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Um monte de pedras deixa de ser um monte de pedras no momento em que um único homem o contempla, nascendo dentro dele a imagem de uma catedral.
Perdi a chance de conhecer a Catedral de Notre Dame. Não adie viagens turísticas, se você pode viajar agora. As belezas que você pode ver agora, pode não existir amanhã.
Se você tiver a beleza dentro de você, é possível ver em uma pequena capela do interior, as belezas da Catedral de Notre Dame que agora já não existem.
E você não vem
E a noite chegou
Estrelas no céu
Sussurram talvez amanhã
E sem ter noção
Avesso a razão
Meu coração segue as estrelas
PÁGINAS LIDAS E NÃO LIDAS (B.A.S)
Sou a minha catedral, meu templo
Dos meus deuses e meu Deus
Moldados ou não à revelia, à rebeldia...
São minhas dores, torturas...
Que busca a cura, a paz, a salvação...
Sou minha casa, minha rua, minha cidade...
Em todas moradas e lugares...
Memórias gravadas, computadas
Sou o relógio, a medida do meu tempo
São minhas horas contadas
São dias de labutas e de esperas
São meus dias de ócio e preguiça...
Sou mais do que tudo
O livro de minha vida
Dos meus encontros e desencontros
Minhas chegadas e partidas
Sonhos vividos e negados
Meu riso e meu choro
Páginas lidas e não lidas...
O pássaro preto assobia de per si com sua garganta gregoriana a regência do cântico das aves, à traição do sol desfacelado em sombras pois já se avista o cume da Catedral, Catedral de Pássaros, a Catedral dos Pássaros, aves de asas cadenciadas.
Fundação suntuosa de sustentáculo luxuoso
De história primorosa de ancestrais estimados
Abóbadas elevadas e gigantes
Impressionam ou olhar levam as lágrimas por abalar
Verticalidade e majestade no meio da modernidade
Iluminação natural a atravessar seus vitrais
O nobre colossal catedral
Arcos de ogivas dão um charme único
Imperando no meio do concreto com um destino certo
Quem não disse que o estilo gótico pode ser bonito
Quem falou que obras tão antiga como essa nunca encantou
De gárgulas esculpidas como quimeras
Em seus alicerces a se apoiar, para no frio da noite a cidade guarda
Para que todos que passarem e lhe estimarem lembrarem
Nessas colunas um ar de sagrado repousa
Por que o que adiantaria o belo, se não há espirito.
Na tua face, vejo o sol. E o teu sorriso floresce o meu dia. A noite, encontro em ti melodia, e através dos teus lábios, provo a embriaguez. Entre uma taça e outra, torna aventuras em sonhos reais, em cujo olhar, denuncia pensamentos rebeldes, revelando a nudez pela ignomínia sensata dos bons pensamentos. Tudo deixou de ser pragmático, santo e "puro" ,para ser só Eu e Você. NA catedral , tudo é defeso, os "santos" recolheram as próprias digitais, fazendo desdém do amor. No nosso templo ,tudo é permitido e os espelhos refletem o que é amoral. Mas, a nossa alma é leve e condicionada a felicidade, o que nos impede de ser santos.
“A notícia não é nítida em qualquer capa de jornal e, o silêncio não é ouvido no centro de toda catedral”.
...há um rio a correr entre duas margens distintas, uma é nossa íntima catedral e a outra nossa esperada revelação. Precisamos encontrar a ponte que desde sempre existe...
CATEDRAL DE PETROLINA
Tem lugar pra todo mundo
Nessa santa Catedral
Encravada em Petrolina
Tem salesiano vitral
A arquitetura é gótica
A beleza é bem exótica
Grandeza monumental
A IGREJA
Igrejinha toda azul
É matriz, Nossa Senhora
Fica em Boa Viagem
Pracinha que o povo adora
Rezo lá o meu Pai Nosso
Comungar, eu sei que posso
Pra ver Deus não tem demora
As aves podem voar, a revoada de graúnas, sobem aos céus e homizia em Uiraúna, são livres pássaros, uníssono canto clerical, oram e cantam na Catedral
Fé
Rauzi de Carvalho Pereira
Chegou bem cedinho a uma imensa Catedral em uma zona nobre, com fome, meio sujo, barbado, descabelado, assustado, curioso e maltrapilho, ficou admirando os incontáveis carros luxuosos pouco a pouco se arrumando no amplo estacionamento, era um interminável vai-e-vem de veículos, algumas buzinadas, alguns sussurros, alguns cumprimentos pelas janelas, boquiaberto ante ao tsunami de lindos carros e de bem vestidas pessoas. Deu-se conta da imensidão de pessoas e rapidamente adentrou a Catedral e timidamente sentou-se na primeira fila, sendo imediatamente notado por todos os fiéis que, naquele momento, já tomavam seus lugares, quase que cativos de tão repetitivos, sentiu-se um intruso, pois indistintamente todos o olhavam com certa ojeriza e suspeita, mas se manteve altivo, embora tímido. O religioso mor, um bispo, adentra, cumprimenta a congregação e inicia a liturgia, sem deixar de notar a presença daquela figura, que além de desconhecida era meio esdrúxula em comparação aos conhecidos e nobres fiéis da sua igreja.
Ao término da liturgia e do sermão, naquele momento, habitual, de leveza no templo, timidamente levantou bem alto, a sua mão. O bispo percebendo, volta ao microfone, e paciente, pergunta:
- Pois não, meu filho.
- “Seu” bispo, bom dia, meu nome é Zé e eu queria fazer uma pergunta, posso?
- Pois pode perguntar meu filho.
- “Seu” Bispo: eu acho que DEUS vem sempre aqui nessa igreja né?
- Claro que sim, DEUS está sempre presente aqui entre nós.
- E DEUS ajuda muito a esse povo, né? Porque vejo que a igreja é muito bonita, lindas janelas, bancos confortáveis, ar condicionado, o povo é bonito, bem tratado, bem vestido, lindos carros, me parecem bem de vida, não é?
- Pois é DEUS ajuda a quem trabalha e nele confia.
- “Seu” Bispo, eu queria fazer uma oração, mas quero fazer em voz alta, posso? Quero ter certeza de que DEUS vai me escutar como escuta a todos vocês.
O Bispo, meio desconcertado e desconfiado, olhou surpreso para a congregação que parecia assustada e curiosa e como não tinha jeito, concordou: - Por favor, peço a todos os irmãos que fiquem de pé e que oremos junto com o nosso irmão José, hoje presente entre nós.
Ele fechou os olhos, abaixou a cabeça, titubeou um pouco, mas tomou coragem e começou:
“- Senhor DEUS, hoje é a primeira vez que venho aqui, e por isso não sei se o Senhor me conhece, meu nome é José, José como o pai de Jesus, e moro lá no interior do sertão, lugar bem longe daqui, onde também existe uma igrejinha, muito pequenininha e pobre, que não se compara, em nada, a essa aqui, que não tem gente tão letrada, tão bonita, tão bem vestida e rica como esse povo daqui, mas que tem gente que também trabalha muito, que acredita e confia muito no Senhor, gente humilde que vai prá lida, ainda de madrugada para conseguir o sustento dos seus filhos, que anda léguas para conseguir um pote d’água ou para tentar estudar, que morre à míngua por falta de condições de saneamento, postos de saúde e também de falta de higiene, gente muito humilde, onde os últimos dos seus recursos são manter a fé e orar a TI prá pedir sua ajuda, por isso hoje eu vim aqui, porque ao chegar aqui e ver tanta riqueza e tantos recursos, cheguei à conclusão que, estes recursos, estão abafando as nossas preces em virtude da fraqueza e a desnutrição deles, e acho que porisso o Senhor não está nos escutando, e como não nos escuta, não nos atende.
Senhor DEUS, “Seu” Bispo acabou de me dizer que o Senhor está sempre aqui e acho que hoje também está, e que, como lá o Senhor, parece, não vai nunca, eu vim aqui pedir para que me ouça: - Por favor, quando o Senhor tiver uma folga ou um tempinho, dê um pulinho lá, nos faça uma visita, não temos nada a lhe oferecer nada de luxos como aqui, nem mesmo dízimos, mas contamos com a sua visita, não deixe que aquele povo sucumba ante a sua própria fé, acho que pelo povo daqui o Senhor já fez tudo o que tinha que fazer, nos dê agora, um alento, alguma esperança, alguma chance, desculpe a minha franqueza e me perdoe pela insolência e talvez blasfêmia, obrigado. Amém”
Abriu os olhos, olhou para o púlpito sem sequer notar o Bispo, parecia em transe, algumas lágrimas rolavam por seu rosto, dirigiu-se ao corredor central da igreja e começou lentamente a caminhar por entre os fiéis sem se aperceber que todos o olhavam surpresos, incrédulos e com lágrimas nos olhos, saiu da igreja colocou na cabeça o tosco chapéu de couro surrado e partiu, de volta, rumo ao interior do “seu sertão”.
MOSTEIRO DE SÃO BENTO
De beleza arquitetônica,
em Olinda fica o templo,
resistente a Sol e chuva,
atravessa muitos tempos,
do Brasil colonial
à missa dominical,
o Mosteiro de São Bento.
Olinda, Igreja da Sé,
De São Salvador do Mundo,
templo de amor profundo,
um lugar de muita fé.
Holandês com sua má-fé,
no tempo da invasão,
deixou a matriz no chão.
Mas o que foi destruído,
após muitos anos idos,
pode ter reconstrução.
Na Catedral de Pedra
Em Canela
A flor branca
O olhar focado
O pedido de namoro
O beijo na boca
E o abraço rodado
Ele e eu apenas
Nesta linda cena
Eternamente lembrado
Registrado
Quero de verso em verso
- falar de amor, ser entendida
não provocar nada que seja incerto,
ser apenas letra e talvez guarida
Quero ser pingo de chuva de verão,
pode ser de outono também,
molhando a terra, germinando emoção,
sem saber onde e nem a quem
Quero ser apenas uma prece
silenciosa dentro de uma catedral,
onde a fé de joelhos sempre pede
por si e a todos de modo especial
Formação rochosa impressionante por sua grandeza, seus muitos detalhes, uma beleza misteriosa, naturalmente, estonteante, uma arte claramente divina que está fora do alcance limitado da concepção humana, possível recanto de pássaros ou um tipo de catedral antiga neste lugar mágico, cercado pela natureza, que desperta o sentimento de aventura, o entusiasmo de explorador, a imaginação lúdica diante desta bela estrutura bastante incomum durante uma travessia diferente de muitas outras, um dia marcante proveniente de uma brevidade encantadora.
Enquanto a mente é a oficina de invenção do medo para o diabo, o coração é a catedral onde Deus cria Sua obra-prima: o amor.