Sonetos de Amor

Cerca de 1176 frases e pensamentos: Sonetos de Amor

⁠SONETO SEM VOLTA

Vai-se mais um talvez pra outra parada
Vai-se um, outro, enfim decaídas cenas
Que dói no peito, na solidão, e apenas
A teimosia para essa pesada derrocada

Cá na quimera, quando a dura nortada
Bafeja, os devaneios em alças plenas
Ruflam a alma em emoções pequenas
No ocaso do horizonte atiçando cilada

Também dos silêncios onde abotoam
Os suspiros, um a um, não perdoam
E choram, lágrimas pelos olhos vais

Na perfídia imatura, ilusões escoltam
Os sonhos, que sempre ao amor voltam
Mas que ao poético não voltam mais...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Outubro de 2020, 20’20’ – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠INCERTEZA

Este, o soneto de sensação inquieta
Onde, ri e chora as horas de emoção
Chorado no papel, de um caro poeta
A fiel lembrança de cada uma ilusão

Este, canto de uma tenção completa
Que soa no peito com uma pulsação
De sofreguidão, de uma dor secreta
Cravada no sentimento e no coração

Este, que aqui versa o viver profundo
Lamenta a sorte e no mesmo segundo
De incerteza, rima o versejar tal amador

É para ti ó alma de afeto pendente
E a ti, ó paixão, se existe realmente
Vacila, e nem sabe do meu amor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/10/2020, 18’07” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ETERNA CANÇÃO (soneto)

Tens, sempre, o fogo da emoção
Do fascínio: - que arde na viveza
Em ginga e encantos da pureza
Todo a magia do pecado da paixão

E, sobre esse senso, a doce beleza
Da atração, que brota no coração
Mansa poracé, inigualável razão
E então, alimento e escava reza

És suspiros e mimo, tinos, tal qual
Os beijos são desejos tão ardentes
E que vorazmente atinge o ideal...

Afinal, memoração e gozo aqui são
Permanentes, em olhares reluzentes
De este amor, uma eterna canção!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/03/2020, 08'18" - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Dois olhares se cruzam
Sonoros, em um dueto
Em sedução o coração
Em criação um soneto...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/10/2020, 16’29” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CERTEZA

Este – o soneto da felicidade completa
Em que, poetando as horas de emoção
Sorri nas delineies, desfastio do poeta
Em um coração fiel e cheio de paixão

Este – o conteúdo de sensação, direta
Festeja, alucina, traz ventura na razão
Pondo a alma na completude, quieta
Cheios de harmonia e boa adoração

Este – o soneto da exaltação maior
Em que a frase terá aquele melhor
De tudo, pois é desprovido de dor

Este – poema dos poemas nascente
Que nos faz enamorados realmente
Este – é o verídico soneto de amor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 dezembro de 2020 – Triângulo Mineiro
paráfrase a João de Barros
8

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO ANÔNIMO

Solidão, vivo tão só, numa bruteza
Onde o meu fado escoa em pranto
Longe do entusiasmo e do encanto
Numa prosa transvazando tristeza

Tão oca a poesia, cheia de incerteza
Num revés ensurdecedor, portanto
O sussurro da dor, dói tanto e tanto
Que o sentir ferido me faz ter viveza

Ando estonteado, perdido na ilusão
Calado, as noites de alvoroço ativado
E ausentes de sensação e de emoção

E me perco no gadanho do passado
Que esgatanha a afável recordação
Que arfa o falto, daqui do cerrado...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/12/2020, 21’38” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠LIBERTO ...

Não choro mais! Irei por este fado seguro
Cantar em outro peito, um soneto nobre
Adeus! Levo o teu cheiro, meu amor pobre
Na alma a sensação vazia e encanto escuro

Levanta-te sentimento, exitoso, desdobre
As asas da poesia, escreva teu verso puro
Declame todo sempre o afeto que venturo
Assim, um dia, a sorte especial o descobre

Então, cada verso o versar do meu sonho
Fanar-se na raiz, ir em frente, fé criativa
Ferindo e parando o devaneio enfadonho

Tu não finjas a inspiração tão figurativa
Não! Respeita cada um verso tristonho
Agora liberto! E cheio de emoção viva! ...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/01/2021, 20’30” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠INTEGRAL (soneto) ....

É bom que eu viva a cantar, no rumo
Do prazer, em um romântico comitê
Pois se da boa poética eu sou mercê
Da prosa, trovo, declamo e consumo

Num certo verso que venha, presumo
Expressar tudo que minha alma crê
Talvez, assim, então dizer o porquê
E me expor num entusiasmo sumo

E, se chegar a hora em que eu traga
No versar a solidão onde a dor vaga
Que seja a sofrência com solenidade

Já na ventura me darei mais alento
Porque saudade é mais padecimento
E o sentimento nunca é pela metade ....

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/01/2021, 09’41” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO DE INVERNO ...

Cai a madrugada fria, lá fora, sem lamento
E, cá dentro, hora em hora, indo a semana
Afora, uivando na janela o soprar do vento
Um cheiro úmido do chão e do chão emana

No cerrado e sobre o torto galho cinzento
O orvalho escorre, e da frialdade dimana
Sobre o vasto horizonte o nevoeiro lento
Sedento, é a invernada em sua total gana

Aí que frio! arde o fogão de lenha, a flagrar
No alarido da madeira chora o fogo doído
Como é bom nesta hora o agasalho do lar

Sob o teu olhar, teus beijos, ternuras feito
Coração aligeiro, abrasado, amor querido!
E, eu prazido, me aquento no nosso leito...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
18/04/2021, 04’57” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠MALFEITO

Que eu tramasse um soneto quis o fado
Logo ao comando da sorte me submeto
Aí, tramei versos românticos no soneto
Em cada verso, estórias, e haver amado

Jamais pensei num poetar compassado
Tudo é fugaz. Cá estou noutro quarteto
E caminhando adiante para um terceto
Tu, amador, ainda não saiu do passado

No primeiro terceto busco mais glória
E me parece que ainda não está feito
Nada espanta, é mesmice na memória

Assim vou, e assim me torno suspeito
Nenhum beijo, o olhar, sequer vitória
De um amor, neste soneto sem jeito!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
2021 maio, 23, 16'28" – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠MANIFESTO

Do instante que vos escrevi, soneto
Fiquei cativo de uma predestinação
E nas entranhas dessa piegas criação
Do amor, me vi um desditoso repleto

Piedade! Pois neste versar inquieto
Do coração, eu só desejei inspiração
De afeto, os versos de jura e paixão
E, só criaram saudades por completo

Então, caridade! Quis apenas carinho
Que a tua estrofe a tenha, compaixão!
Tal uma luz que guiei o meu caminho

É a minha perdição sonetar pra amar
Pois, se amar cheguei, tive intensão!
Certo, soneto, hei de apenas sonhar...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
24 maio, 2021, 07'05" – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO AO INVERNO

Inverno, do cerrado, mirradas manhãs
Em brumas, frias, enfadas e maçantes
Sentimento turvo tal o som de tantãs
Oposição certa ao ardor dos amantes

És com melancolia, arriadas em divãs
Da prostração. Os dias dessemelhantes
Desbotadas as florescências temporãs
Poética fria, suspiros e duros instantes

E rufla o chuvisco pelo chão imaculado
Tremulando a terra, sensação solitária
Faz-te fundar, ó invernada do cerrado!

E no horizonte, a imaginação tão vária
E, no pensamento a saudade cortante
Sussurrando ao vento, o amor distante...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/maio/2021, 09’58” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠BONS TEMPOS

Tempos de olhares e de paixão
De poética e de sonetos puros
De sonho, alegria e doce ilusão
Clarão nos momentos escuros

Como é bom amor para amar
Ardor, poder a quem dar flor
Deixar o afeto no peito tocar
Voar nas asas de um amador

Dei espaço ao falto coração
Que tinha dor. O gládio tirei
Aliviando a penosa sensação

E, agora vejo tudo diferente
Presente, sede com emoção
A ventura no âmago da gente!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11, junho, 2021, 08’14” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO SORRINDO

Aqueles versos que escrevi apaixonado
Os contentes versos que escrevi amando
Várias sensações na emoção sussurrando
Que falei de afeto, de prazer enamorado

A cada trova a ventura aumenta ao lado
Numa poética doce, leve, e até quando
Haver o sentimento, estarei esperando
Cada inspiração ao coração, bom agrado

Alguns – versos tão cheios de quimera
Outros – falas belas como a primavera
Mas, todos fartos de amor e de paixão

Então, vou, cuidadosamente, repetindo
Repetindo, verso a verso, numa canção
E dizer-te: que a satisfação está sorrindo

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Araguari, MG – 24/07/2021, 09’58”

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO COBIÇOSO

Talvez, depois do soneto chorar o passado
De tanto malogro, de tanto nublar comigo
Eis que ressurge verso tão cheio de abrigo
Nunca perdido, sonhado, sempre inspirado

É bom conservá-lo sempre ao meu lado
Com o cheiro e prazer de desejo antigo
Sempre presente e assim transformado
Vivo, e como sempre adejante comigo

Um verso simples, singular, cotidiano
Mas bem alindado na poética a incitar
Nada ímpar, basta o sentir humano...

De amor, sensação que não se explica
Surgi tão vário como vário é o poetar
E o soneto cobiçoso só se multiplica!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/08/2021, 14’58” - Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DE NOVO (soneto)

Minha prosa, de prosar-te, anda ferida
Meu sentimento anda sem te perceber
Não mais é aquela razão do meu viver
Pois, a fração terna, agora, sem medida

Não mais vejo aquela atenção na vida
Grata. O meu amor ficou sem entender
Vazio está a poesia, do crer, do teu ser
E, ao meu coração uma estória repetida

Tudo na poética é corrente, tudo anda
Em versos quando nossa alma é branda
Toda a graça, todo o querer, bem assim!

E, olhos tristonhos em ti, triste sensação
Ah! se soubesse de cada prazer e emoção
Do amar, sentiria que amor não tem fim!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
02 setembro, 2021, 06’15” - Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠TAL COMO SOU

Tal como sou, sou um soneto com essência
Em cada verso da poética, sou total agrado
D’um amor ímpar, romântico, apaixonado
Aquele que da métrica, é, a suave cadência

Falo do amor em cada estrofe, existência
De uma sensação, de ter o ardor ao lado
Onde em cada canto o canto enamorado
Que é o penar, quando, de sua ausência

Sou uma prosa narrada, fascínio e emoção
Poeto a cada canção o carinho, tão sereno
Sussurrado, soletrado da poesia do coração

D’amor que te quero tanto, o amor pleno
De venturas ilustres e infinitas, doce razão
Falo de amor, elevado, além de o terreno...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
06 setembro 2021, 15’33” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO DO SILÊNCIO

Ah soneto! Porque do silêncio és um desvario
distendendo as noites cá pros lados do cerrado
dando ao poema o poder dum suspiro sombrio
quieto, maniatado, num ostracismo perturbado

Se a ausência e inação me provocam arrepio
o vento um chiado frio, impassível e agitado
se nada do que inspiro a efeito vale, é vazio
então, que eu não fale, sinta, e fique calado!

E, assim, nestes meus sentimentos impuros
sem perfeição, e no coração tão inseguros
tal uma prece, que oferece, pra atingir-te-á

Faço súplica, compadecido de fé e de fervor
ó solidão, vai-te, assim, de partida com a dor
e a paz voltará e sobre mim de novo descerá... (o amor!)

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 de setembro, 2021 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A MINHA DOR

O que é isto que rasga meu soneto em sofrência
E de onde está poética que sussurra em alta voz
Versos frios, que tortura, dum amor na ausência
Que me devora por inteiro, num sentimento atroz

Triste sensação, desilusão em riste, rima triste
Há um tormento no peito que sufoca e agiganta
Tudo tão cinza, e uma prosa penosa que insiste
Numa dolorosa poesia que resiste e desencanta

Aonde estão as trovas tão cantadas com alegria
Aquela doce poesia, não o silêncio que me resta
A solidão, pensamento amargo e a paixão vazia

Cadê os versos, aqueles com ventura ao dispor
Com estória e histórias não essas que molesta
Pois cá neste versar penalizado só a minha dor...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29 setembro, 2021, 14’25” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ÚLTIMA HOMENAGEM

Este derradeiro soneto te ofereço
Em versos últimos e tão penados
Na rima incerta a dor de adereço
Sufocando os hinos apaixonados

Segui aqui o final de um começo
E os sentimentos tão assustados
E neste cansaço o teu desapreço
Mais as culpas dos meus pecados

Foi um amor, passageiro, pouco
Pois no sonho inventado e louco
Eu e tu caminhamos para o fim

Assim, cada linha um dissabor
E também fica um doce amor
Crer que um dia doou pra mim

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 outubro, 2021 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol