Sonetos de Amor
SONETO PARA MINHA MÃE
Tu és
Toda a primavera em sentinela
Profecia de amor por Deus prescrita
Borboleta que eterniza paz in minha janela
Andorinha que entoa a canção mais bonita.
Tu és
O vento com gostinho manso de brisa
O sol mais lindo e puro que minh'alma aquece
A chuva lavando minha dor por onde pisa
A luz perene que in melodia me amanhece.
Tu és
O lado mais doce que brota em mim
A orquídea azul mais linda do meu jardim
A prece de candura que preciso in romaria.
Tu és
A poesia que me perfuma in ternura
A voz mansa que preciso com candura
Todos os sorrisos de alegria que me alumia na calmaria .
SONETO DUM AMOR IGNOTO
Obscuro este amor que me assume
E que delira no meu peito ativado
Me faz devanear, ser apaixonado
Do qual a razão não está incólume
Não o conheço, mas sinto, calado
Ruaceiro no juízo, em alto volume
Me extasiando com seu perfume
O coração totalmente encantado
Dele até me contamino com ciúme
Sem mesmo nunca o ter encontrado
E assim, no desejar, é só queixume
Este amor ignoto, e já tão amado
Neste oceano de vario cardume
O tal, reservado, virá a meu fado...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
SONETO PARA MEU AMOR!
Ah,meu amor tu és o meu encanto
Os bem te vis dos meus pensamentos
As flores mais lindas do campo
O repouso bonito em noites de alentos.
Tu és amor, o girassol do meu cotidiano
O pólen que me trás leveza
As águas doces do meu oceano
A primavera que em mim sempre viceja .
Tu és o mar, o céu ,a lua a me banhar
O azul do infinito que preciso navegar
O meu aquário de paixão borbulhando.
Tu és a constelação de estrelas a me encantar
Todo a melodia de paz a me tocar
Ah, meu amor : Eu só sei viver se for te amando!
CIRCO DE ILUSÃO (soneto)
O amor opõe ao que o desprezo dizeis
pois, palavras reles dissolvem-se no ar.
Pra que no afeto tenhais o que quereis
conjugue no presente o verbo amar...
Só assim, que o bem terá cetro de reis
que será uma verdade, uma voz a falar.
E na alma te encontrarás, e nela fluireis
fique atento, acaso lhe venha chamar!
Pois, nos teus braços não se é alguém
a mais, é plena emoção, e se vai além;
é o coração sorrindo cheio de atenção.
Então, entenda o poder que ele tem
porém, cuidado com o infiel desdém.
Sob a lona do céu há um circo de ilusão
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
Soneto Mãe
Oh palavra tão pequena
Com o sentido tão grande
O amor maior do mundo
Oh mãe por que não ser eterna
Oh mãe você não sabe o quanto eu te amo,
te adoro, te admiro tanto você sempre foi um mulher linda,cuidadosa, amorasa e guerreira,lutou para ter tudo que o você tem hoje
Quero ser igual a você
Você é a luz da minha vida
que ilumina meu coração
quando esta cheio de solidão
Fico muito triste ver você
Chorando porque uma rainha
não pode ficar chorando por nada
SONETO COM QUIMERA
Estás onde, amor? O peito clama
a tua imagem nos desejos chora
a poesia sem ti assim vai embora
o leito está morno, e sem chama
Fico imaginando teu olhar agora
no meu olhar enflorar em rama
invadindo meu corpo, que flama
em afagos de tempos de outrora
Vem! Não me deixes aqui tão só
num tal vazio laço de um uno nó
e no silêncio que fere com solidão
É um amor tão ausente que dá dó
na afável emoção faz um forrobodó
e traz ganido no saudoso coração
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
BORDÃO (soneto)
Recordar-te é fazer brotar o amor
que não morreu, estava prostrado
e num gesto apenas demonstrado
revive que amei, com um tal fervor
É de um silêncio tão ensurdecedor
que o presente então vira passado
o passado na saudade é lembrado
e guardado no peito a ti acolhedor
No tempo e espaço, a imaginação
delira com sofreguidão da evasão
aos tinos, por mais que não olhe-os
Então, que me resta é a recordação
e sonhar, pois és sempre o bordão
de nostálgica memória aos olhos!
Luciano Spagnol
Agosto/ 2016
Cerrado goiano
AMOR POUCO (soneto)
Num amor pouco, parco é o afago
É não saber quão bom é o presente
Assim, poder a alma estar contente
E ter por alguém um sorriso largo
Aí, fica tão carente do sentir quente
Perde-se do alvo do farejado frago
Têm-se na solidão o gosto amargo
E ausência do beijo, de repente (roubado)
Sem amor, saudade é vazio selado
Dos rumos da vida se é deslocado
É mergulhar na luz sem densidade
E neste universo do eu tão calado
Desta redoma de um olhar isolado
Amor pouco, é ter-se pela metade
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
SONETO EM SENSAÇÕES
Amor é abstrato, figura do coração
É tal qual perfume grassando o ar
Promessa e jura apoiada no altar
Quando dois olhares num só são
É sentimento, que nunca é em vão
Traz sonho e nos faz assim sonhar
Faz picada no anseio, pra caminhar
Um desejo nutritivo para a emoção
Amar do amor vai além, é o gostar
Espírito numa perfeita comunhão
Dança que põe o sangue a dançar
Nesta atração há poesia e canção
Que invade o peito e põe a tilintar
E aos sentidos traz varia sensação
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
AMOR ERRADO
(soneto)
Na verdade não eras quem pensei,
Talvez um erro a mais na minha vida,
Um erro que não quis! Porque me dei?!
Mal chegaste já estavas de partida...
Hei-de lembrar que nem te despediste...
Que acabou o que não chegou a começar...
Porque vieste? E porque partiste?!
Deixaste-me só, a um canto, a penar!
Mas ouve amor fechado, vento agreste,
Mar bravo que não tolero mas desejo,
Do meu amor por ti, nada soubeste!
Adeus Amor Errado! Silêncio frio!
Corpo que não toco, olhos qu'inda vejo
Nas margens indiferentes do vazio!
P.S./ Dedicado a alguém que já não importa referir. Ficam os versos.
SONETO DO AMOR AFETO
O afeto amor, nos faz revestido
Da jura mais atraente do fervor
Enche os dias de colorida cor
E o coração de olhar conhecido
Se dele se é um querer fingido
Aos seus apelos nenhum dispor
Culposos encantos no propor
E dor nos sonhos então parido
Pra não ter ilusão e ter sabor
Tenha poesia no doce sentido
E nas mãos uma ofertada flor
Mas, se não quiser ser querido
Jamais será dele um coautor
E de ti então, o amor, terá partido
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, março
Cerrado goiano
SONETO DUM AMOR
Aos olhos surdos, estás ainda, presente
No silêncio do cochicho, tua voz é canção
Meus versos mudos, ainda assim, emoção
E aos ouvidos, o teu vulto nunca ausente
Arrastar-me-ia, se coxo, até a exaustão
Pra ter-te em minhas palavras vorazmente
Qual tal aragem arrefecendo inteiramente
A afeição, a inspiração e o meu coração
Sem sentidos, eu te sentiria novamente
Circulando loucamente na recordação
Qual miragem num perfume languente
E sucumbido, ainda assim, em devoção
Ao teu nome, na alma eu bem contente
Versejaria e te poliria com doce exatidão
Luciano Spagnol
Outubro, 2016
Cerrado goiano
CATA DUM AMOR (soneto)
Na cata dum amor, amor busquei
Em cada olhar, um olhar de rogo
E na sorte de tê-lo, em ter afago
Se tudo preciso novamente farei
Então constatei, que não é jogo
Ele acontece, é destino, eu sei
E em cada dia sempre acreditei
Na chama, que na paixão é fogo
No ser um amor sem fim, estarei
Sempre de prontidão, no epílogo
No destinado. Pois por ele ideei
Na conquista o que vale é diálogo
O amor é mago, gesto, nele saudei
A vida, pois é essência no âmago...
Luciano Spagnol
03 de dezembro, 2016
Cerrado goiano
SONETO ENDEREÇADO
Este é um soneto endereçado ao amor
Que redige na flor o doado nascimento
E nas estrelas segredos em sentimento
No imenso palco, a vida, ventura maior
Se a imperfeição influência detrimento
Sob o mesmo céu, sob o mesmo clamor
Nela também, brota um olhar acolhedor
O que se faz perfeito e um complemento
Quando penso que tudo nele é só primor
Há bravatas, desculpas apenas, momento
Também tem dor, que cessa o sonhador
Porém, amor que é amor, é sacramento
Não é vaidade, e sim, um transformador
Se de ti roubar, tente o mesmo fomento
Luciano Spagnol
2016, dezembro
Cerrado goiano
Soneto garimpado
Na peneira da vida eu joeirei o amor
Entre vários cascalhos que separei
Nesta labuta e suor, aí te encontrei
Pois ele acontece, não é um eleitor
E assim árido, pelo tempo eu viajei
Bem acreditei, tive pouco ao dispor
Num certo dia pude sentir o frescor
E passei do silêncio pro apaixonei
Desde então vivi o perfume da flor
O garimpo do coração abandonei
E neste gigante afeto tenho ardor
Ai em uma nova luz me entreguei
Pude ser palavras, gestos, e odor
E que noutros versos eu não amei
Luciano Spagnol
2016, junho
Cerrado goiano
Soneto da Ave Maria
Na fenda de ter crença eu já sabia
O pouco de amor se tinha nobreza
Na alma o homem trazia pobreza
E no olhar a mão que oferta, vazia
Nos caminhos, trilhados, uma certeza
O embate de quem clama na Ave Maria
Que na vida a nós é a Mãe da soberania
Via esperança, chama da ternura acesa
E neste sustento de fé, a paz em poesia
E no peito o afeto se dando em surpresa
Sentir a prenda de se ter uma real alegria
Após rezar, contemplar toda está beleza
À luz de Jesus desce da cruz, em romaria
E beija nossa face com humilde riqueza
Luciano Spagnol
13/06/2016
Dia de Santo Antônio
SONETO AFETIVO
O meu amor é para que seja amado
Gentil, e na composição seja ditoso
Tanto quanto na vida tão precioso
E nos sentimentos oferta e agrado
A nós mortais nunca seja enganoso
Torne ao olhar um prazer dourado
O abraço no abraço bem enlaçado
E aos carinhos suave verso mimoso
Vinde amor, sempre, fruto consagrado
Que seja na alma zéfiro bem gostoso
Airando os lábios com uivo adornado
Ah, amor meu, ser amado é saudoso
Se se os delírios ao outro é alcançado
E derramado da emoção licor vigoroso
Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano
SONETO DO AMOR POETA
O amor que poeta unicamente
para ti, luzente verso incisor
tão exclusivo em trova maior
e de inspiração total e ingente
É compendio tão integralmente
do coração, pulsando estertor
no peito forte e lugubremente
deste humilde, ao seu dispor
Poeta, outrora independente
agora prisioneiro e pecador
deste querer-te impaciente
Ao receber-te este poema flor
leia com o olhar complacente
é uma confissão do meu amor
Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano
SONETO DUM AMOR
Na cata dum amor, sincero
Nos rogos sempre andei
De vários, muitos esbarrei
E no acontece, eu espero
Se para além do ficar, olhei
No tempo eu não desespero
Na sinceridade sou austero
E de tudo muito encontrei
Agora, será assim, mero
Um amor convim, eu sei
Se não, eu não quero...
E assim vou, e assim irei
Se eu não tiver amor vero
No fado. Pertinaz buscarei.
Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano
O AMOR MEU (soneto)
O meu amor pode ser afim à todo mundo
Os deslizes mais ou menos à toda gente
Porém, ele tem um particular facundo
Insiste em ser fidelidade integralmente
É diferente de ser só um amor profundo
Vai além do temporal, quer eternamente
-se importa? Ah! Importa completamente
Pois é rotundo no peito, e n'alma fecundo
Ele tem sombra e, também é reluzente
Necessariamente é simples e jucundo
Sempre evidente, nunca está ausente
Todavia, ele será ferozmente iracundo
Se das profundezas o bem for poente
Pois amor que é amor do amor é oriundo!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano