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Aprender várias línguas é questão de um ou dois anos; ser eloquente na sua própria exige a metade de uma vida.
De mil frases que escrevi, de poucas já lembrei. De outras vidas que vivi, outrora lhe recordei, de você meu amor, senti os primeiros beijos que lhe dei.
Já é hora, não é hora? De sentir aquele apelo adocicado de te contemplar.
Já é hora, não é hora? De falar seus idiomas, de te falar versos bem baixinhos com o medo de você não retornar, com seu calento e ternura que só você poderia me dar.
De tudo o que já lhe disse, será a hora de recordar? O amor acordado que bate as horas sem falar.
Possua apenas o que você sempre pode levar consigo: conheça idiomas, conheça países e conheça pessoas. Deixe sua memória ser sua mala de viagem.
O que nos atrapalha na aprendizagem de um idioma hoje não é não termos tempo, habilidades ou os melhores materiais, mas a procrastinação, o excesso de materiais ao nosso redor e a ausência de planejamento!
Vivemos a era digital.
Podemos interagir com pessoas do outro lado do mundo.
De hábitos diferentes, gostos diferentes, religiões diferentes...
Mas continuamos no mesmo lugar,
agrupando-nos numa ilha.
E por que?
O ser humano parece ter medo do que irá conhecer.
Mas isso irá mudar.
Haverá um dia em que voar será tão barato quanto ir ao cinema.
E então as pessoas quererão voar.
Mas antes, elas quererão conhecer quem está do outro lado.
E para isto, tecnologias que traduzirão os idiomas de forma automática e simultânea se tornarão muito populares.
E aí o homem conhecerá o homem.
Conhecerá a si mesmo.
Não sem dor e conflitos,
mas também com muito encantamento e felicidade.
O homem se verá livre, enfim, de muitas fantasias.
O homem começará a conhecer a verdade.
Aprender um novo idioma é um processo que requer assimilação inconsciente, ou seja, não basta ver uma palavra uma vez e saber seu significado, deve-se conectá-la ao mundo real, à sua ação, seu objeto. É uma reconstrução do mundo ao seu redor, onde palavras se ligam a outras que antes eram totalmente distintas. É como a vodka, em russo, водка, que vira diminutivo de água, вода.
Voltar a infância, desconhecer as coisas, não saber se comunicar, é muito frustrante, mas entender algo que antes era apenas um amontoado de letras/símbolos, é uma sensação sem igual.
O INVENTOR
DE IDIOMAS
,
,
Ainda adolescente,
inventou duas ou três palavras
que não se achavam em quaisquer idiomas.
Não faziam sentido em inglês, bielorrusso, javanês!
A bem dizer de todos os dizeres, não faziam sequer sentido
mesmo neste código mais do que secreto: o português.
.
Depois percebeu que as duas ou três palavras,
que àquela altura já eram quatro ou cinco,
não eram irmãs, nem distantes primas.
Estranhavam-se, umas às outras,
como se não fossem feitas
da mesma alma-carne.
.
Por causa disso
– da solidão de suas palavras –
demoradamente dedicou a sua vida
a inventar os idiomas que pudessem acolhê-las.
Fundou ainda uma escola de tradutores,
para traí-las umas nas outras.
.
Mais cedo do que mais tarde,
alguns ociosos fundaram cátedras
especializadas em ensiná-las e estudá-las
muito solenemente, com leveza ou gravidade.
Assim, ele ganhou o seu primeiro – e único – Nobel,
em uma nova categoria que não era a Literatura,
recém-inventada, especialmente para ele.
.
Quando por fim morresse
– do que dois ou três seguidores duvidavam –
alguém haveria de escrever na lápide, à maneira de epitáfio:
“gênio da humanidade”, “inventor de palavras”.
Mas um outro, ao perceber a injustiça,
certamente iria logo corrigir,
depois de um risco
no falso dito:
“Inventor
de
Idiomas”.
.
E o mundo
ficaria em paz...
– tal qual sagrado cálice –
como nunca esteve depois do Verbo.
.
.
[BARROS, José D'Assunção. Publicado na revista Decifrar, 2022]
O sorriso é a única ação que fala todos idiomas.
Através desse gesto expressamos a amizade, gentileza e amor.
As pessoas podem utilizar dois ou mais idiomas numa conversa para confundir os outros, expressar domínio ou submissão ou para se disfarçar.
Achava lindo minha avó falando italiano. Uma vez ela me disse: você pode aprender vários idiomas, mas só uma voz é importante compreender – a do seu coração.
Aprender outra língua é como ganhar um novo par de olhos para enxergar o mundo de formas que você nunca imaginou.
O olhar pode dizer muito mais do que todas as palavras ditas.
Pode ser interpretado e compreendido em todos os idiomas e dialetos.
Porque, com o olhar, tudo se revela!
#JaneFernandaN
Uma das melhores sensações dos leitores é ler, entender e saber pronunciar expressões em outros idiomas.
A vida ensinou-me a ler em alguns poucos idiomas, sem muita fluência na verdade, inclusive na minha própria língua pátria, porém, eu aprendi a interpretar muito mais, o silêncio...