Sorte de um Amor Tranquilo
Cazuza queria a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida. Renato Russo citava Camões e o fogo ardia aos olhos do público, nítido, visível, contrariando o poeta português. Nada tão diferente, nada tão parecido. Porque assim é se lhe parece, concluiria Pirandello, na frase que já virou clichê.
Eu quero a sorte de um amor tranquilo
Que me envolva todos os dias
E me traga paz!
Quero o prazer de uma boa companhia
O sorriso no rosto
Um abraço gostoso
E o resto tanto faz!
Quero o silêncio do meu quarto
A bagunça do momento
E os demais que me perdoem
Pois há dias que eu quero é dançar
Me jogar em seus braços e ser feliz!
Quero encher meu copo daquele vinho gostoso
Deitar no seu colo quando eu estiver cansada
E apenas te ouvir...
Quero adormecer em seus braços
Receber seu carinho
E saber que você é sempre parte de mim.
Islene Souza Leite
Assim como Cazuza, queremos a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida, queremos sempre todo amor que tiver nessa vida. Essa fome de amar faz o coração clamar todos, todos os dias, faminto. Por vezes austero, o pobre sofre nesse mundo de sabores amargos escondidos em frutas que parecem doces. No meio de tanta fome, alguém oferece migalhas – e nessa de não ter nada para se abastecer, por que, então, não pegamos dessa vez só um pouquinho do sentimento que está ali no prato, de canto?
As migalhas dormidas do teu pão, raspas e restos para o poeta, interessam. Mas não! Por mais que a gente esteja faminto, por mais que cutuque no âmago do coração, não devemos aceitar as migalhas que diversas vezes nos são oferecidas. Elas não matam a fome: é bem pior, você sente o sabor, acha que pode ter mais e mais, exige isso, quer se alimentar, quer ser farto, quer se encher de amor até transbordar, mas isso não acontece – e veja só, de quem é a culpa da frustração que vem logo depois? Sua, que sabia que tinham somente raspas e restos e foi no embalo. Fome tem dessas coisas.
Ah, mas a gente só se vê quando já se fez faminto desse vazio que a gente mesmo escolheu comer – como diz a música do Castello Branco – então, de que vale ficar se alimentando de nada? Ninguém mata a sede com um pingo de água, ninguém sobrevive com um pingo de amor, mas eu vejo tanto por aí quem tenta, insiste em tirar mais dessa fonte seca, só porque acha que merece isso. Vejo gente aceitando mentiras (que nunca são sinceras), aceitando o que outrora enchia a boca pra falar que era inaceitável, fazendo dieta forçada só para estar na moda de não estar sozinho, gente minguando todos os dias porque não vai atrás de um sentimento que faça crescer. Porque tem medo, medo de ficar sozinho, medo de esperar para alimentar-se fartamente.
Quantas pessoas você conhece que dizem que está tudo, tudo bem, que não querem nada sério também, que entendem que se deve esperar, quando na verdade querem sim algo concreto, completo, querem abraços, beijos, querem o sim, querem o agora? Eu conheço várias. Até quando você terá que anular as suas vontades por conta do medo de perder o outro que, veja só, nem está lá? Você quer prato, prato cheio, quer comida fresca, quer se embriagar, quer se jogar, mas diz que não – prato cheio anda meio deselegante, dizem que é feio comer até matar a fome. Feio é passar fome, feio é dizer não quando se quer dizer sim, feio é aceitar migalhas dormidas, secas e vazias.
Eu, que tenho fome – sou faminta e como muito, muito mesmo – já aceitei migalhas. E no fim do dia me restava o ronco vazio do meu estômago misturado com o coração seco do amor que não me preencheu. Eu já não posso mais, já não aceito mais. E você?
Enfim, conheci a tal ‘sorte de um amor tranquilo'. Só você, poderia me proporcionar algo assim.
Conversas intermináveis, desejos e prazeres iguais. E sempre, sempre, um pelo outro. Do simples ao complexo, se estivermos juntos, é o que realmente nos importa.
Nosso amor emociona. Tem trilha sonora, que traz sorrisos, lágrimas (muitas! Rs), um turbilhão de sentimentos. Tudo isso, no aconchego do nosso abraço...
Amo. Estou amando dividir a vida contigo. Do ‘bom dia' ao 'boa noite’, com todos os ‘eu te amo’ que surgem entre eles.
E apesar de termos passado por muita coisa, fico muito feliz de saber que é só o começo do nosso maravilhoso recomeço!
Te amo. Você sabe como e sabe o quanto!Enfim, conheci a tal ‘sorte de um amor tranquilo'. Só você, poderia me proporcionar algo assim.
Conversas intermináveis, desejos e prazeres iguais. E sempre, sempre, um pelo outro. Do simples ao complexo, se estivermos juntos, é o que realmente nos importa.
Nosso amor emociona. Tem trilha sonora, que traz sorrisos, lágrimas (muitas! Rs), um turbilhão de sentimentos. Tudo isso, no aconchego do nosso abraço...
Amo. Estou amando dividir a vida contigo. Do ‘bom dia' ao 'boa noite’, com todos os ‘eu te amo’ que surgem entre eles.
E apesar de termos passado por muita coisa, fico muito feliz de saber que é só o começo do nosso maravilhoso recomeço!
Te amo. Você sabe como e sabe o quanto!
26/10/21
"Vocês desejam tanto a sorte de um amor tranquilo, vos invejo; eu só queria a sorte, de nunca mais amar.
Para o meu desalento, a minha existência, permeia o azar..." - EDSON, Wikney - Reflexões
A sorte de um amor tranquilo, não é sobre ser perfeito. Sou a mulher forte que enfrenta a vida, e não me perdi disso, mas também sou essa menina mulher que se entrega a fragilidade de querer um colo ou um abraço.
Sou completa, não é problema expor o meu eu frágil, apenas por saber que nesses braços posso me jogar sem ser julgada e ainda sentir a segurança de poder ser um eu que poucos viram. Quero ser forte junto, sem depender, mas sabendo que posso contar.
A sorte de um amor tranquilo, de poder ser eu, e ver você 100% para eu poder ver tudo, as qualidades e defeitos. Não quero que se esconda, quero que encontre em meus abraços conforto.
Não me importa as amizades, se faz feliz, faz parte.
Não me importa a carreira, se faz feliz e te realiza faz parte.
Não me importa as crenças, se fazem parte da história, deve ser respeitada.
Não me importa o passado, todos temos erros e acertos.
Me importo com o que é construído juntos.
A vida é essa troca e só pode acontecer sendo nós, 100%.
Agora me deixe dormir nesses braços para poder sonhar com a gente nessa realidade linda sem ser perfeita. Esse nós que escolhem o amor.
Deborah Surian
Dia desses uma amiga mencionou que queria “a sorte de um amor tranquilo”... passaram uma infinidade de coisas pelo meu imaginário...
Do modo como vejo, o “amor tranquilo” é tão raro que na exceção, se torna inalcançável. De excluído, vive somente nos sonhos, no querer, sem a possibilidade de ter. O “amor tranquilo” é miragem no campo dos sentimentos. É o pote de ouro no fim do arco-íris. Se torna assim o trevo de quatro folhas no jardim dos enamorados, no éden daqueles que perseguem o ideal. O amor tranquilo é perfeito como tudo que carrega. Que fique claro, “tranquilo” não é despojado de emoção. “tranquilo” se entende que é o amor sem terremoto destruidor... Sem avalanches carregadas de frio adoecendo o coração. Imperfeitos somos nós que por absoluta incompetência não temos a sorte de obtê-lo como regra, ao invés de exceção.