Sorrir
Sorrir não mata. Viver não dói. Abraçar não arde. Beijar não fere. Rir não machuca. Você não tem motivos para não tentar ser feliz.
E em silêncio eu rezo, e peço:
Livrai-me de toda mágoa que me impede de sorrir, todas as más intenções que me impedem de seguir. Dos maus pensamentos que tiram a paz, das más palavras que levam ao caos. Dos maus corações. Das más sensações. Tudo o que aqui dentro fizer mal. E que assim eu me faça, livre da falta de fé. Da falta de sonhos. Da falta de PAZ. Livrai-me de tudo que me prende. De tudo o que ofende a minha liberdade de ser. E de sentir.
Quero aprender a perguntar menos. Eu espero ansioso por este dia. Quero descobrir a graça de sorrir diante de tudo o que ainda não sei. Quero que a matriz de minhas alegrias seja o que da vida não se descreve...
Que eu não esqueça que a subida mais escarpada,
e mais à mercê dos ventos, é sorrir de alegria.
Ficar comigo, só comigo. E sorrir pensando que um dia alguém tão bacana quanto eu poderia se deitar ao meu lado pra gente ser tão especial juntos.
Não me deixe mais paquerar qualquer cara bobo, mal vestido, sem assunto e sem magia só porque preciso de algum bosta me ligando pra me sentir mais mulher. Isso é coisa de gente imoral, de gente com mais medo da solidão do que o auge do meu medo da solidão. Não me deixe mais confundir amor com ego e ficar aprisionada tantos bons anos num rapaz tão comum. Comum ao ponto de eu querer ser tão comum quanto ele só porque, para mim, isso é ser diferente.
Olha eu aqui apaixonada depois de dizer que não ia me apaixonar, que não iria sorrir bobo e que não ia deixar o coração dominar a razão.
Que não nos falte vontade de sorrir apesar dos pesares. Que sejamos leves. Que sejamos livres de preconceitos. Que nenhum de nós se esqueça da força que possui. Que não nos falte fé e amor.
E sorrir, então, e dizer bom-dia, boa-tarde, talvez boa-noite, e convidar a sentar, como se costuma nessas situações, e explicar sempre que não há muito onde sentar, e espalhar cinzeiros, fechar a porta, escolher rapidamente um disco lento e abandonar a coisa que estivesse fazendo para sentar no canto oposto da cama, talvez cruzar as pernas, acender um cigarro, abrir um livro, olhar uma estrela e falar ouvir durante horas coisas duras e inúteis, e de repente me perceber novamente deslizando para um mar aberto feito boca, convite na esquina, veludo atrás de vidraça, e não ceder porque não seria de esperar que eu cedesse agora, nessas situações, embora me consuma, e penso. Então sorrir e afastar com delicadeza as inúteis durezas até que nos aproximemos das tardes no parque, e era sempre outono.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Nota: Trecho do poema "Reverência ao destino".
Faço apenas uma prece: que a vida leve para longe o que não é capaz de me fazer sorrir, que afaste tudo aquilo que me impede de sonhar e acreditar. Mas acima de tudo, que leve para longe aqueles que nada vão me acrescentar...
“Esqueci que você também tinha me feito sorrir um dia, e que eu poderia escolher você para fugir de toda a feiúra do mundo.”
A vida me ensinou a sorrir dos descaminhos. Afinal, são sempre eles que nos levam aos lugares mais desejados...
Não tem poesia nem palavra difícil e nem construção sofisticada. O amor é simples como sorrir numa droga de fila. E não se sentir mais sozinho e nem esperando e nem desesperado e nem morrendo e nem com tanto medo.