Sonetos de Mário Quintana

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As pessoas sem imaginação podem ter tido as mais inprevistas aventuras, podem ter visitado as terras mais estranhas. Nada lhes ficou, nada lhes sobrou, uma vida não basta ser vivida: também precisa ser sonhada.

Um leão ferido ainda tem vontade de rugir.

A morte é quando finalmente podemos estar deitados com sapatos.

A lua quando fica velha, todo mundo sabe que vira nova.

Desconfia da tristeza de certos poetas. É uma tristeza profissional e tão suspeita como a exuberante alegria das coristas.

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.

Só as amadas mortas amam eternamente.

O homem – eternamente escravo de suas paixões pessoais – é absolutamente incapaz de imparcialidade.

A vida é nova e anda nua vestida apenas com o teu desejo!

Não importa saber se a gente acredita em Deus: o importante é saber se Deus acredita na gente...

Datilografia: escrita por batuque.

O fantasma é um exibicionista póstumo.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Se tiver de me esquecer, me esqueça. Mas bem devagarzinho.

Nas tantas buscas, em que me perdi, vejo que cada amor tinha um pouco de ti...

A amizade ė um amor que nunca more.

Qualquer um pode se tornar um poeta quando está amando, o duro é ter que se fazer de um justamente por não estar.

não há nada que substitua o sabor da comunicação direta

Não corra atras das borboletas,tenha seu proprio Jardim

Sonhar e acorda-se para dentro

Quando um amigo morre, uma coisa não lhe perdoamos: como nos deixou assim sem mais nem menos, assim no ar, em meio de algo que lhe queríamos dizer ou – pior ainda – em meio do silêncio a dois no bar costumeiro? Que outros hábitos, que outras relações terá ele arranjado? Que novas aventuras ou desventuras de que não nos conta nada?

Mario Quintana
A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

Acusarem um poeta de ser egoísta é acusá-lo de ser ele mesmo.

Mario Quintana
Depois de tudo. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.