Superficialidade
Ler é sonhar pela mão de outrem. Ler mal e por alto é libertarmo-nos da mão que nos conduz. A superficialidade na erudição é o melhor modo de ler bem e ser profundo.
De que tamanho é a força do amor que nos permite arrancar a máscara da superficialidade para abrir nosso coração aos outros?
Vivemos numa época de muitos amores e de pouco amor. De muita superficialidade e pouca riqueza interior.
Confissões
Vivendo no curto tempo à frente
e apesar de não querer pensar nelas,
algumas lembranças estão comigo,
maltratando meu corpo e mente
como feridas que deixam sequelas
provocadas pela ação de um inimigo.
É uma forma constante e mui danosa
que me atinge e se torna perigosa.
Sei que fiz coisas que não devia,
mas também não fiz outras que merecia.
Em algumas delas, fui traído,
em muitas outras fui culpado
por fazer sofrer alguém amado
sem perceber o quanto estava errado.
Gostaria de ter o poder de bloqueá-las
por não mais suportar e pensar
em parte desse passado que me faz mal,
pois me maltrata e me persegue
há tantos anos, e mesmo assim segue
a me mostrar os erros cometidos,
confrontando-me com toda a insensatez
da visão míope, falsa e superficial
dos relacionamentos não compreendidos.
Dias sombrios...
Vivemos tempos difíceis. Tempos de superficialidade exagerada, ou, como definiu Bauman, de amores líquidos.
Nos dias de hoje, raros são os casos em que se observa uma amizade duradoura e sincera ou um relacionamento intenso e sólido ao mesmo tempo. São tempos de larga mudança nos valores sociais. A sociedade passa por uma de suas mais bruscas mudanças.
A velocidade com que a informação flui no mundo moderno, torna cada dia mais complexa a manutenção do que conhecemos por relações humanas. Pessoas são tratadas como objetos. Ao não terem mais serventia simplesmente descarta-se o supérfluo.
Valores éticos e morais que perduraram por séculos, cito como exemplo a ética kantiana – sintetizada em seu imperativo categórico -, tornam-se cada vez mais inviáveis de serem postos em prática.
Não vemos mais romantismo, o que vemos é a banalização da palavra amor em favor dos vários tipos de experiências superficiais praticadas pelos indivíduos hodiernamente.
Bauman fala de forma brilhante que:
"Para ser feliz há dois valores essenciais que são absolutamente indispensáveis [...] um é segurança e o outro é liberdade. Você não consegue ser feliz e ter uma vida digna na ausência de um deles. Segurança sem liberdade é escravidão. Liberdade sem segurança é um completo caos. Você precisa dos dois. [...]
Hoje, o que vemos na sociedade é a valoração excessiva do “o que você é”, no lugar do “quem você é”. Tempos de relações imediatas, pautadas no momento e no que podemos obter com isso. O imediato não existe mais, apenas o agora. Isso se aplica em toda sociedade. Seja no critério profissional, pessoal ou interpessoal.
A cobrança do que se tem ofusca a expectativa do que se poderá ser. O amanhã não mais existe nos dias de hoje, apenas o agora. A fluidez em que o mundo está embebido trouxe consigo uma mudança permanente no modo como a sociedade se desenvolve, e, na maneira como ela se desenvolverá. Um dia, a história lembrará deste momento, de uma época na qual o homem não mais é o lobo do próprio homem – citando Hobbes –, mas o homem tornou-se o fim em si mesmo. Estamos entrando na era do egocentrismo autofágico.
Meu alicerce não foi erguido sobre o artificio da superficialidade.
Minha morada é no mais profundo das coisas.
Algumas pessoas vivem nas profundezas de sua superficialidade e quando encontram alguém com valores e princípios genuínos fogem de maneira covarde e egoísta... isso me dá mais pena do que raiva...
A superficialidade não denota, necessariamente, falta de profundidade, mas sim a falta de uma melhor observação de um olhar pouco apurado.
Não é a superficialidade nem a casualidade nas relações que incomoda e fere, quem é superficial de alguma forma é sincero na sua ignorância ou no seu limite de entrega.
O que mata é o egoísmo afetivo, a capacidade repetitiva de virar as costas e desprezar qualquer bom sentimento recebido quando não é mais conveniente.
Esses excessos também fazem mal e se classificam como o pior estagio da indiferença, acompanhado do horror que é o egocentrismo nas relações.
- Vilas Boas
Pensar com profundidade, em meio a tanta superficialidade, é um ato de coragem e, acima de tudo, uma grande virtude.
Superficialidade nunca foi muito coisa da minha vida. Talvez fosse algo com um patamar muito avançado, como um vestido de quinhentos e treze dólares em uma loja de grife. Ou talvez fosse algo tão simples quanto comprar maquiagem em uma loja de R$1,99. Como se os sentimentos precisassem ser tachados com preços tão suficientes ou insuficientes. Como se esses sentimentos acabassem como um toque de mágica por conta da última liquidação da loja barata da esquina.
Não sou dessas pessoas que acabam perdendo a paciência à espera do grande amor, ou à espera do despertar de certos sentimentos. Confesso, e não com muita vergonha que sonho tanto, que vezenquando fecho os olhos enquando me escorro no parapeito da janela sonhando com certos momentos, imaginando se algum dia aquelas ceninhas meio-que-chicletes que ocorrem em certos filmes românticos, acontecerão comigo. Mas de repente, bato minha cabeça no canto da janela, e percebo que sonhar não é tão bom quanto parece.
Ao menos nos dias de hoje, muita coisa (a maioria, confesso) nunca é como parece ser. A realidade é que comprar amizade, e amores bem resolvidos está tão fácil quando comprar um tênis falsificado de uma marca famosa. E tudo isso, se desgasta. O tênis, e os sentimentos, claro.
Mas não quero algo qualquer entrando na minha vida. Eu quero a realidade, a boa e velha realidade. Não sorrisos forçados, como em uma conversa de parentes que não se viam à muito tempo. Eu quero sorrisos, não bocas abertas mostrando os dentes por qualquer besteira. Quero abraços, não duas pessoas se “encostando” de braços abertos enquanto desejam tudo de melhor para umas às outras. Quero amizades verdadeiras, não viver só coisas boas numa roda de conhecidos, e de repente, em meio ao temporal não encontrar nenhum guarda-chuva para me proteger. Quero amor, não palavras decorradas, não apenas sorrisos bobos. Quero amor, e não pessoas que vivem se entregando pra aqueles que não merecem nem um pouco esse tipo de sentimento.
Quero continuar à escrever tudo o que eu penso e tudo o que eu sinto. E não apenas fingir, para iludir as pessoas com sóis que nunca irão sair antes de muitos temporais.
Você jamais sairá da superficialidade enquanto seu mergulho mais profundo se tratar apenas e tão somente de molhar os pés.
Não deixe que a superficialidade descartável das pessoas superficiais, mudem a profunda convicção de que você é especial pra muita gente, que sente isso desde o longínquo mais profundo de seus corações.
É preciso esquecer a superficialidade do outro e se entregar à profundidade de si mesmo em todos os sentidos
Sou impulsiva e não consigo viver nada pela metade. A superficialidade me irrita..... Tenho poucos amigos, mas faço qualquer coisa por eles. Tive um grande amor, mas a morte o levou..... sou uma romântica incurável... Pareço forte, e sou, mas menos do que as pessoas acham. Tenho uma fragilidade que poucos, muito poucos conhecem. Uma delicadeza e uma doçura que busco sufocar para poder viver. Em um primeiro contato,me acham pedante...mas é que sou tímida, e a presença de estranhos me coloca na defesa.....Não é fácil passar esta barreira. Gosto de dançar e de falar. Sou meio barulhenta... mas me refugio no silêncio. Erro e erro muito, mas reconheço meus erros. Sei pedir desculpas e lamento muito não poder corrigir o mal que fiz a algumas pessoas. Sou ética e tenho caráter, apesar de errar. Sempre acho que as pessoas merecem uma segunda chance e que podem ser melhores.
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