Suspenso
Na minha alma
construi um belo jardim,
um jardim suspenso!
Cada vez que a saudades
aperta e a noite chega, fecho
a janela sinto o coração
entristecer e colho uma flor!
Mas com uma certeza,
daquele mesmo lugar
muitas brotarão .....
Só então consigo perceber,
que em breve a esperança voltará!
"Uma arvore a beira do precipício, no seu galho mais longo suspenso no nada existe uma fruta, esta se chama amor! É preciso mais do que coragem pra toma-la."
Ao leito de um hospital, vida em suspenso,
Homem frágil, coração em tormento.
Traído por quem amava, na cama de sofrer,
A tristeza o envolveu, mas à lama não quis ceder.
No calor das batalhas, sua força se aguçou,
Lágrimas caíram, esperança então brotou.
Ao sair, a verdade crua se desvelou,
Traição feriu, mas nova estrada ele escolheu.
Nas marcas da traição, oportunidade ele viu,
Refazer a história, dançar seu próprio alarido.
Decidiu não prender-se ao passado de mágoas,
Abriu coração a novo amor, sem demora.
Com coragem, ergueu-se, do passado emergiu,
Perdão trouxe paz, amor recomeçou, ressurgiu.
Abriu-se a sentir algo inteiramente novo,
Amando de coração cheio, mais uma vez, afeição provou.
Olhos de outro, novo amanhecer encontrou,
Alma generosa, futuro a florescer, se mostrou.
No agora, traumas foram cura concedida,
Homem renasceu, a vida, com ternura, recebeu a vida.
Traição, página virada, ficou no passado,
Escolheu o amor, da solidão se libertou, de lado.
Cada sorriso, alegria inabalável avança,
Novos passos trilhou, encontrando na dança esperança.
Na jornada do coração, sonhos ousou abraçar,
Amar novamente, um presente a celebrar.
Na história que viveu, uma lição resplandeceu,
Que nas sombras, novo amor, renasceu.
Assim, com coragem, provou mais uma vez,
Verdadeiro amor prevalece, firma e aquece.
Páginas da vida, paz finalmente achou,
Homem que permitiu, com ousadia, refez, triunfou.
deixam sonhos e esperanças em suspenso
Desigualdade escancarada, é triste a visão
Uma realidade cruel, sem qualquer razão
A liberdade, um direito que deveria existir
Mas nas entranhas do país, parece sucumbir
Censuraram meu talento, minha voz abafada
Sem espaço para expressão, sou uma alma calada
Enquanto uns poucos se deleitam em riquezas
A maioria se perde nas incertezas
O bolso vazio, a fome que não cessa
Oportunidades escassas, promessas esquecidas
Quantos chorarão nos novos tempos que virão?
Quantos sorrirão com conquistas que alcançarão?
É difícil prever, em meio a tanta adversidade
Mas é preciso lutar pela verdade e pela igualdade
A visão triste e sombria da realidade brasileira
É uma chamada para ação, é hora de fazer nova bandeira
Reerguer sonhos, construir um futuro melhor
E lutar pela liberdade, pelo talento e seu valor.
Retrato Espontâneo -
Num gesto suspenso e cansado
alguém surgiu ao longe
caminhando passo a passo
solitário como um monge.
Era alguém! Bem sei que era!
Alguém sem nada que nada diz
passando livido como a cera
por entre os outros infeliz.
Trazia olhar de prata
olhos negros cor de fado
alguém que a morte não abraça
um poeta já cansado.
Quem seria tal figura
que o destino ali nos deu?!
Olhei com olhos de ternura
e afinal aquele era eu! ...
Quando a Cruz foi Erguida -
Quando a cruz, ao alto, foi erguida,
e nela, suspenso, Jesus Cristo,
no Céu, um trovão, rasgou a vida,
nunca, nada assim, se tinha visto.
Havia tanta dor junto a Jesus ...
Sua mãe, vestia luto e solidão,
pois ao alto, seu filho, numa cruz,
como um triste condenado, sem razão.
E na tristeza de tão perdido olhar,
trazia sete dores numa mão,
e no peito, sete espadas a brilhar.
Quando, pelo Céu, o trovão soou,
as espadas, no seu peito, eu vi entrar,
eis quando nessa cruz - Jesus - expirou!
O que nos Separa -
Entre mim e ti
há um vazio suspenso
que nos separa!
Um espaço imenso manchado
de saudade.
Vontade que não domino,
solidão a que pertenço!
E repara, eis a verdade:
cruel, dura, fria!
Lamento que assim seja,
mas é mais forte o que nos afasta
do que o que tu queres que nos una!
passam meus dias em suspenso, a memória estagnada, sinto que além do que sou e do que penso, que a vida parou, trago a alma angustiada...estou entre o ser e não ser nada!
Saudade
.
Saudade, incompletude do ser,
A peça que falta,
Tempo suspenso, ponteiro parado,
Vazio com resignação,
.
Saudade, amor amordaçado,
Da feição na memória,
Peito despedaçado, sorriso lembrado,
Pranto não chorado,
.
De que serei digno?
Merecedor eterno,
Do sofrer calado, olhar desolado,
Sorrir inventado,
.
Voltar. Sonho acordado,
Florescer da alma,
Renascer apaixonado,
Reviver o amor mais amado,
.
Sentir, o beijo molhado,
Hálito trocado,
Do entranhar transpirado,
Pulsar indomado,
.
Curar, no ápice alcançado,
Êxtase dos corpos,
De coração aquietado,
Olhar cobiçado.
Essas férias foram um devaneio etéreo, um doce interlúdio onde o tempo parecia suspenso, como se, por breves instantes, eu habitasse outra vida, envolto nos laços de uma família que existia apenas no limiar dos sonhos. Cada dia era uma dança de luz e sombra, um sopro de eternidade que aquecia meu coração adormecido. Mas, assim como as pétalas de uma rosa que se desvanecem com o vento, o sonho dissipou-se, e o encanto desfez-se no horizonte. Retornei, então, à minha realidade, o refúgio solitário que escolhi, onde as muralhas da reclusão me protegem das labaredas do amor. Aqui, alheio às melodias do coração e desconectado da paixão, encontro meu abrigo nas profundezas silenciosas da introspecção.
Descansar a alma
Além dos muros cinzentos
Onde a esperança se aninha
No jardim suspenso
Entre lírios perfumados
Hibiscos e trepadeiras
Eu me sentava para contemplar
A vida pulsante transformar
Vista para o mar,
Nossa tela lírica
Serena, mediterrânea
Costa em primavera
Tardes de paz, pássaros a cantar
Anunciando a noite serena
Descansar a alma
Até onde os sonhos nos levar
Bruna Nilza
qual o valor de lutar pela vida?
no leito do hospital, o tempo parecia flutuar, suspenso entre as paredes brancas e o som monótono dos aparelhos. DonaMãe, ou Zina, como eu a chamo carinhosamente estava ali, lutando contra problemas renais e uma teimosa infecção urinária. é uma guerreira, sempre foi. e, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, encontra uma maneira de expressar sua força: através das palavras.
ela falava, e como falava. as palavras saíam de sua boca incessantemente, até que a boca secasse. recusava-se a beber água, como se aquela fonte de vida fosse um capricho dispensável. mas bastava um sussurro carinhoso ao pé do ouvido, e ela cedia, aceitando a bebida com um sorriso resignado.
ontem, por volta das 16hs, em meio a uma dessas maratonas de falas, DonaMãe desviou o olhar para a colega de quarto, uma senhora em um estado de saúde delicado, cercada pelos filhos preocupados. com uma serenidade perturbadora, ela disse: "Ela quer morrer, e vocês deveriam fazer uma prece para que ela se encontre com Deus."
o silêncio que se seguiu foi tão denso quanto a atmosfera do quarto. as palavras dela ecoaram, trazendo um desconforto palpável. tentei mudar de assunto, puxar Zina de volta para conversas mais leves, mas ela estava decidida. e, voltou a falar sobre fé, sobre o que Deus nos reserva, como se quisesse preparar a todos, inclusive a si mesma, para o inevitável.
essas palavras, embora duras, vinham de um lugar de profunda reflexão e talvez aceitação. DonaMãe sabia que o fim estava próximo, não apenas para sua colega de quarto, mas também, todos nós que tentamos saber qual é o valor de se lutar pela vida. havia uma sabedoria em seu discurso, um desejo de encontrar paz para aquelas pessoa e eu sentia. mas, dar sentido aos últimos momentos, parecia ser ir longe demais.
e então, a madrugada chegou. talvez não mais que uma hora da manhã, e dona Anna nos deixou. deixou um vazio imenso, quarto e as vozes silenciaram junto com ela, estava sua filha. deixou também uma lição valiosa sobre a fragilidade e a beleza da vida. cada conversa, cada recusa teimosa em beber água, cada prece sugerida, eram manifestações de DonaMãe e sua esperança de seu um amor maior.
no leito do hospital, entre palavras e silêncios, DonaMãe ensinou-nos que o valor da vida está nas pequenas coisas, nos gestos de carinho e nas reflexões profundas. não foram apenas palavras, foi uma compreensão serena da vida e da morte.
e assim, enquanto a memória de Anna permanece viva em nossos corações, continuamos a fazer nossas preces, buscando o consolo que Zina ela tão sabiamente sugeriu, buscando forças nas lembranças de sua presença amorosa para que logo, logo, ela volte à rodinha normal.
26.jun.024
O silêncio do eu te amo
Há um vazio onde o "eu te amo" morava,
um espaço suspenso, entre um ontem próximo
e um hoje de silêncio, onde as palavras
se desvaneceram como névoa ao sol.
Era uma certeza, doce e frequente,
o som que se repetia em cada manhã,
em cada despedida breve, cada retorno.
Agora é uma ausência, fria, que ecoa.
Às vezes parece que ainda vou ouvir,
como quem espera uma onda que nunca chega,
mas o tempo insiste em seu modo firme
de calar o que antes fluía livre e leve.
No começo, dói fundo e inesperado,
como se o peito se apertasse ao lembrar,
o que antes era simples só um "eu te amo",
agora é uma falta que grita no silêncio.
Mas a realidade se acomoda, lenta e dura,
onde antes havia promessas, constância,
agora há espaço e um eco de saudade,
um aprendizado em caminhar sem palavras.
E seguimos, na vida que insiste em calar
tantos "eu te amo" que julgávamos eternos,
aceitando o silêncio como parte de nós,
um espaço vazio, sem eco, sem voz.
"Suspenso na Babilônia eu 'to pique Aladdin
Trombei o Gênio da lâmpada e pedi você assim:
Princesa Jasmine, com os lábios da Angelina Jolie"
Mais do que o que vemos, fotos eternizam o que não vemos. O que fica suspenso no tempo sob a aura dos sorrisos.
Não tenho um minuto pra oferecer. Só tenho um segundo da eternidade, eternamente suspenso num minueto à dois.
Este momento...
Uma sensação de morte,
Uma sensação de vida,
Um estar suspenso em si mesmo.
Não há como saber que direção tomar,
Mas há a urgente necessidade de caminhar.
A vida não espera,
O tempo escapa pelas mãos
E o que deveria me fazer correr, me paralisa.
Sob o mesmo céu, em um espaço suspenso pelo tempo, verdades em comum se acariciaram.
Do beijo, nasceu enorme desejo de beber até a última gota.