Sutil
A vaidade é uma das coisas mais sutis que pode nos ocorrer. Dificilmente percebemos quando estamos ficando tempo demais diante do espelho.
Acontecem várias coisas sutis a mim e a todas as mulheres, mesmo em nosso mundo progressista, e quando alguém, principalmente meu namorado, me diz que estou errada sem ter como saber minha experiência pessoal, é insultante.
Os meios encontrados pelo Divino em contribuir para a sua evolução são sutis, leves, suaves.
Estão presentes praticamente a todo instante do seu dia.
Acolha a sutileza dos atos Divinos com a gratidão, e estará dançando a sinfonia de Deus.
A ciência precisa concentrar seus estudos nas energias sutis.
Grandes avanços têm sido feito dispendendo muitos recursos, grandes quantidades de energia, pressões absurdas, colisões e explosões. Por mais sofisticado que isto possa parecer em termos de física, este é o modo bárbaro de fazer as coisas.
Observe, pois, que um dos fenômenos mais raros e fantásticos no universo é a vida, e qual colisão ou explosão nuclear acontece quando um óvulo é fecundado? Nada que seja capaz de destruir uma cidade, pelo menos. Então é preciso pesquisar mais a respeito das energias sutis. Nisto está a chave de toda a Criação.
Rezar pro Sol e dançar pra Lua... abraçar as árvores e amar a chuva. Captar os sutis sinais da natureza, o perfume das flores, a brisa gelada que vem do sul, aquele quentinho gostoso do início da manhã. Trilhar o caminho de volta às origens e trazer de dentro da alma a esperança, abrir os olhos da mente e enxergar finalmente nossa verdadeira missão.
Então me vi ali, dentro daquela pequena história de rimas sutis e cheias de apereza sobre o menino sonhador que colecionava sonhos, metas, objetivos e que vivia efervecido pelo calor de cada um dos projetos que alimentava em seu peito;
PAUSA
Balde de água fria, mais um não. E AGORA? O menino sonhador que tanto planejou acabou, de novo, mais uma vez, perdendo a chance que mudaria tudo e aquele era um momento de se questionar: E eu? E quando? E como? E nunca?
E de sonho em sonho o menino sonhador foi se agarrando e seguindo e indo até não conseguir mais, era o que ele achava mas também nem tem como dizer o fim, porque no fim, o fim, não tem fim, porque está tudo apenas no começo.
Há momentos na vida que me fazem calar a alma. Instantes sutis de introspecção com a existência. Não que seja um fragmento de calma. Talvez seja por estar surpreendida pela tristeza em essência. Observando silenciosamente os acontecimentos diários. Pessoas que estavam nos lugares e nos tempos errados. Receptores acidentais dos seus destinatários. Vivenciando a morte ou quase morte dos desgraçados. Calada, questiono o significado do destino e da sorte. O sofrimento como herança de outra vida. Antes que os outros se calem por minha morte. Num jazigo qualquer de uma lápide esquecida. Não sei de mim e muito menos de ninguém. Não sei do amanhã e do tempo que me resta. Só sei que meu silêncio vai muito além. Ultrapassa a eternidade por uma efêmera fresta.
Do que me cala.
Nas Semelhanças
Se encontre nas semelhanças do outro,
nos traços sutis da verdade.
Porque na igualdade só há encontro quando Luz, sem vaidades, na eternidade,
sem formas, na mais pura intensidade.
Em reflexos que nos revelam,
na essência que a todos invade,
é na sombra e na cor que nascemos,
mas na Luz… somos claridade.
Seja no eco do outro a chama,
onde o ser se funde e se expande.
Na igualdade, somos centelha,
Nas diferenças, perseverantes.
Basta um sopro de intenção
pra entender como alguém pulsa, vive e sente.
Se não compreende, é o ego em ação,
que fecha o espaço ao que é diferente.
O ego molda padrões no outro,
espelhos das vaidades que habitam você.
Que mesmo o outro os tendo,
não suportará em você.
Reflexos geram dor, aprendizado,
Mas, na sua matéria, serás aprovado?
Na intensidade, somos vastos,
Somos brilho que transcende.
Sem contornos, somos um,
Com critérios, a vida não se estende.
Nas diferenças, cores vibram,
na união, o ser se expande.
Encontre-se no reflexo alheio,
pois o igual é a luz de onde veio.
Mirror de alma
De longe avistei um senhor elegantemente vestido. Olhar sereno, gestos sutis, andar lento, de quem mesmo sem sentir, carrega o peso de uma vida nas costas. Apoiava-se em sua bengala, com refinada luva de couro e ponteira reluzente de prata, como se tivesse acabado de ser polida
Aproximou de mim com cautela, com uma tranquilidade de espantar, e serenamente me sorriu. Um sorriso amplo, leve, lindo. Um sorriso azul de dia de sol.
Os lábios um tanto rígidos pela inexorável ação do tempo, não foram inflexíveis o bastante pra encobrir a limpidez daquele sorriso menino. Sorriso que denotava uma alegria suave, livre e contagiante. Alegria de gente pequena, gente que cresceu só por fora, gente assim meio mágica, dessas que nem mesmo o tempo se atreve a tocar em sua meninice encantada.
A alma é como uma música ressoando no universo. As suas notas são vibrações tão sutis, silenciosas e harmônicas que só são sentidas por aqueles que estão sintonizados na mesma frequência espiritual.
DE SAUDADES MORRO
Eu senti uma saudade que renderam
sutis recordações ao coração, coitado
e que, doído, assim, se viu assustado
contra mim sofreguidão arremeteram
Me vi na solidão do que prometeram
um prosar do meu destino já cansado
e que, aqui pelas bandas do cerrado
pesar nos versos que um dia elevaram
Remédio ao mal que sofro, sem pista
cresce a dor, no engano então presente
no rendido suspiro: que pede socorro...
Assim, vejo que não há como resista
toda lembrança na saudade presente
E, de lembrar-te, de saudades morro!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
2021 maio, 22, 11'09" – Araguari, MG
em meio aos nada
tão sutis intuitos,
o arco posicionado
nas mãos do arqueiro
e a flecha que rompe
com o pesado nevoeiro
só consigo desejar
em abraçar a emoção
no teu lindo peito
quando você chegar,
escutar o teu coração
e só de amor falar
acendendo o candeeiro
do Universo para sê inteiro,
olhando para trás
que por mais que queiram
insistir num tempo:
ele não volta nunca mais
não consigo imaginar
mais nada a não ser
naquilo que juntos
somos e podemos viver
neste amor que requer
mais amor do que poder
com razão e em suficiente
silêncio nesta terra
que os homens do passado
caminharam para frente
e os homens do futuro
remam para o passado
nunca por covardia,
e sim para salvar o melhor:
opto o sonho não entregar,
em nenhum jogo entrar,
deixar a tempestade passar
e esperar você chegar
assim olhando para todos
no abismo do destino
deste alto para baixo
virei silêncio e o raio
desta Lua Cheia onde
nunca quiseram me ouvir.
Só com amor
é possível respirar,
E as diferenças
nas mais sutis
fronteiras superar,
Não me canso
de ser grata
à Venezuela
por tudo e tanto;
Ela foi capaz mesmo
com tudo o quê
vem passando
tornou o caminho
latino-americano possível
para o meu povo viver,
(deste oxigênio para nós
jamais vou me esquecer).
Não vou mentir que
ainda quero saber:
da tropa, do Capitão-de-Navio
e do General que preso
injustamente não deve permanecer,
(perdão por não conseguir me conter).
Quando florescerem
as gentis catingueiras
e as sutis gameleiras,
Estarei no caminho
paraibano trajada
com o meu vestido
de algodão puro,
ornada de utopia
e um livro de poesia
do eterno Ariano,
E de mãos entrelaçadas
com as suas declarando
olhos nos olhos o quão
imensamente que te amo.
Flores de Paubrasilias
se misturam nesta noite
com as sutis estrelas,
E eu te envio mesmo
que você não leia: poemas.
Certos comportamentos e algumas palavras sutis afetam algumas pessoas mais do que se possa imaginar.
Narrativas minimalistas respeitam a inteligência do público, confiando em sua capacidade de interpretar e extrair ouro a partir de nuances sutis.
Os estoicos viam no prazer uma forma de prisão, pois quem nele se deleita logo percebe que as correntes mais sutis são as mais difíceis de quebrar.