Surdo
Grito surdo que se quer soltar.
Entranha da estranha palavra que ninguém quer ouvir
Ou escuta passivamente no ócio de fugir ao pensar.
Será essa voz vento que tímido passa,
Furacão sufocante de insignificante brisa escondido,
Que carrega mensagem amarga em insípida ausência?
Ou será tempestade que já não assusta,
Que bate e se abate em corpo vazio que não se conhece
Onde o trovão queima em dor que não se sente?
Saudade das garras do grito quando tinha voz,
Quando arranhava em sangue o mundo sem a capa da indiferença
Que audaz reagia, sofria, destruía e despia certo de que iria vencer.
Eu não sou cego
Eu não sou surdo
Eu não sou mudo
E também não sou burro.
Eu vejo
Eu ouço
Eu falo
E eu sou educado.
Eu não vou fingir que não vi
Eu não vou fingir que não escutei
Eu não vou fingir que não falei
Esta foi a educação que eu recebi, esta é a educação que eu vós ensino, esta é a educação pela qual muito dos meus não tiveram êxito em adquirir.
Por mais que anos atrás muitos com a mesma tonalidade de pele que a minha eram escravos, reconheçam que eu não sou !
E pelo fato de ainda existir o preconceito, tenho como resposta este poema, recebi a educação de que um bom combate contra o mal se vence com o bem.
Deus me guiou até aqui, e para mim Deus é amor, paz e justiça, em todos os combates ele estará comigo, pois sou bem-aventurado por Cristo Jesus.
Continue surdo para quem não traz palavras que te edificam! Continue cego para quem não se importa com você e principalmente...guarde as suas energias apenas para quando realmente for importante. O silêncio das palavras e das ações também é precioso!
@keylak.holanda
Tornei -me cego, mesmo podendo ver;
Tornei -me surdo, mesmo podendo ouvir;
Tornei -me mudo, mesmo podendo falar;
Tornei-me anósmico, mesmo podendo cheirar;
Tornei -me paralítico, mesmo podendo andar;
Tornei -me órfão, mesmo tendo pais;
Tornei-me num alexitímico, mesmo tendo sentimentos;
Simplismente tornei-me num cadáver andante.
Ando surdo para leituras e calado para declamações, mas desenho ao vento e no seu invisível crio um poema a vácuo.
simplicidade
Simplicidade o que foi que eu fiz com você, hoje estou surdo ,mudo e sem visão pra ti numa cumplicidade complicada para com a vida onde o abstrato não se faz presente e o concreto é extremamente presente que nem ao menos eu consiga ver minhas pegadas de meu caminhar é como caminhar pela vida sem existir, sem deixar rastro ;talvez num novo tempo,numa outra vida você possa me perdoar e eu possa aceita_la com muita simplicidade.
Se o pior cego é aquele que não quer encherga e o pior surdo é aquele que não quer ouvir, então o pior idiota é aquele que insiste em uma pessoa que não quer nada com você.
Minha Geração
Sou o cego que vê
O mudo que fala
O surdo que ouve,
Somos doutores analfabetos
Artistas sem arte
Governantes sem coração,
Sou o rico que vive na miséria
Refem na sua própria terra
Um escravo do sistema,
Sou um jovem sem identidade
Que busca as aparências e não virtudes
Marionete da mídia e da internete,
Sou a criança com futuro incerto
Vítima da ambição egoísta
Uma nação em desalento.
Há alguém dentro de mim pedindo socorro
mas eu não escuto
Me finjo de cego e surdo como todo mundo
Dentro de mim há alguém querendo chamar atenção
Não sei se faz meses ou anos que estou na mesma, em vão
Em vão pq nem eu mesma sei como calar a boca dessa pessoa que há em mim
Ela grita que nem eu consigo me ouvir.
Esse grito era tão forte,
mas de tanto de gritar sua voz já cessou.
Ela está rouca esperando que alguém lhe dê um pouco atenção
Ela mostra em gestos que não está bem e ninguém percebe que ela está sem chão.
Quando a voz dela volta
Nada a sua volta a solta
Tudo fica preso a ela
Todos se agarram a ela
Ela é uma boa menina
Mas ninguém é bom pra ela.
Por isso ela faz poema com pavor
Pq é isso que há dentro dela
E ela só quer trocar aquilo que ela mais despreza
Reza
Depressa
e mesmo assim não cessa
Não cessa essa vontade
do seu eu de verdade
Deixa-lá gritar um pouco mais
Já que ninguém deixa ela a vontade
A vontade pra dizer o que sente
Sem ninguém olhar com cara de quem mente.
Dizendo "Nossa! Sinto muito por tudo isso ter acontecido, nunca mais acontecerá contigo"
Pode ser que não
mas ainda acontece no meu coração.
Essa raiva me possui a cada dia
me transformando mais fria
Prima da minha loucura
que sem ternura
me assombra todos os dias.
É absolutamente absurdo, ficar se fazendo de surdo.
Com tantas verdades sendo ditas
E por falta de pensar o corpo padece.
O indivíduo diminue, não cresce
Caminhando em ruas tortuosas, perece.
Não constrói degraus,e a vida segue cega.
Cavando a sua própria cova, ao precipício ele desce.
Ainda que eu fique cego, escreverei.
Ainda que eu fique mudo, escreverei.
Até surdo, escreverei.
Vou escrever tanto que um dia terei escrito
o meu próprio mundo.
"Quantas besteiras..
Notas traiçoeiras ..
Canto surdo..
Melodia que encontra muro..
É como nadar na beira..
Tocar em todas as cordas
Harmônia do coração...
É o meu " Blues"
O Blues da solidão..."