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Botas...as botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar.
Os fracos estão destinados a deitar-se sob as botas dos fortes. Se isso te irrita, supere seus déficits.
Minhas botas surradas
Já me levaram a tantos lugares e já viram tantas coisas.
já caminhei pelo mundo, já voltei pra casa, já sai de volta.
Já andei a pé, já andei de carro, já andei a cavalo, já andei ajoelhado.
Já me viu na fé, já me viu orando, rezando, abençoando, clamando a Deus e a nossa senhora, já me viu quebrantado e reconstruído pelo amor divino e já me viu revigorado.
Já viu amores virem, já viu amores partirem, já viu amores ficarem, já viu amores sumirem.
Já me viu sorrir, já me viu chorar, já me viu cantar, já me viu orar.
Já me viu deitado, já me viu ajoelhado, já meu viu de pé e já me viu a caminhar.
Minha botas surradas;
já viu quem veio, já viu quem foi, já ja viu que foi e voltou, já viu quem decidiu ficar, já viu que decidiu partir.
Já viu as lições, os meus aprendizados, as minhas conquistas e os meus resultados.
Já me viu com amigos, com inimigos, com colegas e apenas com conhecidos.
já me viu sozinho, já me viu acompanhado, já me viu em família, me viu com meus pais e meus filhos, já viu minha vida.
Já presenciou vitórias, já viu derrotas, já viveu dias de lutas e já viveu dias de glórias.
Já me viu na lida, já me viu no campo e na cidade, já me viu sonhando e já me viu na realidade.
Minhas botas surradas já não são mais novas, nem as mais modernas ou as novidades, mas fazem parte de um caboclo com Histórias vividas, contadas, cantadas, e moldadas pelos caminhos percorridos por todas essas estradas.
Não, elas não são novas, são surradas, mais nelas possuem verdades, possuem valores, sabedorias, aprendizados e muito pó dessas estradas.
Minhas botas surradas, estão cansadas, já percorreram muitos caminhos, sinto que chegou a hora de aposenta-las.
Mas não de tirá-las da minha vida, ou da minha história, ou da minha jornada.
Elas estavam comigo quando mais precisei e vão estar comigo para onde eu irei.
Não mais sendo usadas, mas ali guardas em um lugar onde ela possam ver as novas caminhas, as novas estradas.
Minha botas surradas hoje descansam de sua jornada.
Autor
Roberto Viegas
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Sem usar botas eu pulo numa poça
sem casaco em banho na chuva
sem arrumar os cabelos saio pela rua
pode ter certeza a felicidade me desarrumou por inteiro.
Em determinado momento o Rei Davi pendurou a funda. Têm gente pendurando as botas, outros pendurando as chuteiras.
- Será que eu posso pendurar minhas legítimas havaianas?
Um dia eu vou bater as botas.
E talvez neste dia você lembre das coisas que vivemos juntos,
de tudo que eu te disse e senti por você.
E talvez neste dia você fale a si, mesma, chorosa:
tadinho do Augusto Branco, gostava tanto de mim,
e eu nunca dei pra ele...
= Pois é. Tá em tempo.
Decisão
Hoje me decidi
Optei por amadurecer, abandonar os achismos
Deixei para trás ilusões e máscaras de uma vida que não me pertencia
É desafiador entre tantas opções, mas reconheço a dificuldade em abraçar uma escolha
Decidi seguir o que faz meu coração vibrar e ao mesmo tempo, serenizar
Senti um orgulho que há muito não conhecia
Vislumbrei um futuro onde posso calçar minhas botas confortáveis, que antes carregava nos ombros
E trilhar este caminho que agora sei, é verdadeiramente meu
Quando o pão se justifica
com as botas que lambemos,
muito pouco dignifica
as açordas que comemos.
I
Em tão grande brutidade
os homens parecem meigos,
pra que os filhos sejam leigos
de uma outra sociedade...
Todos andam à vontade
num bordel que se aplica
a quem teme e não critica
as tais botas obscuras,
ignorando as ditaduras
quando o pão se justifica.
II
Entre bola e pouco mais
sobram livros nas escolas,
porque faltam sempre bolas
nas justiças sociais...
Foram filhos, serão país
neste chão onde vivemos,
onde rimos e aprendemos
a cartilha dos descrentes,
quando a vida nos dá dentes
com as botas que lambemos.
III
É assim, estão na moda
essas línguas produtivas,
criam calos nas gengivas
e lambem com a boca toda...
São tacões da alta roda,
sorvedores de uma só bica,
arraial que não se explica,
sementeira da nação,
mas aqui, onde há bom pão,
muito pouco dignifica.
IV
Alentejo, este celeiro
nobre, digno, tão honrado,
não deixa de estar minado
por quem lambe o dia inteiro...
Lambe quem chega primeiro
o calçado que aqui temos,
e ademais o que devemos
é um fardo Inda mais bruto,
que tempera sem conduto
as açordas que comemos.