Suas Maos em meu Corpo

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O meu passado é dividido entre coisas que eu não consigo lembrar e coisas que eu não quero e você é as duas.

Felicidade não é ter o que você quer, é querer o que você tem.
(Livro: Quem mexeu no meu queijo?)

O meu maior medo foi sempre o de ter medo - física, mental ou moralmente - e deixar-me influenciar por ele e não por sinceras convicções.

Meu Deus, se errarmos, faz-nos querer mudar; se tivermos razão, dá-nos força para vivermos com isso.

Meu Quintana

Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.

Quinta-essência de cantares...
Insólitos, singulares...
Cantares? Não! Quintanares!

Quer livres, quer regulares,
Abrem sempre os teus cantares
Como flor de quintanares.

São cantigas sem esgares.
Onde as lágrimas são mares
De amor, os teus quintanares.

São feitos esses cantares
De um tudo-nada: ao falares,
Luzem estrelas luares.

São para dizer em bares
Como em mansões seculares
Quintana, os teus quintanares.

Sim, em bares, onde os pares
Se beijam sem que repares
Que são casais exemplares.

E quer no pudor dos lares.
Quer no horror dos lupanares.
Cheiram sempre os teus cantares

Ao ar dos melhores ares,
Pois são simples, invulgares.
Quintana, os teus quintanares.

Por isso peço não pares,
Quintana, nos teus cantares...
Perdão! digo quintanares.

Manuel Bandeira

Nota: O poema foi lido no dia 25 de agosto de 1966, durante uma sessão da Academia Brasileira de Letras.

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Para saber uma verdade qualquer a meu respeito, é preciso que eu passe pelo outro.

Não quero atingir a imortalidade com meu trabalho, mas sim não morrendo.

Sei como voltar:
as cores do meu outono
desenham caminhos.

[A Carta]
Quando completei quinze anos, meu compenetrado padrinho me escreveu uma carta muito, muito séria: tinha até ponto-e-vírgula! Nunca fiquei tão impressionado na minha vida.

- O senhor cultiva
epigramas?
- Não, só a grama do meu jardim.

Sou homem e, por conseguinte, trago todos os demônios no meu coração.

A minha língua jurou, o meu coração não.

Quando o ateísmo quiser mártires, que o diga, o meu sangue está pronto.

Meu destino depende de mim, não de Deus. Os estrategistas não acreditavam em predestinação e não estimulavam as pessoas a consultar livros que diziam a sorte ou esperar o que fosse acontecer. Ensinavam às pessoas a examinar suas situações e seus atos, e a assumir a responsabilidade consciente de seu comportamento e as conseqüências que ele provoque.

Eu escrevo o meu nome nos livros que compro apenas depois de os ter lido, porque só então posso dizer que são verdadeiramente meus.

Eu ainda preciso de mais descanso saudável para trabalhar no meu máximo. Minha saúde é meu capital principal e eu tenho e quero administrá-la inteligentemente.

Beleza e Verdade

Morri pela beleza, mas apenas estava
Acomodada em meu túmulo,
Alguém que morrera pela verdade,
Era depositado no carneiro próximo.
Perguntou-me baixinho o que me matara.
– A beleza, respondi.
– A mim, a verdade, – é a mesma coisa,
Somos irmãos.
E assim, como parentes que uma noite se encontram,
Conversamos de jazigo a jazigo
Até que o musgo alcançou os nossos lábios
E cobriu os nossos nomes.

Emily Dickinson
Antologia da Poesia Americana

Nota: Tradução de Manuel Bandeira

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Sertão, argúem te cantô,
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado,
Munto te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistéro
Ninguém sabe decifrá.
A tua beleza é tanta,
Qui o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cantá.

(De EU E O SERTÃO - Cante lá que eu canto Cá - Filosofia de um trovador nordestino - Ed.Vozes, Petrópolis, 1982)

Não quero flores no meu enterro, pois sei que vão arrancá-las da floresta.

Honrarei o Natal em meu coração e tentarei conservá-lo durante todo o ano.