Sonetos de Saudade
AMOR INSANO
Por tudo agora eu sei... eu vou
Viver do espanto à realidade,
Vou viver agora, a nossa verdade,
A intensidade do nosso amor...
Por tudo agora eu sei, meu bem,
Vou ser pra você, vou ser em mim
Ao seu prazer intenso assim
Como é pra mim você também...
Vou ser de insano à nossa paixão,
Como é insana ao seu primor,
Como é de estrelas a imensidão...
Eu serei o ardor por ti queimar!...
Pois, se oculto for, de amor,
Por qual paixão haverá de amar?
AMOR ROUBADO
− Viúva-negra
Eu só tentei te esconder da chuva,
Levando-a abraçada comigo...
Fiz dos meus braços teu abrigo,
Tal como a sombrite cobre a uva...
E da tua mão molhada tirei a luva,
Que encharcada era um perigo...
Defrontei-me com um anel antigo,
Tal como fosse de uma viúva...
De repente, do céu veio a calmaria
E o meu amor ardente você levou
Junto à tempestade que caía...
Secou... O meu coração você secou!
Agora só sei sair pela noite vazia...
À procura da paixão que me roubou.
POBRE ILUSÃO
Por toda a vida que hás de viver,
Não encontrarás um amor tão belo
Que sejas digno ao teu querer...
Que sejas puramente tão singelo!
Por toda a estrada que hás de ter,
No teu caminho rude e amarelo,
Jamais irá alguém em ti prender,
Mesmo aquele que diz: “te quero!”
No teu amar levantas o teu sentir,
Nunca te deixa um amor partir
Por cansares das correntes que têm!
Hás de viver desperto por ti um dia,
Se não o abusares em melancolia,
Nas prendas tão raras que contém!
ÚLTIMA PÁGINA
Chegando à última página da estória
nossa, o que era uma curiosa quimera
agora tão sofrida, e tão vazia de glória
sinto o aroma de quem nada espera
Sensação que chora, que desespera
quanta ilusão perdida, agora memória
sombreada de uma apagada oratória
tal as flores desbotadas da primavera
Pois me perdi no ter-te como deveria
na companhia, lembrança e encanto
o amor é uma necessária doce poesia
Eis o meu maior pesar, tanto... tanto!
não ter querido mais! Como eu queria...
Nesta última página larguei meu pranto!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Araguari, MG - 30/07/2021, 20’06”
SEGREDO
Procuro-te nas sombras
Nos sonetos do teu corpo
Entre o mel da tua boca
Afago de beijos loucos
Enlouqueço no teu corpo
Onde padeço de desejo
Estremeço só de pensar
Adoeço a alma sem ver-te
No teu corpo onde deliro
Sem medo do meu pecado
Entrego-me aos impulsos
Os meus olhos revelam-te
Todo o desejo escondido
Sem sensatez entrego-me
A ti desta louca loucura
Nesta destemida aventura
Deste segredo tão só nosso.
diluvio
esquecimento da dor
alimenta a fome do amor
sob sentido do prazer,
sonetos soam mortos,
pela flor da solidão,
cruel e momentânea,
vertigem, sempre há ilusão
que distorce um sonho e o desejo,
no profundo estágio da sanidade
que passa se em deslumbre
da nudez cordial, purpura ousadia
neste que é o triunfo, verdadeiro,
meramente sendo singular.
pelas partículas desenhadas,
no extremo da musica.
diante belos sonetos
diante belos cantantes
diante belos semblantes
teros assim tão sinceros,
simples eterno tão belos,
sinceros ate que morte
o declare o eterno,
selado tão belo,
palhado tão belo,
por ser tão sincero,
desaba tão pouco,
mesmo tão belo,
diante eterno tão belo,
extremo perdido,
mesmo em tudo,
pelo que seja...
ou venha ser
será ainda mais belo,
todos os disseres
tão pouco belo eterno,
bem sutil ate sincero,
veria assim tão belo.
extenso ainda eterno,
ainda assim amaria...
pelos disseres
venha ser tudo,
em tão belo...
por assim tão sincero.
por celso roberto nadilo
solitude
E talvez a vida seja isso
Um emaranhado de emoções
Com lagrimas e risos
Sonetos de amor
Lamentações junto à dor
Cada qual com sua emoção
Com seu valor,
Todos acrescentando uns aos outros.
Que a melodia seja capaz de servir de inspiração para novos sonetos e outras belas composições.
Que a voz passe de pequenas balbucias e continue saindo da boca como música, cuja canção motiva e domina todas as feras.
Que os anos passe, passe pelas pequenas multidões e as saúdam com toda sinceridade.
Talvez adiante os pássaros voltem a bater suas asas e voltem a alçar novos voos.
Então ainda assim haverá glória, obstáculos e muitos campeões.
O tempo então se diz amigo da verdade, ouve a música e se faz sábio.
Passa mas detém da palavra, do conhecimento e de todo o talento .
Embora esse desejo fervescente seja apenas palavras que cintilam na mente.
Imagino algures, então o tempo se abre novamente lá fora, para que crie planos e viva mais trezentos anos.
SONETOS PERVERSOS
Enquanto escrevo meus silêncios, mastigo
as angústias que esmoam os meus versos
desnudando cada face dos meus anversos
em espavento diversos e um tanto ambíguo
Traz paz e inquietação, e alguns reversos
camuflando a escuridão num manto amigo
criando uma solidão que conversa comigo
dos penares e ledices no viver dispersos
A poesia enflora e a ela o prazer bendigo
no ermo do âmago, dos sonhos submersos
e assim, vou metamorfoseado num abrigo
E nesta tal plenitude dos meus universos
a quietude em constância como castigo
feri a lira do poeta em sonetos perversos
Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano
fria é a solidão,
de olhar abstrato
e mãos vazias
alfarrábios de sonetos inertes
bustos perdidos
em bronze e concreto
Tinha um silêncio que gritava sonetos mudos e ecoava pelos varais da noite.
Banalizou a voz, mas falava desesperadamente com os olhos que, lacrimejavam sonhos e aquele sorriso que a boca entorpeceu fazendo carinho na alma até que, não tinha mais o que dizer...
Só sentir o que vinha de encontro com a nudez de suas amarras!
Tentei ser poeta de finas palavras e sonetos
Ouvir inspirações da alma,
Projetadas em alegrias e tristezas
Rimas frustradas e rabiscos insólidos
Poesias cantadas com soar de paixão
Porém, só consegui provocar o amor
Quando fui realmente simples e direto ao dizer-te:
Amo você!
Sonetos
passaste como a estrela matutina
Da vida so viveste aquela hora
Em que a existencia em flor luz sem neblina.
Ver-te e Perder-te!De tão triste sina
Não passa a magoa em mim,antes piora
Sem ver-te ja, minha'alma ainda te adora
Em trste culto que a saudade ensina
Não vivo aqui,a vida em ti so ponho,
Na fé,de cristo filha,a dor abrigo
Futuro em ti no céu vejo risonho!
Neste mundo,meu mundo é teu jazigo;
Dizem que a vida é triste e falaz sonho;
se é sonho a vida,sonharei contigo
"Quando meu corpo cala
E minha alma fala
Ah!Meu coração a ti declara
Entre poesias e sonetos dispara!
Ouça... sinta!
Por ti ele não para, pura emoção!"
Se apaixone pelos meus sonetos ?
Oh moça! Seu coração parece ser brando ao soar
Como o canto dos pássaros a voar
Pela janela vejo o teu olhar
Que brilha como a luz do luar
Nos teus braços quero me aquecer
Pelos teus lábios navegar
Por tua voz me acalmar
Por teu cheiro me entorpecer
Doce sorriso que me derreteu
Oh pobre poeta! E o que você prometeu?
Fazê-la feliz todos os dias
Claramente me perdi em você
Em seus desenhos tão mágicos
Se apaixone pelos meus sonetos ?