Sonetos de Amor
TRAZER À MEMÓRIA
Ao recordar o amor, eu me esteio
Nas lembranças. Sonoro frescor
Dando ao verso som encantador
Que enche o soneto dum gorjeio
A suspirar. Então contento, cheio
De emoção. Ó prezar encantador
Que traz à alma um grato frescor
Tecendo o sentimento num veio
A evocar e pensar. Ah! sensação
Que do coração vive sussurrando
E do terno olhar derrama sorrindo
O botão de rosa. Aquela paixão
Que, então, assim, vai delirando
Com amor... e do amor provindo!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
01 fevereiro, 2024, 11’45” – Araguari, MG
VÉU DE UMA SAUDADE
Ainda que casmurra a andar, a poesia
Desnuda daquele amor a lhe encantar
Com versos tristes e, com triste arrelia
Mesmo sabendo que tudo tem o lugar
A poesia romanceia, se põe a sonhar
Se abarca em uma sedutora sinfonia
Porque a poética faz o coração arfar
Vertendo em carismática harmonia
É a suave magia criando o momento
O trovador que mesmo de alma nua
Ainda, assim, busca o ritmo do vento
Então, tão cheio de uma pluralidade
Matiza as palavras, teima, continua
Embalado num véu de uma saudade.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 fevereiro, 2024, 13’21” – Araguari, MG
EM REDOR DA POESIA
Em redor da poesia distrai o amor
Suspiroso, alegre, impar, elevado
Cândida sensação dum confessor
Num soneto tão quão apaixonado
E neste sentimento cheio de ardor
Diz-se palavras ternas, no afinado
Poetar: modesto, castiço, amador
No tom singular. O peito apertado
Obriga então a poesia ser serena
Onde a prosa pra sedução acena
Desenhando o sentido, as ilusões
Nesta bruma de paixão, estamos:
Soneto e poeta, nestes reclamos
Cochichando prezadas emoções.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09 abril, 2024, 19’36” – Araguari, MG
QUISERA, O QUE NÃO FUI
Quisera ter amor no verso de paixão
Ter carinho, gesto, estar enamorado
Sentir na poesia gentileza, a emoção
Ser olhado, estar encantado, amado
Quisera a singeleza em cada fração
Tal um lírio perfumado, tão delicado
Poetar o poema cheio de sensação
Nesta ilusão o tudo com significado
Quisera ser poeta, para dar-te poesia
Na prosa a palavra que acole, alumia
E sentir no meu versar o que conclui
Quisera ser a harmonia uma ternura
Ter da sedução a emoção mais pura
Quisera ser, ter, enfim, o que não fui.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
16 abril, 2024, 12’48” – Araguari, MG
EM LOUVOR DO AMOR
Tão gentil e poético se apresenta
A poética quando ao amor elogia
Deleita, espreita e fica em regalia
E a prosa de ardor no prosar tenta
Sentindo-se plena, é singular via
Olhar, toque, alegria e tão atenta
Sentimento, prazer que acalenta
E em suas linhas a cortês poesia
Agrada tanto a quem a ler e tanta
Empatia infunde no tom que canta
Que não a crera quem não sentira
E, dos seus cânticos exalar parece
Forte sensação que a alma aquece
Palpitando o poetizar que suspira!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
11 maio, 2024, 18’15” – Araguari, MG
O NECESSÁRIO
Talvez suponham que em prosar o amor
que canto, eu exagere-lhe o sentimento
dizendo-o entre as emoções: suculento
exigente, forte, impar, e cheio de ardor
Mas quem sente, consenti, quer o calor
dos teus beijos, aquele abraço sedento
digno de deixar o coração em tormento
e quem não crê é porque não foi gestor
Então, manifestará a que este aspira
suspiro apertado, com olhar dilatado
e com inserção sonora em tom de lira
E quem na paixão passou apaixonado
entendera que a sensação que inspira
não o acaso, o necessário, e motivado...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
19 maio de 2024, 13’16” – Araguari, MG
SEM DESAFETO NEM MEDIDA
Poeto sem desafeto nem medida
Pois o amor na poética é sentido
Rima o cativar, e se faz divertido
Sem tal bem, que valeria a vida?
Pois, depois da estima já perdida
O verso no sentimental é morrido
Pois zelo, emoção, o bem pedido
Pra inspiração se manter garrida
Amemos, pois, tal como amante
Eternamente, amador, e ao ser
Apurado, faça eterno o instante
Ser prosaico pôr o amor poetar
Baboseira! É paixão, podes crer
Pois sente-se vão quem deixar!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
01 junho 2024, 07’18” – cerrado goiano
UM AMOR PERDIDO
Pelo verso passaste no correr da inspiração
da inspiração ao decorrer da poética passei
perdeu-se na imaginação a doce sensação
nem sonhos especulei e tão pouco imaginei
Os planos, desenganos, os deixei no coração
e, quanto aos versos, desperdiçados, eu sei
engavetados, tolos, mortiços, sem emoção
nestes danos, por não ter prosa, amarguei
Mas, tudo tem o seu percorrer pelo destino
tudo muda, tudo passa, me vi apaixonado
o olhar dominado num pegajoso desatino
E, hoje, o soneto cadenciado, já desiludido
suspira o romantismo por haver encontrado
também, chora, os versos do amor perdido...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08 junho 2024, 19’22” – Araguari, MG
MURMÚRIOS DE AMOR
O versar ao cair das folhas pelo outono
suspiroso por tu, cheio de aflitivo canto
lastimando o afeto, de outrora encanto
como um cântico tortuoso sem entono
Ó rudeza de solidão seca no abandono
o ocaso entristece o verso com pranto
sentido, regado em lágrima, enquanto
tombam as folhas maçadas e sem tono
São suspiros que nascem de um jeito
e largam o coração apertado e estreito
nos versos tão choramingados na dor
Ó sensação! Este destino tão amolado
e o sentimento com o recordar fadado.
Faz murmurar saudades, de um amor!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09 junho 2024, 16’02” – Araguari, MG
ROMÂNTICA TEXTURA
Exaltarei, o amorável verso que esmera
o amor. Vem com o tempo que não para
já a paixão que a suave emoção espera
é desejada, e o bom sentimento prepara
Tem uma poética de toada da primavera
eu, só, não tornarei o desencanto apara
e, do meu sonho, quero toda a quimera
versejando aquela seduzida poesia rara
Em nome desta prosa de amor, o amor
e na sintonia, assim, sentimental e pura
aquele toque, versado com todo o ardor
Estima-se, a sensação cheia de ternura
mais vida, o poema prosado com sabor
e em cada trama uma romântica textura.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27 junho 2024, 15’44” – Araguari, MG
ENAMORADO
Ó sensação donde a ventura sua emoção
Frecha em mim, satisfação, de um amor
Ó alegria onde o afeto no sentido é ardor
Doce companhia, poesia, e muita paixão
Ó cântico vindo d’alma, pulsa o coração
Em tom de felicidade, e perfumado sabor
Que impregna o sentimento, tão sedutor
Faz ofegar por quem tão bem é tentação
Ó ternura, cujo o entusiasmo, a sintonia
Acende, e queima, e quer sempre mais
Dando à noite fomentação e significado
Amor, por quem dá cadência na alegria
Por quem são meus olhos tão passionais
E que por te amar, é casto ter-te ao lado.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
11 julho 2024, 20’33” – Araguari, MG
AOS PÉS DA EMOÇÃO
Fui no amor sonhador exaltado
tudo era para mim importante
o conto... a ilusão tão cintilante
ouvir, sentir, um feito sagrado
Foi se avivando ser enamorado
e a paixão, ardeu, num instante
com uma sensação penetrante
e um toque cheio de significado
Deitei-me aos pés da emoção
na tendência de muita direção
ri, chorei, e fui um imaginário
Ó crenças do coração, singela
és ao sentido enigmática janela
e pro sentir sustento necessário.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
19 julho 2024, 19’32” – Araguari, MG
QUE INSPIRA É O AMOR
Melhor há de poética que inspira
Uma toada que nos diz: é amor
Melhor há de poética que o ardor
Duma paixão, que ateia e “pira”
Os versos com sensação, suspira
O afável sentimento, na face rubor
Diz-me se há outro senso amador
Que agrade mais. Não é mentira!
Pois, se mente, nada será fecundo
Que é do gosto, que é da felicidade
Sedutor, bem mais que um segundo
Que é da velhice, que é da saudade
Criando um versejar mais profundo
Cheio de olhar, toque e de verdade!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25 agosto 2024, 12’34” – Araguari, MG
NARRAÇÃO
Foi-se-me pouco a pouco inspirando
O amor que nestes versos me guiava
O pulsar do coração, que até cantava
Plena sensação de quem vai amando
Em se ele musicando, trova ritmando
Já se nele a candência propícia estava:
Suspiro, arrepio, que logo despontava
Melosa poesia de paixão, vai rimando
Cadência de alma gêmea, leve e pura
Na estrofe, cada verso, um verso ímpar
A poetizar o cântico com tanta ternura
Romântica prosa, da emoção a bradar
Nem pesava eu nunca a minha ventura
A narrar em versos este poético amar.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
02/09/2024, 17’53” – Araguari, MG
SONETEANDO O AMOR
Verso divino do meu sentimento
Sempre surgiu intacto e especial
Que vos visse tornados tão real
De tão preciosa valia e momento
Aqueles olhares soltos ao vento
O vento as sustinha, tão visceral
Do bem que me ficou, sorte total
Tornando o poetizar, feliz intento
Na poética nobre, mostras aparece
Em cada rima um tom encantador
Tão cheio de ritmo em doce prece
Ó inspiração tamanha! Ó hábil ardor
Por ter vivido o que não se esquece
Meu rimar, vive, soneteando o amor.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
04/09/2024, 14’36” – Araguari, MG
VERSAR NA MEDIDA
Quando, com ardor, o amor fulgura
no verso tal a uma chama do desejo
que instiga, e se doando em cortejo
versejo a poética com terna doçura
Quando, a cada verso a emoção vejo
no sublimar há um misto de ternura
colocando o rimar em plena loucura
aí, sublinho mais, cada sedutor beijo
quando, enternecido, nesta sensação
num delírio de sentimento e esmero
assim, na prosa a paixão fica querida
e, se crio uma frase enamorada, então,
o soneto se faz em um amante sincero
e a poesia poetiza o versar na medida.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/10/2024, 18’50” – Araguari, MG
TARDIA CONFISSÃO
Uma pequena mancha avermelhada,
Corpo imóvel, e mente em disparada,
Como um vulto as recordações passavam
Assim mente e corpo se separavam.
Figura robusta imóvel jazia,
Encharcada no vinho carmesim,
Uma jovem observava-o e sofria,
Futuro perdido num frenesim.
Jovem apaixonada,desistira,
Decidiu livrar-se daquela dor,
Pelo mesmo caminho ela seguira,
Em busca d'eterna felicidade,
Desperta n'escuridão o encontrou,
Enfim juntos por toda eternidade.
BUSCA
Sigo os teus passos por onde tu andas,
mendigo um olhar, um aperto de mão,
sufoco a minha voz que fere ouvidos
que nunca ouviram o meu coração.
Nunca me ouves e eu vou dividido,
angustiado por não te alcançar.
Na verdade te seguem restos de mim,
implorando um sorriso, um pouco de paz.
Fito o teu semblante, teus lábios fugidios
que as esperanças em mim sepultaram.
Pela altivez com que disseste o "não!"
Não tens piedade e o meu vulto te segue
e os meus passos que nunca te encontraram,
são pingos de amor, esquecidos no chão!
(in “Moleque Atrevido” )
Farsa
Inventei tantos disfarces para a minha dor!
Desnudei a alma e embriaguei-me de solidão.
E mesmo diante de tão grande inquietação,
Mantive sempre um sorriso no meu rosto.
Se não fui, quis parecer feliz a qualquer custo!
E esconder do mundo todo o meu desgosto.
Quis ser sempre de tudo o oposto, ainda que,
por dentro, todo o meu ser estivesse de luto.
Nunca os meus olhos verteram uma lágrima!
Nem diante da morte expressei algum lamento.
Nem interjeições de espanto ou sofrimento!
Guardava comigo, engolia à seco, disfarçava!
Não fraquejei um só instante, quis ser forte! Mas
quando te perdi, meu amor, tornei-me tão fraco!
SONETO DO DESLUMBRAMENTO
Como é bom namorar minha princesa
O coração bate mais palpitante
Meu sorriso nasce mais cintilante
E o mundo parece ter mais beleza
Até a libido tem mais pureza
Pois o amor, em nós, é uma constante
Tudo e tanto em apenas um instante
O teu querer é a minha certeza
Não quero acordar deste lindo sonho
Que mudou a minha realidade
E uma vida perfeita lhe proponho
Meu coração é só serenidade
E esse sentimento sem tamanho
Nos unirá por toda eternidade.