irmão por que ele não bebia, ele disse que depois que viu o que isso tinha feito ao pai nunca pegaria o mesmo caminho. Quando perguntaram ao outro irmão, ele disse que achava que tinha aprendido a beber no colo do pai. Então, acho que somos quem somos por várias razões. E talvez nunca conheçamos a maior parte delas. Mas mesmo que não tenhamos o poder de escolher quem vamos ser, ainda podemos escolher aonde iremos a partir daqui. Ainda podemos fazer coisas. E podemos tentar ficar bem com elas.
As vantagens de ser invisível
Ser invisível é viver sem rótulos
Ser invisível é amar livremente sem medo
Ser invisível é ter a chance de ser tudo e nada ao mesmo tempo
Ser invisível é ser um átomo no universo ou o universo num átomo
Ser invisível é ser livre.
Achava que devia ser ótimo ser o ar.
Eu poderia ser alguma coisa e nada ao mesmo tempo. Ser necessário e invisível. Todos precisariam de mim e ninguém conseguiria me ver.
Os indivíduos, tragicamente, são como marionetes, animados de modo independente, mas ligados a uma teia que escolhem não ver; eles poderiam resistir, se quisessem, mas pouquíssimos o fazem.
como dói ser invisível
aos olhos de quem não quer ver
sentir-me só em locais cheios
sem ter aquele sorriso que tanto sempre me deu prazer
vejo gente a rir,a conversar
mas eu estou só sem poder me aproximar
sou desajeitado, tímido, complicado
não tem maneira de me descrever
pois não estou nem nunca estarei armado ou preparado
para qualquer contacto que comigo possam ter
Um garoto adolescente, excluído do colégio e sem muitos amigos, se apaixona perdidamente pela garota mais legal que ele conhecera até ali. Ela, no entanto, namora um garoto mais velho e bem babaca, e não liga muito para nosso protagonista. Ele vai até seu confessor, uma das únicas pessoas com quem tem intimidade para fazer esse tipo de pergunta, seu professor de literatura. E diz: Por que algumas pessoas se apaixonam pelas pessoas erradas? Ao que o professor responde: Charlie, nós aceitamos o amor que achamos que merecemos.
Quem viu uma das pequenas pérolas do cinema do ano passado, As Vantagens de Ser Invisível, reconheceu o diálogo acima na cena entre Logan Lerman e Paul Rudd. É uma das frases que valem o filme (e o livro no qual ele foi inspirado). Aqueles momentos em que você para e pensa: não é que é assim mesmo?
Quantas vezes você já não saiu de um namoro que, seis meses depois, soava deslocado, fora de sentido? Como eu pude me apaixonar por esse cara? Jura que eu passei tanto tempo com uma mulher assim? Pois é, passou. Às vezes foi por conformismo mesmo. Por não conseguir olhar para fora de si e imaginar novas aventuras que valessem a pena, por fechar uma janela para o resto do mundo por preguiça (ou medo, muito medo) de ter que se esforçar mais do que o confortável para buscar a felicidade em outra pessoa.
Mas às vezes o problema está mais a fundo. Porque medo a gente reconhece e, munido de uma boa lanterna contra o escuro e o desconhecido, a gente eventualmente enfrenta. Mas auto-estima é um problema daqueles que cola e não desgruda mais. Que está tão colado, tão fundo, que a gente nem percebe que a maior parte das nossas ações é decidida não apenas por nosso poder de escolha, mas pela imagem que fazemos de nós mesmos. Matricular-se na academia, voltar a estudar, mudar de emprego estão sempre condicionados ao “eu me acho capaz disso?”.
E no amor não é diferente. Eu me acho capaz de amar mais do que isso? De viver um amor de verdade, arrebatador, gigantesco, fundo e completo? É o famoso “Ela conseguia coisa melhor” que um amigo fala pro outro quando conhece o novo namorado da fulana. Ela até poderia conseguir alguém que a tratasse melhor, que a amasse mais, que fizesse a abraçasse bem forte ao invés de virar pro lado na hora de dormir, que a respeitasse mais, que, quem sabe, vai saber, até a admirasse. Que ficasse sorrindo de bobeira na hora em que ela trocasse de roupa. Que repetisse, de vez em quando só pra lembrar, que ela é a mulher mais incrível que ele já conheceu na vida. Mas nós aceitamos o amor que achamos que merecemos. E quem acha que merece tudo isso, né? Alguém mais feliz.
Você enxerga dentro de todos mas nunca é visto.
Chora pela dor do outro enquanto desprezam a sua.
Se lembra enquanto é esquecido.
Se importa enquanto te ignoram.
Riem dos seus traumas, zombam da sua fragilidade, pisam sua necessidade.
Você é invisível.
as vezes me sinto invisível sem cheiro e sem cor .
Não dá para definir pois sou algo que não existe
Na verdade eu não estou aqui, nunca estive .
Neste mundo, há um círculo mágico invisível. Há o exterior e o interior. Essas pessoas estão dentro. E eu estou fora.
Eu procuro, com o meu trabalho, mostrar uma imagem digna da mulher negra. A mulher negra é invisível.
Havia uma vez um homem invisível que tinha se cansado de não ser visto. Ele não era de fato invisível. Mas as pessoas se acostumaram a não vê-lo. E se ninguém te vê, você está mesmo lá?
Com ele eu sentia como se estivesse sendo arrastada por uma maré invisível, completamente incapaz de mudar a direção.
Vivemos em busca da tal felicidade e ela apenas observa o nosso próximo passo. Onde ela está, o invisível consegue ver o que não é visível.