Suportar

Como suportar, como salvar o visível, senão fazendo dele a linguagem da ausência, do invisível?

Deus não dá um fardo maior do que podemos suportar.

Consigo suportar a ideia de que poucas horas depois que eu morrer, os vermes comerão meu corpo, mas estremeço ao imaginar professores criticando minha filosofia.

A vida é dura de suportar; mas, por favor, não vos façais de tão delicados! Não passamos,todos juntos, de umas lindas bestas de carga.

Estar sozinha é não suportar ouvir a palavra solidão porque ela faz sentido. E o sentido dela dói demais. Estar sozinho é ter uma risada nervosa, de quem segura um grito e um choro enquanto ri. Um riso falso para se convencer de que é possível ficar sozinho sem ficar deprimido. Estar sozinho é usar roupas provocantes sem se sentir sexy com elas. É conferir a caixa de e-mails com uma freqüência que beira a compulsão. É chorar do nada. É acordar do nada.

Poucas coisas são mais difíceis de suportar que o abor­recimento de um bom exemplo.

Há algo tocante na associação de dois seres para suportar a vida.

Quem é capaz de suportar tudo pode atrever-se a tudo.

Por cada cem homens capazes de suportar a adversidade, há apenas um capaz de suportar a prosperidade.

Todos nós temos a força suficiente para suportar os males dos outros.

Nenhum de nós sabe qual o peso que consegue suportar, e qual o peso que nos partirá as costas.

Para suportar a sua própria história, cada um acrescenta-lhe um pouco de lenda.

Só é digno de glória o coração capaz de suportar o desgosto e de desprezar os prazeres.

Não podemos suportar nem os nossos vícios, nem os seus remédios.

Para cada homem que consegue suportar a prosperidade existem cem que conseguem suportar a adversidade.

A vida, quando é miserável, custa a suportar; se é feliz, é horrível perdê-la. Uma coisa equivale à outra.

Tive de abandonar muitos desesperos, a esperança é que custa a suportar.

Quem poderia suportar uma esposa dotada de todas as qualidades?.

O hábito é que me faz suportar a vida. Às vezes acordo com este grito: - A morte! A morte! - e debalde arredo o estúpido aguilhão. Choro sobre mim mesmo como sobre um sepulcro vazio. Oh! Como a vida pesa, como este único minuto com a morte pela eternidade pesa! Como a vida esplêndida é aborrecida e inútil! Não se passa nada, não se passa nada. Todos os dias dizemos as mesmas palavras, cumprimentamos com o mesmo sorriso e fazemos as mesmas mesuras. Petrificam-se os hábitos lentamente acumulados. O tempo mói: mói a ambição e o fel e torna as figuras grotescas.

É mais fácil suportar as aflições de estômago cheio.