Sonetos William Shakespeare de Amor
SONETO CV
Não chame o meu amor de idolatria
Nem de ídolo realce a quem eu amo,
Pois todo o meu cantar a um só se alia,
E de uma só maneira eu o proclamo.
É hoje e sempre o meu amor galante,
Inalterável, em grande excelência;
Por isso a minha rima é tão constante
A uma só coisa e exclui a diferença.
'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo;
'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento;
E em tal mudança está tudo o que primo,
Em um, três temas, de amplo movimento.
'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora;
Num mesmo ser vivem juntos agora.
Lutar pelo amor é bom, mas alcançá-lo sem luta é melhor.
Nota: Trecho adaptado da peça "Noite de Reis", de William Shakespeare.
É um amor pobre aquele que se pode medir.
Os homens de poucas palavras são os melhores.
Assim que se olharam, amaram-se; assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio.
Tarde demais o conheci, por fim; cedo demais, sem conhecê-lo, amei-o.
Soneto 116
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.
Amor quando é amor não definha
E até o final das eras há de aumentar.
Mas se o que eu digo for erro
E o meu engano for provado
Então eu nunca terei escrito
Ou nunca ninguém terá amado.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
O amor é dos suspiros a fumaça;
puro, é fogo que os olhos ameaça;
revolto, um mar de lágrimas de amantes...
Que mais será?
Loucura temperada, fel ingrato, doçura refinada.
Morrestes achando que amava.
Matastes pensando que era amor.
Dominado pelo egoísmo da paixão, nos fez ver que não te conhecíamos como deveríamos e, por tua atitude, demonstrou que não conhecias o amor.
Descansem em paz.
Não tem olhos solares, meu amor;
Mais rubro que seus lábios é o coral;
Se neve é branca, é escura a sua cor;
E a cabeleira ao arame é igual.
Vermelha e branca é a rosa adamascada
Mas tal rosa sua face não iguala;
E há fragrância bem mais delicada
Do que a do ar que minha amante exala.
Muito gosto de ouvi-la, mesmo quando
Na música há melhor diapasão;
Nunca vi uma deusa deslizando,
Mas minha amada caminha no chão.
Mas juro que esse amor me é mais caro
Que qualquer outra à qual eu a comparo.
Consiste a monstruosidade do amor...
Em ser infinita a vontade, e limitados
os desejos, e ato escravo do limite...
Não chamo meu amor de idolatria
E nem de ídolo você a quem eu amo.
Sei que não posso exigir seu amor
Assim como proclamo meu amor galante.
Dou-lhe apenas algumas razões para que goste de mim
Inalteradamente eis o que exprimo.
Deixo a cargo do acaso a confiança na vida
Pois todo meu cantar a você se alia.
Nota: Trecho adaptado de poema encontrado no livro "Sonetos", de William Shakespeare.
Ai, ai, que olhos pôs-me o amor no rosto,
Que não se ligam com a real visão!
Se ligam, onde foi o juízo posto
Que ao certo lança falsa acusação?
Se o que meu falso olhar ama é bonito
Que meios tem o mundo pra o negar?
E se o não for, pelo amor fica dito
Que o olhar do mundo vence o de se amar.
Como pode do Amor o olhar ser justo
Se entre vigília e pranto ele se verga?
E nem espanta o olhar errar de susto
Se sem céu claro nem o sol enxerga.
Esperto amor, com pranto a me cegar
Pra cobrir erros quando o amor olhar.
Duvida da luz dos astros,
De que o sol tenha calor,
Duvida até da verdade,
Mas confia em meu amor.
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