Tag inacabado
Gosto de um modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno voo e cai sem graça no chão.
O que obviamente não presta sempre me interessou muito. Gosto de um modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno voo e cai sem graça no chão.
O inacabado que há em mim
Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina.
Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo.
O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber. O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos.
Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nesta hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.
Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil.
Melhor mesmo é continuar na esperança de confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão.
Eu sou inacabado. Preciso continuar.
Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim. Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. Eu sou assim. Sem culpas.
Deus ainda está me fazendo aos poucos, sou um ser inacabado, por isso peço perdão pelos meu erros. A bíblia diz que de glória em glória estamos sendo transformado à imagem do Senhor. Estou longe de ser perfeito.
Correndo Atrás
Tenho corrido tanto sem chegar a nenhum lugar
Mas não consigo parar de correr
Minhas pernas doem
Meus olhos estão ardendo
Meus sonhos estão morrendo
Ainda estou correndo...
Mais e mais estou correndo cada vez mais...
A criança sabia exatamente o que queria...
Talvez não saiba mais...
Aqueles dias...
Ficaram pra trás
Estou correndo cada vez mais
Correndo atrás do que ficou pra trás...
O amor que vivemos no passado, inacabado, não testado, perdido, pode parecer fácil e infantil pra quem decide casar e sossegar. Mas, na verdade, é o mais puro e intenso que há.
Inacabado...
Os dias nascem para provar uma única coisa...
Que o amor sempre continua...
Que os orgulhos findam em cada amanhecer...
Que as magoas se tornam apenas cicatrizes...
Mas que algumas historias se tornam inacabadas...
Como eu e você...
Dizem que poetas são gênios das letras.
Na verdade são vitimas carnais de um mundo espiritual de amores inacabados.
Ser poesia é disfarçar a emoção
Camuflar o desejo
Entre palavras se perder
Ser assim não é defeito
É um jeito diferente
.... De amar
Ser o que não se pode
... mudar
Ser poesia é o mundo
Inacabado, em obras
Pronto pra recomeçar
O inacabado volta como “fantasma” na escuridão, e vela atormentando o antigo destino, a quietude mais pura e singela relaxada de um coração.
O inacabado torna pela madrugada, e adentra a alvorada pelas esperanças mais aflitas de uma ilusão, e a contra gosto inconsciente, trás as cadeias das emoções. Seja pela luz do sol ou da lua, independente da estação, chuva ou sereno molhado, arado, retorna como rimas os flagelos das paixões.
Só a alma pode ser encantada de delírios e alucinações, meia volta, retorna os velhos fantasmas, como em encruzilhadas e paralisam a vida na estação!
Não há trem no caminho, avião ou navio, que nos sequestre das próprias solidões. É coisa do coração ficar sozinho, preso ao ninho, com lembranças, memórias que alcançam a própria infância, para entender o “mito” da recordação!
Todo” fantasma” volta, mas nem sempre assombra…
Katiana Santiago
Não gosto de ver o seu passado
Pelos cantos espalhados
Parecem histórias inacabadas
De uma antiga balada
E, ainda questiona os meus medos
Com um certo desprezo
Todos somos artistas, nossa vida é a nossa grande obra de arte. Uma obra em constante processo, sempre inacabada. A maneira como a fazemos é o que nos torna como somos, é o nosso charme.
Dedos longos, pernas longas, braços longos, pescoço magro e longo. Sempre com o mesmo objeto no colo. Meias à mostra. Qual é o pingente do seu colar? Às vezes meus olhos te denunciam. Traga seu biscoito sempre embalado no papel alumínio. De segunda a sexta. Converso contigo sempre que tenho a deixa.
Ora lê, ora ouve...
Eu me sinto como um livro as vezes...
Inacabado, cheio de páginas e com mil histórias....
Tenho muito o que contar e escrever ainda.
Por isto eu escrevo...
Cláudia Leite S.
Se eu pudesse dar sentido ao que sinto, daria símbolos aos meus sentimentos, formaria uma nova língua, um novo verbo, algo tão sólido quanto à hipocrisia do homem. Traria a superfície o imperfeito, o que ainda não tem forma, o que busca sabor, Aquele que experiência a vida sem ignorar a condição da morte, o que ama sem saber o que ama. O que faz escorrer plasma na ferida que não pode ser cicatrizada, verbalizaria a dor que me faz sentir vivo e o vendo que fere sem machucar.
Se eu pudesse escrever o que sinto, escreveria um livro sem sentido, deixaria páginas em branco por não saber dizer o quero dizer, discriminaria cada pecado perdoado e cada desejo sem vontade alguma. Pularia pautas que não se descrevem e por fim escreveria um conto fictício de alguém que não conheço.
Se eu pudesse falar o que sinto, diria que conheço cada sentimento sem sentido que tenho, cada dor que sei por que dói. Falaria da saudade de quem odeio ter, das magoas que não se curaram, das manchas na pele que o tempo faz lembrar. Sussurraria palavras com a intimidade que gosto de ter e dos afetos que não pude viver por não querer viver. Contaria dos amores que tive e das desilusões que me fizeram sentir mais humano. Falaria de como usar a arrogância em prol de si e sobre o prazer sádico de tem uma mente sarcástica.
Se eu pudesse mostrar o que sinto, mostraria o amor que tenho sobre a vida, a vergonha que sinto por uma timidez que não existe, das resistências por sobrevivência. Mostraria as palavras que fluem entre meus dentes e os sentimentos que levo no estômago. Mostraria a vergonha de minha nudez como pessoa e personificaria a criança que sonha sem dá sentido, que não escreve uma só palavra se motivo, e sobretudo, mostraria sem vergonha o homem que a vida deu nome e orgulho de ter intrínseco em si o inacabado.
Umas das drogas mais forte da sociedade contemporânea é o dito amor possuidor. O vicio incontrolável da compra, que em excesso flagela o incauto comprador cada vez mais e de forma mais forte, quando decepcionado se vê diante da inverdade promessa de que nada substitui nada, as antigas frustrações da vida não se corrigem pela abundancia desnecessária, poder de compra e concorrência de consumo.
Sou tapume, barulho, poeira.
Sou e tenho entulhos em cada canto de mim.
Sou uma completa desconstrução.
Um projeto em andamento.
Obra completa será o meu fim.
"A percepção de nossa finitude e ínfima condição em contraste com a eternidade de um Universo incomensurável, pode ser a chave para a autocomiseração e a dor de se sentir pequeno e inacabado, ou ao contrário, a senha para o deslumbramento e a gratidão pela oportunidade de tomar parte neste imenso e indecifrável mistério."
Quando alinhavamos, deixamos espaço para reavaliar cada detalhe que por alguma razão ficou inacabado.
ANELOSER
Á cada volta
Significados gravados
Raizes intensas
Licenciosas em anelo
Do viver distensas
Calibradas entre passos
Caminhos não percorridos
Sorrisos entrelaçados
Uns bem resolvidos
E outros mal acabados
Poema inacabado.
É Poeta...
És Tu...
E sua poesia solitária..
Nas iniciais de uma escrita qualquer...
Surge um verso improvisado...
Na alta hora da madrugada...
Tuas asas se fundem com a dela...
Uma dor e uma cratera...
Abandonado...
O poema começado se perdeu e ficou pra traz...
Em breve o Sol irá nascer...
E mais uma vez...
Ficará jogado no tempo....
E uma poesia inacabada se diluirá...
O que era pra ser doce...
Daquela alegria ingrata...
Sozinho...
Saudade ,amargura sentida....
De mais um verso que não acabou..
E ficou...
Nesse tempo sofrido e gelado....
Autor Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
O ano vai terminar
Tudo está inacabado
O projeto não andou
Quase foi paralisado
Se o sonho não vingou
Ele não se apagou
Foi apenas adiado