Sonetos de Amor
CENÁRIO
Se eu fosse poesia, poetava essa canção
Se fosse um desencantado, desfazê-lo-ia
Se fosse uma doce rima, então, rimá-lo-ia
Com o meu amor, e a dava ao teu coração
Se fosse versos, ó que paixão e sensação
Cantaria o cântico emotivo que te exaltaria
Assim, se eu fosse um bardo, assim o faria:
Deixava a prosa ornada de devota emoção
Se fosse uma roseira, uma rosa eu te dava
Se vida fosse, o ar pra ti, ah! quanta alegria
E da escuta do meu segredo não escapava
Se fosse aguerrido, como a confissão seria?
O romantismo, a bravura, para mim tomava
Então, a sedução em uma toada eu deixaria.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
24 maio de 2024, 17’27” – Araguari, MG
BEIJOS POUCOS
Que treteiro sonetear desafinado
onde, a intenção por distinto jeito
de ternura e amor, me tem sujeito
o pensamento com impulso alado
O coração vive assim apaixonado
o poema no agrado tão satisfeito
põe a pulsar titilante o meu peito
e o suspiro na emoção arruelado
E nesse arfar com fôlego latente
sussurros, ardores, sutis desejos
palavras acridoces e risos loucos
Canto para você, tão docemente
poetizando os versos com beijos
e que no versar são bem poucos.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 maio de 2024, 17’57” – Araguari, MG
Nos jovens sonhos meus
Nos jovens sonhos meus, ideada prosa
Parecia, que, a poética jubilosa, agora
Perdida no outrora, seria mais, embora
Fantasiosa, sempre foi muito charmosa
Amorosa, de uma poética tão carinhosa
Com emocional verso do coração afora
Sussurrava com a escrita que ri e chora
Cântico sentido, e uma ilusão orvalhosa
Todavia, já madura a poesia, irrequieta
Completa o vão da emoção e o desafia
Suspira, recria, mesmo triste que seja
E segui, devaneia, tem reserva secreta
Tão cheio de sentimento e de cortesia
Que vive a sonhar onde o amor esteja.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
02 junho 2024, 08’27” – cerrado goiano
ESMAECIDO
Se não posso saciar a poesia, que clama
naquela viva sensação angelical e serena
ao leitor reter a atenção e emoção plena
igual o coração de quem ama, e chama
Que vale a pena atascar nesse panorama
sem afeto, sem ardor, sem qualquer pena
se na inspiração é essa ilusão que acena
versando, versando, e nela o mal derrama
E se a paixão a este sentimento me revela
se conquisto um olhar, e aquele doce amor
logo me vejo curvado ao sonho sem enlevo
É essa a quimera de tudo que eu escrevo
um suspiro cheio de sentir, e cheio de dor
esmaecido, e os versos aos pés da balela.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
11 junho 2024, 16’40” – Araguari, MG
NA SAUDADE SE ARRASTA
Os versos que no versejar te beijo
É dura solidão que ali se esconde
Um aperto que a dor corresponde
Do carecer meu, de arfante desejo
Como importa saber como e onde
Caminha o teu coração, relampejo
Minh’alma, e o nosso suspirar vejo
A ilusão, a tortura, o sonho, donde
Vem a sensação do vinho já vertido
Que corre na agonia, tão traiçoeira
Embebedando o sentimento sofrido
Vem da nostalgia, de uma sede casta
Da afeição, e de uma emoção inteira
Ardente, que na saudade se arrasta.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
18 junho 2024, 17’31” – Araguari, MG
VERSOS DE CETIM
Talvez por seres, para mim, a paixão
uma ternura mor, então, sê bem vinda
ó emoção! És mais do que sensação
és carinho, o sentido, abrigo, e ainda,
trazes o cheiro envolto em recordação
sobre como é bom conter, a tão linda
poética, acolhida na sonora entoação
que sente n’alma, e no agrado brinda
Conduzes o soneto, em um cântico
a eterna afeição, o sentimento hurra
invade, e que na poesia, assim, tece
cada cuidado, cada afinidade, enfim,
nos braços do amor o amor sussurra
e o coração rimando versos de cetim.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
24 junho 2024, 20’58” – Araguari, MG
“prego”
Talvez que um dia no verso meu chorado
sob a luz da saudade, num versar falando
tu ouças nas rimas o meu ser apaixonado
em um grito de padecimento te saudando
Está lágrima que fez o papel ficar borrado
não se atenha. É meu prosar lacrimejando
quando vaza do coração pra ser escutado
e que na dor da solidão vai transbordando
Não é simples sofrer, ou, que nada valeu
é aperto no peito e, que ainda não passou
e cá no soneto, um suspirar cruciante meu
O grito, se ouviste, por favor, é sentimento
que vai corroendo a súplica, assim, te dou
um canto: com choro, gemido e sofrimento.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
28 junho 2024, 15’04” – Araguari, MG
MÍSERO MOMENTO
Mísero momento meu, cheio de desalento
de um coração partido, emoção ressentida
rimas de ira, nostalgia e suspiroso lamento
- Como não sentir a está poética tão doída?
Padece a prosa e poeta todo o sofrimento
a flagelar o soneto numa agonia possuída
rude, sim, mas não simulando sentimento
é dor, é rasgar, uma sensação desmedida
Chora o versar, versa o choro, excessivo
é intenso, é amargo, farto de argumento
e que fica a perseguir, por qual o motivo
Vós, testemunheis, ó poema, o tão lento
pesar. Ah! quanto amei, e o quão é vivo
este mal, que apoquenta o pensamento.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29 junho 2024, 20’11” – Araguari, MG
MANIFESTO
Para mim vieste no correr dos anos
dos anos ao correr surgiste ardente
cá no tom não há qualquer engano
no quotidiano tornaste tão presente
Assim, então, no intento eu fiz plano
e, quanto ao sonho, fizeste semente
gente que sonhei, ao coração lhano
sentimento sem dano, que se sente!
E, num particular dia fatal do destino
aprofundei no teu olhar, esperançoso
suspirei, a alma se viu num desatino
Hoje, me julgo, singular, ao teu lado
um achado venturoso, tão amoroso
dum sentencioso amor enamorado.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
30 junho 2024, 17’41” – Araguari, MG
DÁ-ME NOVIDADE
Ó, cessai, que a sentida poesia entendia
insiste redizer, e o teu ressoar inquieta
se mistura com a tristura do triste poeta
não poetizando os encantos da alegria
Embora com a ilusão se junte, é vazia
a sensação, tudo falta e, é incompleta
a busca dum amor, de peso é repleta
a realidade é que tão pouco ela varia
Vai-se a razão, perde-se aquela paixão
lentas horas eternas, dura morosidade
num vagar amargo de tediosa alcova
Redigir sempre a mesma fria emoção
importuna a alma que quer liberdade
ó, destino, dá-me uma situação nova!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
02 julho 2024, 05’33” – Araguari, MG
O ALGUÉM
Em solidão cruel, tal o sofrimento
Em seguido sofrer, bravia tortura
Chora o versejar em triste figura
Criando versos com tal tormento
E ver no verso árduo sentimento
Facilmente dói, dor que não cura
Num vagar cativo de desventura
A quem crer apenas no momento
Então, não tenha todo o motivo
A quem dê a parte que lhe tem
Pois, toda a parte tem o relativo
Ó sensação, traga-me só o bem
Dando para o perverso corretivo
E ao meu verso o único alguém!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
06 julho 2024, 18’57” – Araguari, MG
ENCANTADA FIGURA
Versos sucintos do meu sentimento
nunca me surgiu quando tinha a vos
que a criação poética fosse tão algoz
em tão dolorosas toadas de tormento
Prantina e ruídos no meu pensamento
suspiro ao vento, e o tempo tão atroz
de uma saudade gritante, ah! dura voz
pois, sobre a tristura fiz fundamento
Rima com nervosa sensação, aparece
a solidão, e agonia no ritmo murmura
e em cada versejar uma amarga prece
Ó soneto sofrente! ó cruel desventura!
nos meus versos tu ainda permanece
e na inspiração uma encantada figura.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08 julho 2024, 20’35” – Araguari, MG
ARREBATADO
Pois meus olhos não cansam de gracejar
satisfação tão contagiadas a contagiar-me
pois é sensação e alegria para alegrar-me
pôde o amor da paixão então desabrochar
Que não negue pra emoção de me guiar
onde sempre para lá eu possa tornar-me
com o sentido cheio de paz a escutar-me
e todos estes momentos ao som do luar
E, se em canto, se em verso, se em arte
que seja elevado, seduzido, aparelhado
leve, sem fatídica contrariedade nefasta
Notem o rico sentimento de minha parte
queiram um encanto tal este encantado
coração, tão arrebatado, tão entusiasta.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13 julho 2024, 14’16” – Araguari, MG
TOM SÚPLICE
A chama no tom súplice desta poesia
sussurra saudade outrora com ensejo
agora vazio que aperta o peito, e vejo
que és lembranças que inquieta o dia
É maneira que na imaginação incendia
o desejo, tão arriado, e tão sem almejo
mas, que remete a um alvoroço sobejo
ateando o que antes no coração sentia
Ó ditosa recordação está que se atreve
a evocar os beijos, ensejos e momentos
no poema a quem o amor junção deve
Então, aviva sensações, encantamentos
da paixão, e que seja onde se descreve
emoções, as que suspiram sentimentos.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 julho 2024, 16’53” – Araguari, MG
TEU SILÊNCIO
Cansei-me de tentar o teu verso
Do teu olhar tão belo e atraente
Me vi numa poética, que mente
E rimas de sentimento disperso
Sentir o teu ritmo, tom perverso
Que faz a sedução tão presente
Fui sentido, que n’alma se sente
E o anoitecer com temor imerso
Ó sensação ardente, alucinada
Sussurra agonia, pobre soneto
De solitária canção enregelada
Desses versos vãos, incompleto
O palpitar da inspiração, e nada
Tão cruel tal este silêncio quieto.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
23 julho 2024, 16’53” – Araguari, MG
LEDO SONETEAR
O ledo sonetear, que gorjeia
o mimo no canto com doçura
na alegria o prazer murmura
e por entre magia serpenteia
O verso que a satisfação teia
é poesia com rima de ternura
formosura, tom feliz, ventura
criando odes de afeto, creia!
A cadência boa duma paixão
total, e sem qualquer lacuna
traz a sensação ao coração
Então, seja poética oportuna
com a mais afável satisfação
fazendo do amor, sua tribuna.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29 julho 2024, 15’46” – Araguari, MG
AQUI TEM
Não repararam agora? pela poesia
Nos versos, suave rima enamorada
Que canta a paixão tão encantada
Musicando o poema numa sinfonia
Que tenteia a sensação com euforia
Deixando a satisfação d’alma alada
Criando inspiração pela madrugada
Numa poética que pulsa com magia
O afeto, o sentimento, olhar atraído
O sentido. Aquele beijo tão dividido
- Enfim feliz! Acontecido, bom, vem!
Já, o poetificar - bem mais tagarela
Vai cantando e deixando mais bela
A prosa, de um amor, que aqui tem!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
22 agosto 2024, 05’33” – Araguari, MG
ESTADO DE FELICIDADE
Em um poema todo feito de recato
De sonho, sentimento e docilidade
É que vê o terno trovar na felicidade
E (mais que singelo) amor de fato!
Não é um verso de irreal formato
Nem a imaginação só na vontade
É luz, agrado, uma outra felicidade
Que preenche a poética num ato
Um abstrato sentido, duma paixão
Da alma, feito de emoção, ternura
E de uma prosa atraente e serena
Ô rimar, rimar risonho e amoroso
Poeta assim feliz, assim gostoso
E põe o tom em sensação plena.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
24 agosto 2024, 10’49” – Araguari, MG
NESSES VERSOS
Nesses versos em que cá nos encontramos
Sensações, os encantos e a poética poesia
Versejam o amor tão imbuídos de chamos
Num pulsar do soneto com vibrante magia
Assim, nesta prosa, o sentimento trocamos
Composição da mais contente duma alegria
Talvez porque no destino a paixão achamos
Certos de achar, assim, a nossa alma sentia
Nessa expressão em que a afinidade é arte
Parte minha em uma sedução, veio beijar-te
Com tanto ardor, emoção, em cadências tais
Que o tom ficou prolixo, em um gozo infindo
No sagrado que te dou num ofertório lindo
Emparelhando o terno poetar cada vez mais.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03/09/2024, 20’50” – Araguari, MG
BATE CORAÇÃO
Assim como vos vejo, olhar referto
Sentimento maior, assim me veja
E como o verso estais, amor, esteja
A haver poética num poetizar certo
Que, pois, tenho-te cá bem perto
D’alma e, que assim, então, seja
A sensação, que o agrado enseja
E possa estar de atenção coberto
Marcaste a nós a sincera devoção
Sendo sentido nosso, e eu vosso
Servo, para juntos a paixão viver
Que, pois, por nós bate o coração
Um só bater no peito, em alvoroço
Pois, este tino é fato no nosso viver.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
05/09/2024, 15’19” – Araguari, MG