Sorvete
UM CAFÉ, UM SORVETE E UMA CONVERSA (PART I)
Era hora do sol sair de cena vagarosamente – bastava que oferecêssemos nossa atenção a ele e lento fazer-se-ia -, pois assim podíamos apreciar a chegada do ocaso. E assim o foi. Neste dia preferi por passear sozinho. Nada como uma tarde em boa companhia, a minha própria. Longe desta ser uma postura egocêntrica, mas apenas uma atitude de alguém que aprendeu a apreciar a sozinhez de quando em vez. Enfim, já andando por horas decidir sentar-me para sossegar as pernas. E com isso permitir com que os ventos dos 4 cantos apossassem-se de meu corpo. Fiquei ali e relaxei por alguns instantes. Já saciado do banho das brisas fui até uma loja para comprar algo para beber, pois a “sede” fez-se presente. Olhei, olhei novamente, contudo tantas eram as opções com as quais me deparei no cardápio que me fizeram não conseguir nada escolher. A atendente – que por sinal fora educadíssima – disse-me a seguinte frase: “O que acha de um simples, saboroso, clássico e não tão quente café?”. Claro, disse eu. Como não pensei nisso antes. Adorei a pedida. Escolhi, então, um lugar distante e silencioso – como de costume - para acomodar-me e degustar pacientemente o meu café. Nisso, vejo chegar ao mesmo estabelecimento em que estava uma “amiga” – essas aspas que sempre me amparam. Sabe aquela moça pela qual você já foi apaixonado nos tempos de escola, entretanto para a qual nunca se declarou? Aquela pela qual você suspirava em silêncio? Aquela pela qual noites em claro ficou? Aquela pela qual você conseguiu apenas uma amizade? Pois é, essa mesma, vítima de nosso amor platônico. Bons tempos essas paixões infantis – como se toda paixão não tivesse essa marca piegas, enfim. Ela entrou e pareceu-me procurar por alguma coisa. Procurou, virou e revirou a cabeça e os olhos por todos os lados, entretanto nada encontrava. Vi que ela estava para sair de lá com ares decepcionantes, porém não a deixei ir. Solicitei à garçonete que a fosse chamar para que me notasse. Foi ai que ela me viu e trocamos acenos e sorrisos. Fiz gestos para que ela viesse para perto de mim e assim pudéssemos conversar. Ela veio – para minha alegria. Ficou de pé diante de mim que, automaticamente, fez-me levantar também. Perguntei-lhe se ainda lembrava de mim, pois já faziam alguns anos que não nos víamos. Ela disse: “como poderia esquecer de você”. Abraçamo-nos. Nessa hora fui tomado por uma euforia interna. Perguntei a ela o que fazia naquele lugar e ela me disse que estava esperando uma amiga, porém que até aquele momento não havia chegado. Propus-lhe que se sentasse comigo para espera-la e quem sabe tomar ou comer alguma coisa até lá. Ela, inicialmente, relutou, disse estar com pressa e que não queria me atrapalhar. Disse a ela que seria um prazer tê-la como companhia e fazer-me de companhia a ela até a possível chegada de sua amiga; que em nada atrapalharia, pelo contrário. Ela, então, finalmente, disse sim – mais uma vez para minha alegria. Perguntei-lhe se desejaria pedir alguma coisa e apontei a ela o cardápio sobre a mesa. Com o tom de voz delicado, disse ela: “Acho que vou tomar um sorvete de açaí com tapioca”. Excelente! Que venha o soverte paraense, disse eu tentando ser engraçado – com louvor. Gargalhadas e risos surgiram em nós nesta hora. Com um ambiente mais descontraído instalado, perguntei-lhe como estava a vida. O que andava fazendo. Planos. Projetos, enfim. Queria saber dela e como encontrava-se naquele momento – uma forma de matar uma saudade dantes inexistente. Conversa vai e conversa vem e nós já tínhamos sabido muita coisa um do outro. Ela já havia terminado de tomar o soverte e eu já havia terminado de tomar o meu café. E adivinhem só? Perfeito, ela não apareceu – para minha felicidade. Ela me disse que já estava ficando tarde e que teria de ir, pois seus pais haviam combinado de irem busca-la para um aniversário. Antes de irmos – disse eu - o que acha de apreciar a saída do sol? Veja, está acontecendo. Ela aceitou e percebi o quão alegre ela e eu estávamos naquele momento. A boca dela não conseguia conter seus lindíssimos dentes. Escoramo-nos na orla e lá permanecemos até o cair da noite. De repente o celular dela toca e ela o atende. Adivinhe só quem era? A amiga? Errado. Eram os pais dela a chamando para ir embora. (CONT...?)
O calor convidava a um sorvete. Hora de colocar a mão na massa e trabalhar. Vou juntando no liquidificador um tanto de amor, mais uma quantidade de saúde, pitadas generosas de paz, sucesso a gosto e uma colherzinha de açúcar. Colocar tudo para bater no liquidificador e depois é só esperar que gele para amenizar o calor. Engraçado, posto todos os ingredientes sempre paira uma dúvida no ar: será que esqueci de alguma coisa? Em seguida o coração acalma, passando todos os itens pela cabeça vem a certeza de que não esqueci de nada. Agora é só esperar a felicidade vir refrescar o corpo e a alma.
seu beijo e melhor do que um sorvete,
Seu sorriso e mais gostoso do que café com leite.
Sabe o que eu quero?
Quero que me beije!
Eu quero
…… tocar o Céu…
.……tomar sorvete olhando o seu sorriso lindo…
…….ir a balada com você, pra gente se divertir e chegar cansado em casa…
…….plantar flores lindas e cuida-las todas para você …
…….ser feliz junto com você…
Eu não quero
…….que você fique triste por nada…
…….deixar você sozinha…
…….que você fique com frio a noite…
…….te deixar sozinha quando você estiver estressada…
…….que você seja infeliz…
Talvez
…….você irá me amar para sempre…
…….será somente um amor de verão…
…….você não irá nem ligar para o que eu sinto por você…
…….você não veja o brilho que fica em meus olhos quando você sorri…
…….nós teremos um lindo romance…
…….tudo acabe em tristeza e mágoas…
…….nós seremos felizes para a vida toda…
Com certeza
…….você não vai esquecer do que passamos juntos…
…….eu vou amar você com toda minha força…
…….o teu sorriso vai ser oque passará em meus pensamentos o dia todo enquanto eu estiver longe de você…
…….eu nunca vou trair você…
…….se você me der uma chance eu não vou desperdiçar…
…….alguns momentos de felicidade nós teremos juntos…
Açúcar: o pó branco doce, que vem disfarçado de bala, sorvete, refrigerantes etc., é a "droga lícita infantil" que mais vicia e adoece as nossas crianças.
Não tô te pedindo cama, um sorvete já me faria feliz ! Nós dois tocando os olhos, mãos... nós dois sorrindo do nada. Um sorvete esquentaria corpo, alma...um sorvete, palavras, risos. Confidenciar nossos medos, segredos...contar de nós !
A barganha nos governa desde a mais tenra idade. O comportamento exemplar é laureado com sorvete e brinquedos. Boas notas valem uma viagem. O ingresso na faculdade é recompensado com um carro. Dedurar atos corporativos inadequados converte-se em promoção. Confessar os pecados e rezar uma dúzia de orações garante a salvação da alma.
Os melhores dias da minha vida, foram todos aqueles em que eu tomava sorvete, e mesmo ficando resfriado, adoecendo, jamais conseguia ficar triste, vez que tomar sorvete, para mim, era sempre tudo de bom, tomar sorvete era tudo, era mais que tudo.
Hoje eu tomo sorvete e sinto a mesma sensação de quando eu era criança e podia sentir seu gosto em meu paladar.
Apurado Paladar
Esse sorvete tem gosto de infância! Alguém, com certeza, em algum momento já falou ou ouviu alguém falar isso, talvez não necessariamente o sorvete, mas já falou.
Minha Infância teve vários gostos, cheiros e cores. Macarronada com carne moída lembra Domingo na casa da Vó, Ki-suco de groselha lembra várias tardes divertidas que passei na rua brincando de bets. Adolescência tem gosto de Halls, pipoca e beijos intermináveis escondidos perto das árvores, do tipo: vamos fica ali? (como se ali fosse o local exato para se ficar).
" Geração Coca-Cola" essa foi a denominação feita por Renato Russo em uma de suas músicas para a juventude da época, acho que a minha de agora seria: " Geração cerveja barata".
Na verdade o tempo que passamos juntos com amigos e parentes ficou cada vez menor ou ele nunca existe. Diferente da infância que compartilhávamos com vizinhos, primos, tios e amigos. Ficamos cada vez mais desapegados e independentes. Ainda dá saudade da comida da mãe, ou do bolinho da Vó, mas agora suprimos com o rápido e prático Miojo, ou mandamos um scrap para aquele amigo distante do tipo: o que anda fazendo?
fico sentado na calçada,como uma menino
que espera o carro do sorvete,esperando ansioso,pra ver teu sorriso ,
querendo teu abraço e sabendo ,que o mais gostoso foi você esta ali”
Saudade do tempo em que corria descalço, tomava sorvete me lambuzando toda e ainda, tinha quem achasse bonito. Saudade do tempo em que pulava corda, corria para cair e levantava para correr de novo.
Saudade dos meus cadernos tão bem coloridos e minhas letras tão bem desenhadas. Saudade dos meus cabelos longos, por vezes, entrançados. Saudade do mimo da minha avó. Das marcas de cada brincadeira, do azul daquele céu e da chuva que me banhei.
Saudade eu tenho de um tempo único, onde minha maior preocupação era ter que ir bem na escola.
Saudade dos amigos tantos, que hoje pouco vejo, pouco conheço, pouco sei. Saudade daquela casa, daquela cidadezinha, daquele tempo em que me personalizei até me formar no que sou.
Uma saudade feliz e uma felicidade saudosiana, de um tempo sem erros, onde era religiosamente feliz sem conhecimento de causa.
Saudade eterna de um tempo que não volta mais e que me chamavam de criança.
Tome um sorvete, deite na grama. Beije apaixonadamente. Ande descalço. Tome um banho de chuva. Fique na piscina até a noite. Durma de cabelo molhado. Descanse com a televisão ligada. Abrace os filhos. Faça um telefonema para os pais e ouça tudo o que sua mãe tem a dizer.
Qualquer que seja a sua decisão, te apoio.
Ela que podia ser tudo pra mim, fica insistindo em não ser nada. Por mim tudo bem, eu tenho sorvete de flocos.
Querida Holly, eu não tenho muito tempo. Não digo literalmente, digo, você saiu pra comprar sorvete e logo estará de volta. Mas tenho um pressentimento de que seja a última carta. Pois só me resta uma coisa pra te dizer. Não é para que eu te lembre de comprar uma lâmpada, pode tomar conta de si mesma sem a minha ajuda. É pra te dizer o quanto mexeu comigo. O quanto me mudou. Você me transformou em um homem ao te amar, Holly... e por isso eu sou eternamente grato. Literalmente. Se puder me prometer algo, prometa-me que quando estiver triste ou insegura ou quando perder completamente a fé, você tentará ver a si mesma através dos meus olhos. Obrigado pela honra de ser minha esposa. Sou um homem sem arrependimentos. Um homem de sorte. Você foi a minha vida, Holly... mas sou apenas um capítulo na sua. Haverá mais. Eu prometo. Então aqui vai, o principal: Não tenha medo em se apaixonar novamente. Fique atenta para esse sinal quando a vida que você conhece terminar.
P. S. Eu Sempre irei te Amar!
(Filme P.S. Eu Te Amo)