Susto
"E se perdeu dentro de si mesmo,
na escuridão daquilo que nunca conheceu.
Susto apavorador!
Grita até hoje, se procurando.
Nunca se achou.
Foi enterrado dentro do eu de si mesmo, junto àquilo que nunca quis saber de si mesmo..."
Entendo tanto das tristezas que, quando a felicidade vem, vem com susto. Eu desaprendi muito cedo a plenitude alegre, e tudo bem: gosto do medo. Não porque me protege a alma das grandes besteiras, eu tenho um coletivo de babaquices feitas que denotam uma vida de coragens nem tão estúpidas; mas porque o medo é a mais autêntica forma de vida que eu conheço.
O Susto do cãozinho
Autor: Elias Torres
Uma noite eu estava observando meu cãozinho dormir e, algum tempo depois, percebi que ele começou a tremer suas perninhas e seus bracinhos.
Logo notei que ele estava sonhando, pois gemia e soluçava ao mesmo tempo.
Acordou assustado quando me viu, senti que sorriu com os olhos para mim.
E eu perguntei a ele:
- Você estava sonhando?
E ele me respondeu com um olhar triste:
- Não meu dono, eu já tive vários pesadelos, mas esse foi muito duro pra mim.
Já tive pesadelos de homens maus me chutando; Homens cruéis me batendo de pau; homens desumanos cortando meu rabo; homens assassinos pondo veneno em minha comida e me obrigando a comer.
No pesadelo que tive agora, meu dono, eu tinha sido laçado por um homem covarde, que não me deixou nem voltar para minha casinha, só porque eu estava no portão paquerando uma cadelinha linda.
Depois que esse homem me laçou, me colocou num carro que tinha grades e me juntei a outros cachorros, todos nervosos e com medo. Fiquei com medo também, pois ouvi latidos que meus ouvidos antes não tinham escutado.
Percebi que o carro parou, depois de uma longa viagem. E aqueles homens com um laço nos levaram a um lugar cheio de casinhas com grades.
Fiquei detido em uma dessas prisões durante três dias. E, nesse período, eu escutava vários tipos de latidos, pedindo socorro e clemência.
Aqueles homens gritavam: - calem a boca! Malditos cachorros, vocês vão virar sabão! Depois de alguns minutos ficava um silêncio e um cheiro de pêlo queimado.
Chegou a minha vez, me levaram com tanta estupidez que não conseguia nem respirar, pois me sentia sufocado. Quando cheguei ao local, um deles veio com uma injeção e me aplicou, logo adormeci e isso foi feito em série com muitos cachorros.
Foi aberta a boca de um grande forno. Dois homens faziam o trabalho; um pegava pelas pernas e o outro pelos braços, levantava meus amiguinhos e jogava-os dentro do forno para que fossem consumidos.
Quando foram me pegar, aí acordei e vi o senhor me olhando. Fiquei tão feliz, pois o senhor só quer o meu bem.
Enquanto existem tantos tipos de seres humanos maus, existe o senhor que é de Deus, que me dá carinho, banho, comida, me leva ao veterinário e gosta de brincar comigo.
Responda-me meu dono, será que aquele lugar é o inferno dos animais?
- Não! Meu querido cãozinho, aquilo que você viu é o protótipo do inferno para os homens maus; só que lá não haverá injeçãozinha para eles dormirem.
Nós conseguimos transformar o mundo num lugar chato, sem espaço para a novidade, para o susto, para a aventura.
Nossas emoções são todas compradas. No cartão.
NÃO PENSE DUAS VEZES...
O amor é grande susto,
Chega na calada da noite,
Esconde o rosto,
Mede as palavras
Chega sem pedir licença,
Insinua mais se propõe Irracional, sentimental
O amor é um animal arisco, ferido, até valente
Esse ser, admirado à distância, não aceita jaula que temos para ele
Vê-lo solta e livre no campo, correndo tão elegante,
É uma sublime forma de possuí-lo
Às vezes ele quer se aproximar,
Mas te vê como um predador vorás,
Sente medo, pois outros já tentaram e lhe tiraram à paz ,a liberdade
Dor duvida? Tudo isso faz parte do amor..
O amor é chuva....
Se Você tenta agarrá-la, ela escorre pelas suas mãos...
Se você tentar senti-la, deixe-a tocar em seu corpo, que você vai entender
O amor é lagrima que escorre em seus olhos quando o vê....
O amor é um sorriso, quando você relembra um momento ....
O amor é desprezo, pra tentar esquecer...
Sinta a liberdade de amar,
O amor é a mesma alma com dois corações
O amor é você e eu.
(MARCOS PAULO CAPOTE)
Sem medo da verdade, sem susto com a idade.
Sem maquiar as rugas nem as rusgas.
É hora de ser frágil como o passar do tempo.
Sem nenhum lamento de ser ou de estar,
Ou de não ser, nem de estar.
Por isso mesmo, tem que ser forte,
desafiando a morte, até a morte chegar.
Tudo passa. Até as traças.
Tudo passa, até as desgraças...
Tudo passa.
Menos as graças.
Viver dói
Viver dói.
Existir, nem tanto.
Já a morte é só um susto.
Bancar o herói?
Fingir não ter espanto?
Que suporte então o custo.
Querer corrói.
Cede ao toque do encanto
Mesmo quando se é justo.
Desejar me mói.
Me destrói o tanto quanto
Até que encontro o que busco.
O que é a vida?
A vida é um grito, um susto, um choro e um abraço...
A vida é um mito, um sonho, um cansaço...
A vida é um espanto, um canto, uma uva...
A vida é um odor, um perfume, um fedor e um medo...
A vida é um vento, o amor, o ódio e uma fome...
A vida é um gosto, um cheiro, um toque e um desprezo...
A vida é um riso tímido, um sorriso largo e um gosto amargo,
A vida é onde a música tocada, comanda os ritmos dançantes...
APENAS UM SUSTO
Hoje chutei a beleza que na penumbra da noite veio voando para me ver; mas claro, não foi de propósito tal intento.
Eu explico: ao fazer-me a visita-surpresa, eu não havia percebido que ela estava no piso amarelado da sala de estar.
Sempre fui fascinado por esses belos seres alados.
Já meio escuro, achei que era um resíduo qualquer e a toquei com o pé; mas, olhando com mais atenção vi algo a se mexer, era uma linda borboleta. Meio tonta, só podia movimentar-se com as pernas e, estava tombada para um dos lados devido ao choque.
Mas por sorte, não o havia machucado com tanta gravidade assim; como achava a princípio.
Ufa!... Ainda vivia!
Apenas um incidente sem maiores danos!
Pedi desculpas a ela, pelo ocorrido. E a peguei com muito jeito e carinho para que, não se desintegrasse em minha mão.
Compadecido a levei para o quintal de casa e a coloquei num galho verde de uma palmeira nova, para recobrar os sentidos.
Foi um sucesso esse meu gesto! Depois verifiquei que ela já abria e fechava suas asas normalmente!
E só pensava em seguir sua trajetória de embelezar a vida!
Então, conjecturei: talvez, não a verei jamais... Mas, com certeza alçará voos de liberdade novamente, e encantará outras almas sensíveis mundo afora.
05.10.15-
Ironicamente nosso primeiro choro nada mais é que um grito de morte. O susto é inevitável ao dar de cara com a morte assim tão "cedo".
Nesse intervalo imantado entre vida e morte acontece uma coisa bonita que a gente chama de sonho. Uns o vivem só dormindo, outros somente acordados. Mas, há alguns privilegiados que vivem esse sonho lúdico dentro do seu próprio sonho.
Segunda-feira
é dia de espantar a poeira
dar um susto na pasmaceira
e iniciar a semana da melhor maneira...
Era cedo, mas o coração caducava em caminhos tortos. Uma expressão incompreensível. Um susto. A vida em silêncio, lenta. Agora causava uma inquietude, o riso quase saltava naquela agonia de nada fazer. Esperando um pouco do que não tem e dividindo um pouco do que teme. Ainda se tivesse na alma o que não tem no rosto. O rosto marcado com pontas de faca de um tempo que ela não lembra, pois dormia. Poderia ter pincelado o coração com cores, mas nem mesmo isso pôde fazer. Um coração feito um oco e um rosto de um doente.
Lene Dantas
http://www.lene-dantas.blogspot.com.br/2013/06/passos.html
- Acabou.
- Como assim acabou? Não me diga que...
- Sim, o nosso amor acabou.
- Que susto, pensei que fosse a Vodka.
O amor é uma coisa fantástica, mas eu só consigo compará-lo à algo muito forte, como um susto, um tombo ou um murro no estomago..
SERÁ MORTE?
A janela se abriu e o susto se foi
a constatação imediata do previsível se assume
A porta bateu deixando de fora o novo
o verossímil o inevitável momento de alegria
Nas cadeiras somente o balançar lento
da imagem de quem ali se sentou
Os tapetes sumiram embaixo de poeiras
onde não há mais rastos
As mesas de canto de castigo
sem o peso das rosas que perfumavam a saudade.
Nem ela a saudade quis ficar...
deu adeus sem balançar as mãos
balançou a cabeça acenando um não.
A incompreensão virou dono da dor
e se voltou contra a mão que afaga.
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