Sonetos de Fernando Pessoa
[...] não me recordo de nenhum livro que tenha lido, a tal ponto eram minhas leituras estados de minha própria mente [...].
Pensar incomoda como andar à chuva.
Nota: Trecho do poema O guardador de rebanhos, de Fernando Pessoa.
...MaisSe o nosso espírito pudesse compreender a eternidade ou o infinito, saberíamos tudo. Até podermos entender esse fato, não podemos saber nada.
A ignorância é a verdadeira inocência. O maior pensador é o maior debochado.
A vaidade é a confiança no efeito do nosso valor, o orgulho a confiança em que temos valor.
Compreendo que um homem seja orgulhoso; não compreendo que mostre sê-lo.
Age como se não houvesse Deus, lembrando-te porém que Ele existe.
Hoje defendo uma coisa, amanhã outra. Mas não creio no que defendo hoje, nem amanhã terei fé no que defenderei.
Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.
"O perfeito é o desumano porque o humano é imperfeito."( Fernando Pessoa) / "Vem daí a importância do saber perdoar".(Juan Galvez)
...havia um tédio das emoções, diferente do tédio da vida, uma impaciência de me ligar a qualquer sentimento contínuo, sobretudo quando houvesse de se lhe atrelar um esforço prosseguido.