Taça
Na ponta da lança
Da taça jogada ao chão com força,
o sangue que se esvai como em um serpenteante rio em curvas
em busca de direção na vida
desembocando em um mar de dúvidas.
Do vinho derramado por todo o caminho
a dor contida na lágrima que percorre sentidos
- de choro e de riso.
Fazendo transbordar oceanos inteiros
com uma só gota de inquietude e bruteza
entalada no canto esquerdo do olho direito,
estupefato por enxergar tanta maldade.
Olhos cansados do dia inteiro
e devido a fumaça opressora instalada no caos proposital,
agora muito vermelhos.
Do rio de sangue e de lágrima
que se forma no contorno de segundos intermináveis...
A malta de guerreiros mascarados que segue:
Com a mácula imposta a sua honra,
por uma gama de ações, antes impensáveis!
Desembestados na linha de frente da guerra,
Varrendo tudo pelo caminho
como uma manada desembestada de touros,
fazendo jus a armadura herdada
e defendendo bravamente seu tão cobiçado ouro.
De lá:
A espada covarde que aponta e assina a pele,
mirando alvos estáticos
e braços erguidos ao ar.
Do lado de cá do front:
Os punhos cerrados da malta
e a coragem que transborda no peito.
E o que se vê em meio a tudo isso
é apenas a sombra de um velho gigante,
que a propósito... Acaba de acordar!
Até que um dia tudo mude,
e os silenciados não tenham mais que se calar.
Se o vinho que derramas
à taça
É suficiente apenas pra matar
a própria sede
Entendes muito de vinho
mas pouco do amor
Amar é algo como
transbordar uma taça
Além do que é necessário
pra saciar a si mesmo
É despertar a beleza
com desdém aos próprios olhos
É poder amar
Através do desejo de amar
DESGASTA
Tanto tempo, tanto tempo...
Papa terra, papa vento,
papa a papa da mamadeira
taca e ataca no jumento
atracando a vida inteira
celibato, papa, convento.
Vou na papa da papada
papando com colherada
as águas batem na proa
engaja,canja gente boa
brisa induze a garoa
e asas, voam por nada.
Tanto tempo, quanto tempo!
passa rispes sentimentos
será a chave da vida!?
Ou enfeite de momento...
Quem sabe, tudo desgasta?
ou se acaba, ou se arrasta
na face do senhor tempo.
Antonio montes
CACHAÇA NA TAÇA
Essa taça, na qual me perco
em doze que obedeço
ao me tocar, me traça e tacha
os olhos turvam, eu padeço
o fundo da taça, me tasca
e eu me perco do endereço
nesse fundo da garrafa.
Essa taça que me acha...
Com esse gole de cachaça
envolve-me e me embaça
me lança, ao meio fio da praça
atiça-me, o som d'arruaça
embebido por essa taça...
O mundo me esconde a graça.
Essa taça cheia, tacha...
Meu ego perante as raças
a ebriedade a pirraça
a perdição dos sonhos meus,
o paralelo do meu fiasco
no cambaleado dos meus passos,
e nas margens do meu adeus.
Antonio Montes
ATROPELOS
Meus Deus, meu Deus!
No cálice de traçada vida
taça, que desalinha os seus
futuro goles sem linha
inebriado os fariseus.
Derramam-se pelos ventos
acima do terra e dos céus...
Sibila fresta dos sentimentos
felicidade é momentos...
Rasgando a pele do véu.
E esses filhos seus...
Essas margens essas retas,
traçadas por reles ateus
vivem tremendo o alerta
dos trilhos da mão de Deus.
D'agora avante...
nas sombras os elefantes
compactuando atropelos
vivem o ontem o desmazelos
amanhã fora de moda
no mundo duro de telos.
Antonio Montes
Em meio a turbulência, fecho os olhos, vejo um bom livro, uma taça de vinho, uma lareira e neve lá fora.
Uma rosa
Um riso
Vinhos
Uma taça
Um canto
Uma flor
Encanto,
Um olhar
Um poema
Um verso
O averso
Lados opostos
Nós dois
Carentes, sozinhos...
05/08/2017
CANÇÃO MATINAL...
Recitas em meus ouvidos uma canção matinal...
Ergues a taça para um brinde de encontros...
Desencontros na contramão da vida...
Suspiros e sorrisos de contemplação
O dia enaltece... Um rouxinol voejando
Nos arbustos da imaginação/momento...
Dissipa os nevoeiros da saudade que inflamam
Dos lábios que não se tocam...
Dos corpos que não se ajustam...
Dos olhos que não sabem o seu fulgor
Um amor que nunca penetrou em minha concupiscência
Nem deixou seu perfume, nos poros de minha epiderme
Colidem nas barreiras de um tempo de outrora
Nas relvas distantes... De um encontro que ainda não nasceu...
Aguardando uma canção matinal...
Como você tem reagido nas horas de aflição? Você está bebendo da taça do tremor, sentindo-se débil, sem poder para resistir ao inimigo? É hora de sacudir as amarras pesadas e levantar mãos santas em louvor ao seu Redentor. Você está livre, não importa qual seja a prova - então se alegre e se regozije, sabendo que o quarto homem está na fornalha consigo. Cristo se revelará em seu sofrimento, e o fogo queimará todas essas cordas que lhe atam.
CÉLULAS
Vamos, vamos células minhas...
Vocês que todavia são eternas
encha a minha taça de vida
eu quero brindar, a terra o sol o ar
permeia-me sob o tempo...
E veja ate aonde o viver,
poderá me levar.
Vamos, vamos células minhas...
Vocês que foram o inicio
o big-bem do mal e do bem
dá alegria e agonia de todos os trens
... Me transcenda essa fenda do futuro
assim com essa forma esculpida
no núcleo de um, universo seguro.
Não me deixe nessa fagulha estomacal
... Aonde tudo é comível e perecível
nesse mundo oriundo e defecal.
Antonio Montes
"Se uma taça de vinho tinto por dia corresponde a uma hora de exercício físico, então a adega é a minha academia, o sommelier é o meu personal e as mensalidades pagam o meu estoque."
Delírios
Te bebi na taça do desejo.
Encontrei contigo na taça do amor.
Degustar teu beijo prolongado de desejo.
Delírios meus a vagar.
Meire Perola Santos
21/04/2015
Hora 16:18
É preferível tomar uma taça de veneno por dia, do que deixar-se tomar pela mágoa... Com o veneno somente você se fere.
Quem sabe eu encontre o que eu preciso, no fundo de uma taça de vinho.
Porém, se eu não encontrar, espero amortecer meus pensamentos profundos e sentimentos incertos da complexidade da vida.
PERFAZER
Do vinho eu trago um cheio trago...
Uma taça e meia telha outra cheia
saudades me permeia... E nesse
cabo, eu me afago... E me acabo.
Do milho um sopro, gosto verde...
Quando assado, cozido cural
pamonha, paixão em meu varal...
Uma vontade, me enche a sede.
Uma sede na cede que me cerca
em seu emaranhado arredondado
nos seus lados e bicos, eu me acabo.
Dou- me, com essa dança de lado
bailarino em notas, passos errado
eu me acabo, no passado desse fado.
Antonio Montes
Gosto de ler sobre tudo.
Mas, quando converso
com alguém como você,
encho mais uma taça
com meu melhor vinho.
Você é minha
ocasião mais especial.