Suspiros Poeticos e Saudades
Saudades! Maurício Villas Boas
Se a saudades é o pedacinho do amor, eu sinto as duas coisas.
ô vontade de sentir aquecer o frio que invade o meu amago, é tão frio que chega arder, ele me corrói por dentro. machuca só de pensar. és minha linda pequena. minha princesa mulher. saudades de você...
Eu á amo com todas as minhas forças. saudades de você.
Ass. Maurício Villas Boas!
Dizem que o amor é tonal,
Ouso dizer é anacrustíco…
Inicie-se a melodia,
Em tempos inesperados.
Talvez seja como uma escala complexa,
ou o sistema tonal oriental…
Cheio de nuances e micro tons
para se explorar.
Ou pode ser uma melodia de ninar,
dependendo da forma…
Aventurar em novos tons,
executar a melodia e compreender…
Qual o tom do seu tom…
A facada
ontem a tarde foi otima, taças de vinho e brindes entre conversas por vezes descontraídas e as vezes sérias sentados em um lençol na grama sob o sol de inverno, passarinhos caminhando entre nós, como se pertencessemos à uma mesma convivência diária... a vida fica muito boa as vezes, a gente abre uma garrafa, se senta e espera pelo que pode acontecer...
hoje lembro de ontem e pela janela olho lá fora um céu azul louco, tento fazer um círculo com a fumaça azulada do meu charuto barato, sem sucesso...
ergo minha cerveja num brinde silencioso ao que restou de mim, bebo mais um gole dos oceanos da minha dor enquanto lembro que independente do que eu pudesse dizer ou sentir, alguem de fora do nosso céu passou a faca nas asas do pássaro azul do meu peito, ferindo-o mortalmente..
Aqui jazz aquele que não é, por nunca ter sido
agora entendo
estou morto há muito tempo
por isto não consegui me fazer ouvir
a força do desejo do que deixei de viver e Amar é que me faziam acreditar estar vivo
não percebi o último despedaçar das minhas asas e estava de coração quente e cheio de esperanças demais para perceber a queda
quando morri, não houve tempo para me despedir, levantar um clamor ou dirigir alguma súplica
estava vivo demais para isto, inclusive para morrer, mas minha morte não dependia somente de mim
faz alguns dias, talvez semanas, não sei, faz tempo, parece fazer séculos...
ainda suspiram em mim mim os fluídos das almas deitadas na grama olhando a lua
do desabrochar das pétalas de Lótus Líricas que insistem em me acariciar
do aroma da canção que não quer ir embora
olhei para uma estrela longínqua para sentir seu perfume
mas não consegui manter-me vivo
afoguei-me em suas águas lodosas, de sede fui morrendo enquanto te recolhestes da natureza a que pertencias para habitar em algum vaso mundano de cor rubra
o universo é imensidão
nós nos fizemos apequenados demais para sermos notados quando desprezamos o Amor por não aprendermos a Amar
morri antes de acenar uma despedida para teus olhos profundos e delicados
não transbordei teus desejos e nem extasiei seus Amores
a isto, mesmo morto, acreditava estar vivo
não pude fazer com que me lesse
e em sua morte adormecida, fatalmente vim a morrer
e ja não tenho de onde tirar ânimo para ressuscitar outra vez...
enfim, aceito a morte..
eu amava as chuvas de verão e agora só posso usa-las para chorar escondido
penso se não serão as mesmas nuvens que muitas vezes mandavam gotas de chuva beijar seu rosto quando vivíamos nossos pequenos infinitos..
Flertes
flertava com a dor
como a criança que
pisa em poças d'água,
por vezes tal flerte
era como uma valsa
dançada sobre nuvens,
vestes nuas
à brilhar
à luz da lua...
flertava com a dor
nos ventos dos tempos
de amaguras de distâncias,
flertava com a dor
até esquecer-se
de si mesmo,
perder-se no tudo
do nada que; no que nunca encontrou,
e não procurar-se mais..
você é uma
miscelânea rara
de lindos poemas
e contos inéditos.
porque perder tempo
com quem lê apenas
os best-sellers
do momento..
a arte de
renascer
só se dá
a partir
das cinzas
de nós
mesmos,
outra vez
feito
em cinzas,
renasço,
as dores,
no
renascimento,
cessam...
cessam no novo ser..
**Renascer
e o que é a vida?
um milagre que busca a morte,
o Amor, sentimento que trás tristeza,
as palavras, gritos para almas surdas
isto a poesia quem me segredou..
[...]
queria sonhar com a realidade, mas só sei acreditar no sonhar,
queria passo a passo caminhar, mas só sei abrir as asas e voar..
A redenção é a morte
há alguns dias não tenho vontade de me levantar, permaneço deitado com os cobertores ate o queixo no escuro com minhas cortinas blackout puxadas
a televisão ligada sem volume ou com o volume no minimo me sugere as horas, é ínicio de madrugada agora, ha alguns dias foi meu aniversário, daqui ha alguns dias terá o feriado de 7 de setembro, através da internet não fico alheio completamente sobre os dias e meses
a passagem do tempo no entanto se mostra morosa, rude e angustiante, algo dentro de mim se levanta em súplicas por dias de sol e aroma de flores da primavera, então lembro que essa sensação de súplicas tambem me acompanhava no verão passado e na primavera passada
aa sendas escuras do meu quarto anunciam corpos mortos chovendo pelo teto e deitando-se nas feridas da minha cama empoçando jardins de flores pisoteadas
tremulam versos rotos e sem rimas do sangrar dos meus labios queimados pelo sol de inverno que não encontra fresta alguma na alma deste quarto escuro
suspiro, aspiro e respiro mendigando sonhos em clarões brancos de escuro desolação
respiro um acreditar dentro do meu corpo morto, em algum lugar ela toma entre suas doces mãos sua xícara de café e suas duas fatias de pão, sim duas fatias
no jazzer do meu cadáver ensurdece-me o pranto das paredes de olhos ardendo ante o odor fétido que exala do meu corpo morto
ocasionalmente meu corpo morto sente o aroma de terra molhada onde dançam lembranças de uma infância vivida, uma vida Amada e de uma velhice abortada
em algum lugar os mendigos tomam cachaça e consomem crack amortecendo suas vidas mortas, prostitutas em banheiros de motéis ajeitam a maquiagem para ir de encontro a seus proximos clientes mortos
neve escura se espalha e congela o quarto preparando minha sepultura
as ruas tossem vírus mortais, milhares caminham nestas mesmas ruas onde já não resta quase ninguém para morrer, estão mortos ha muitas luas, eu enfim junto-me a eles, não ha redenção, talvez nunca ouve..
Como sorrir, com tudo quebrado e fora do lugar?
Como se firmar e ter estrutura
quando tudo é inconstante e desestruturado?
Aquilo que outrora era barco forte,
É hoje embarcação a deriva?
Como sobreviver a grande tormenta?
Ao mar bravio da existência?
E o que me resta?
poder te amar talvez seja a resposta.
Então não me prive de poder te amar,
com tudo que tenho com tudo que sou…
Troca-se o ódio pelo o amor de verdade.
a chuva pelo sol
a tristeza pela alegria
a dor pelo conforto
o imperfeito pelo perfeito
os passos pelos voos
a guerra pela paz
a morte pela vida
troca-se a insegurança pela coragem.
troca-se a infelicidade e a dor
por apenas um amor.
Trapos e retalhos
assustado com a luz cavei minha própria cova em frente aos portões do inferno
o jardim de cristal iluminou-me por um breve tempo dando-me esperanças de redenção e ressurreição
até que novamente entorpeci-me no adormecer das madrugadas mórbidas
gritando dores solitárias minha alma geme sem causar comoção as Flores
quando fugi de mim mesmo pus-te em fuga de si mesma, e, nos perdemos a não nos encontrarmos
não há perdão no meu julgamento onde recebi condenação sem ser ouvido e minha pena mais dolorosa é saber seus gemidos por um partir que nunca houve
a doce lembrança do sorriso de suas palavras de outrora embaçam em lagrimas a memória do caminho sonhado um dia percorrermos
na minha morte almejo sua face, face a face um sussurro a dizer que te Amo e nunca sequer cogitei lhe deixar
a lua ergue-se em meio a sombras sedutoras contemplando minhas dores em mil pedaços costurando-se em trapos e retalhos em decomposição daquilo que um dia fui
gemidos anuciam uma dolorosa busca de um iminente e último suspiro..
Pedra sem asas (queda)
embargado em abismal medo
de ser lançado das alturas da rejeição
pedra sem asas, despencar
olhos cegos à vista
surdo ao canto dos pássaros
o planar da águia agitado
insuficiente como sempre
queda
alturas de ilusões por mim criadas
pedra sem asas, queda
as horas espancam a eternidade
pedra sem asas
de meteoros centenários
de âmago desbotado
melodias de angústias
alma atormentada
pedra melódica
sem asas
tristes canções
canções que
não mandam embora os demônios..
Desperdício da minha morte
no Amor que agiganta
o medo que me apequena
na intensidade da liberdade
a pureza que me aprisiona
no caminho que traço
perco-me onde me encontro
Amo por mim, para mim
por ela, para ela
falo fluente linguagem
do abandono e insuficiência
anoiteço em permanecer
amanhecido no desperdício da minha morte..