Suor Sangue A Lagrimas
Olga Benário
Os campos de extermínios
São frios e lavados com o suor dos corpos
Que exalam ânsia por mais vidas nas suas vidas.
Então Olga,
Não vás atiçar o ódio dos nazistas,
Pois eles punirão aos que forem contrários às suas regras,
Covardemente.
Impiedosamente.
Deixa as tuas idéias
De um mundo comum a todos
Guardadas na gaveta mais recôndita
Da tua alma,
Do contrário não ninarás Anita
E nem colocarás a fita
Nos cabelos sedosos de criança dócil.
Não troques uma vida inteira
De ternura entre os beijos
E afagos da filha amada por um sonho vão.
Lamento,
Sem tento
Desatinado e improvável.
A velha União será sorvida
Ao sopro do furacão do ocidente.
O capitalismo canibal que se apossou global
Estende seus tentáculos para o Leste
Que inerte
Cambaleia e agonizante desfalece,
Enfraquece
E tomba.
Igualitários países sem almas e sem sonhos.
De que adianta comer
E não poder tecer
A renda que enfeita a nossa vida tão curta e frágil?
Não Olga.
Melhor que a comida é ter a liberdade de alçar voos.
É caminhar por entre a multidão
Descobrindo rações que fortalecem a alma,
E com a calma de um passante contemplativo,
Deixar-se descansar até tomar novo fôlego
Para a jornada no meio às descobertas
E poder subir galgando degraus
E pode-se até cair,
Mas com o tino de que o prumo é a meta,
Certa para os filhos do Universo.
Por falar em Uno,
Temos a beleza estendida
E naturalmente construída
No ventre da mãe natureza.
Pare e pense um pouco nas coisas
Que teus olhos perderão para sempre.
Vê, ainda é mais caro Olga,
Ficar entre os muros sombrios
Dos campos de concentração.
Então, não vá lá não.
Esquece a aflição dos miseráveis.
E volta para o seu mundo abastado.
Ah! Querida, entendo.
Sabendo.
A agonia dos excluídos
Buscavas igualar os direitos deles.
Como matar a guerreira que grita dentro de ti?
Só mesmo aquele gás mortífero.
Só assim a Olga não lutará mais pelos
Irmãos caídos
Estendidos pelo caminho
De uma vida estreita e sem horizontes.
Assim pensavas e foi tão válida
A tua luta.
Que o mundo inteiro hoje te coloca
No pedestal de heroína.
E só isso importa!
Quero que sintas, o frio o calor do amor;
Quero que sintas desejada;
Quero que sintas o suor do prazer envolto a névoa do tesão;
Quero que sintas que sou pra você;
Quero que me sintas, mesmo de longe;
E que esse sentimento posso levar você ao meu encontro;
Que esse encontro possa ser resumido aos mais rápidos 59 segundos;
Ou que esse encontro possa resumir a uma vida toda;
Quero que sintas, que eu sinto a necessidade de sentir você, sua presença, seu amor;
Quero que sintas que não há maior sentimento que o meu amor;
E que amo mais que qualquer sentimento, que possa sentir;
O que sinto é amor, por te amar;
poema.
o que é um poema
algo que acalma
rima à que se trema
ao suor que se exala
cada frase um sentido
algo exprimido
no clamor d'alma
traduzido em sua essência
por aquela à quem dirigido.
Podem lhe tirar o último centavo,
até a última gota de suor.
Mas por favor, não deixe que lhe
tirem a esperança e a vontade de viver!
Por tanto pensar o poeta perdeu razão. Sua escrita escorre do corpo como suor: devaneios descabidos, molhados e estranhamente salgados.
O corpo no todo não é puro, cheiros estranhos o possuem, como também desejos esquisitos de cores distintas. Há oxigênio no que se tenta compor tendo o corpo como condutor.
Podemos perder tudo o que conquistamos com o nosso suor, isso faz parte da vida e assim sempre será... O que jamais podemos perder é A FÉ, O AMOR E A ESPERANÇA...
Sei que a maioria dos trabalhadores honestos derrama o seu suor sagrado para ganhar um mísero salário para sobreviver e sustentar sua família, apesar de tudo, com a graça de Deus e que aliás deveriam agradecer-lhe todos os dias por ter um emprego para garantir aquele mísero salário.
Tenho certeza de uma coisa; O dinheiro nunca vai ser sagrado, mesmo aquele ganho com seu suor derramado.
Suor é paixão em estado líquido
Visto-me com íntimos sonhos para o tango do desconhecido. Ouço o ritmo da música que já aquece o salão. Atrai-me o mistério do futuro próximo.
Levanto-me e sou tomada, arrebatada, subjugada pelo som que pulsa dentro de mim. Deixo-me levar.
Sou refém de sensações, parceira da próxima música, amante de todo o baile.
Giro pelo espaço e sou o centro de tudo o que acontece. Suave, eloquente, abrupto, carente. Todo movimento é cúmplice do ato de existir.
Não há censura, culpa ou pecado. Há suor.
E suor nada mais é do que paixão em estado líquido.
Suemos.
O camponês
Minha terra, conquistei com meu suor a escorrer em minha face
Aqui planto meus frutos e vem a colheita
Dos meus vinhedos bebo meus sabores,
Águas cristalinas no ria escoa sobre as pedras brancas e cachoeiras
No amanhecer a leve brisa molha o orvalho
Por fim meu cantinho
Aqui quero viver
Aqui quero morrer.
Embriaga-me com teu gosto, teu cheiro, teu suor ...
Me afoga em seus braços e afagos...
Me acende com seus beijos, seus desejos e sua voz.
Me envolve com teu corpo e teu calor.
Me enebria com seus gritos e gemidos...Me adormece sussurrando de prazer ...
Operariado
Escorre suor das mãos calejadas
desses sertanejos esperançosos
que agarram o cabo da enxada
com ânimo e certeza
de se a chuva não faltar
haverá sempre o feijão na mesa.
Escorre suor do rosto do operário
numa enfadonha jornada de oito horas
para garantir no fim do mês o salário:
que mal compra a cesta básica ;
que não paga o alugue;
que não paga a escola ;
que nem parece um salário,
mas que parece uma esmola.
O jeito é virar bicheiro,
político ou banqueiro.
Quem sabe pastor de igreja.
Qualquer coisa desse gênero
desde que não fraqueja!
O suor que goteja:
das mãos, do rosto
desses cidadãos
que enriquece o patrão,
o patrão orgulhoso do que faz;
o feitor sem chicote
que açoita seu escravo,
o escravo assalariado
Lá fora uma chuva mansa, mas fria...
Dentro de mim um calor, que aflora o suor, uma magia...
Meu cheiro se perde no ar com a ventania...
E leva pra bem longe está nostalgia...
Para que seja transformada em alegria...
Toda esta minha ânsia e agonia.
Povo Nordestino...
Pense num povo macho
virtude se tem de cacho
do suor pingar na testa
e me aparece um sujeito
vem falar de preconceito
que o nordeste não presta.
O cabra é não sei de onde
mas quando fala se esconde
sem conhecer o nosso oxente
vem aqui fazer um teste
e se conhecer o nordeste
você vai pensar diferente.
Lutarei até a ultima gota do meu suor
até o último grito da minha voz
até o último soprar do vento
até ao rola da última lágrima
até o último milésimo do minuto
e sei que vou vencer, até ao invencível
porque Deus é comigo