Suspiro
Quando sentir saudades
Lembre-se do suspiro do oceâno
Do forte abraço que te abrigou
Da dor e das marcas que te fizeram o que és
E do amor que caminhara com você eternamente
Caminho triste
Surge o vento com um som esbelto
Roça minha garganta um suspiro selvagem
Enquanto a noite passa cortando o silêncio.
Traço alguns desejos que reluzem teus olhos
E então… outro suspiro.
Lenta respiração direcionando a pulsação de um coração triste
Perdido, louco, sereno
Totalmente sem sentido meus passos voltam ao tempo
Sem razão, sem sentido, sem nada.
Surgem todos os galhos que se debruçam no chão
Pelas noites desertas e escuras
D’onde vago também sem direção
Trovoes rasgam e ofuscam a visão
Cegam seus próprios olhos, pois não têm amor
As flores rastejam pelo chão dos jardins
Cheias de dores
Por serem apenas flores
Mas sem precipitações, ataques de desespero ou exageros, dar um passo de cada vez, um suspiro depois outro, não pular etapas, fazer valer a pena. Digo: não pensa no fim, te entrega pro começo.
“...A calma do gesto e a intensidade do olhar, o toque que arrepia, e o suspiro que faz a mente não pensar, toda uma energia girando e dançando entre os corpos, Fazendo o solo considerado árido e seco, se revolver e se envolver em meio aos sentimentos, tornando ele fértil mais uma vez, trazendo novamente as flores que imaginei que nunca mais voltaria a ver...”
CARTAS DE AMOR
Ah se eu pudesse ler o que as cartas de amor não dizem
Cada suspiro que vai nas entrelinhas
O silêncio guardado em cada espaço em branco
Ah se eu pudesse ler cada pergunta que não é feita
O que se esconde atrás das vírgulas
A história que continua após o ponto final
Os sentimentos que impregnam o último verso
Quisera eu saber ler cartas de amor
Mas elas não se deixam ler
Ou não seriam cartas de amor.
Cada batida do meu coração tem seu nome, cada suspiro tem seu cheiro e cada pensamento é para que você fique comigo até o fim.
O último suspiro
A vida esvai lentamente
Enquanto meus olhos começam a fechar
Começo a ouvir a doce sinfonia do silêncio
Tudo está passando tão depressa
Cada lembrança da infância ao presente que já não mais me pertence
Não sei se dói
Agora que tudo se acaba
Queria um pouco mais de tudo o que me fez feliz
Seu olhar profundo
Seu sorriso irradiante
Sua ternura singular
Tudo se encaixa perfeitamente em todos os cenários da minha felicidade
Adeus luar prateado
Adeus crepúsculo tristonho
Adeus praias e campos
Adeus amada
Adeus rebentos
Uma última lágrima.
Um último suspiro.
Um abraço apertado.
A perda de um amigo.
Um amor esquecido.
A última batida de um coração partido
"Um suspiro pode até ser uma falta de ar, muitas vezes esse suspiro é apenas o pulsar de um coração apaixonado.
DUETO (soneto)
A minha tristura é uma gargalhada
A saudade um suspiro. Ela chorava
Na solidão onde eu me encontrava
Me deixando além d'alma estacada
Os sonhos pouco ou nada resvalava
Pelo olhar. Não tinha a asa dourada
A saudade ria com a tristura chegada
Sob a cruel melancolia que matava
Do sorriso a saudade fez morada
Sequer de um pranto ela alegrava
Tinha tristura na sinfonia cantada
No dueto: saudade e tristura, aldrava
O coração no peito, da aflição criada.
Então, atrozes, alívio na poesia forjava...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
Talvez é melhor que não aconteça
Que o suspiro da paixão desapareça
Que a solidão amadureça
E que se transforme uma nova canção...
...viver a nova e encantadora vida
Ame a si, aprenda a conviver consigo mesmo
Não espere pelas felicidades externas
A fonte jorra dentro de ti
O caminho é você que escolhe.
Não culpe ninguém, reflita, adentre pra dentro de si
e vera um mundo novo a ser descoberto.
A solidão não se condiz em estar só...
Não se alimente de frases de destruição
Se afaste de pessoas que te minem as energias
Dê um suspiro e um passo e verá
O quanto é bom poder viver nessa estrada
Quem te ama te quer bem e não espera de ti nada em troca
Do que vale a inútil certeza de existir um amanhã,
se agrido e mato o vivo suspiro que se expressa no hoje!
AMOR DA 3ª IDADE
No fôlego do seu suspiro
respiro o seu ar
Ao te beijar
digo prosas românticas ao teu ouvido
Na sinceridade do meu olhar
você traduz o meu sentimento
Na compactação dos nossos abraços
a chama do companheirismo fortalece
No triunfo da nossa relação
ficamos velhos
mas se morrermos, morreremos felizes.
Dois Povos
Brilho no olhar
Suspiro no ar
Corpus laçado
Calor na alma
Dois povos
Mãos trocadas
Balé dos cisnes
Lago que chora
Pássaros que vi
Crianças que senti
Dois povos
Prisioneira do flash
No metal frio
História de um povo
Dois povos
Um coração
Dois corpus
Um desejo
Duas bocas
Um beijo
Dois povos
Um suspiro
Dois povos
Futuro incerto
Dois povos
Um sorriso
Dois povos
Desejos!
É proibido não transformar sonhos em realidade, não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
Nota: Adaptação de trechos de "É Proibido", poema muitas vezes atribuído, de forma errônea, a Pablo Neruda.
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