Sonetos de Amor
Algumas noites de amor
Seu olhar era como fogo
Acendia a minha paixão
Seu sorriso era flechas
Penetravam em meu coração
Seus beijos eram doces
Adoçavam meus dias
Eu te amava como uma criança
Que era feliz e não sabia
Foram muitas noites de amor
Mesmo com todo o nosso calor
A chama se apagou
No desvario meu
Nunca mais voltei a amar
Pois me rendi a viver de sonhar.
Entre elos
Ah! Meu amor tão ardente,
Coração em brasa quente!
Na boca o beijo puro, doce,
No amor somente eu e você!
O ninho aconchega a cama
Entre lençóis a perder-me!
Embebo do mel que derrama
No meu feitiço a envolver-te!
Nesta hora a esperteza,
No corpo esguio e belo
O carinho faz destreza!
O instinto faz-me o zelo
Enverda-me na correnteza,
O coração e a flor em elo!
Um proposta de amor
Somos parte da natureza divina,
crescer continuamente é natural,
porém se há deserto e há ruína...
é porque falta - lhe bem espiritual!
Bem espiritual é semente de amor,
é evolução e crescimento virtuoso
em que tudo nasce com resplendor,
floresce e germina pleno e glorioso!
Viva de acordo com a natureza viva,
porque viver é ser feliz, pleno e total
tendo gratidão ao sol e a doce chuva!
Não enfureça na seca e pela tristeza
nem vá contra o lançar de uma ogiva,
pois, o desequilíbrio desfaz a natureza!
Ao meu esposo com amor
Meu esposo é único e verdadeiro amor,
que a todo momento está comigo,
me protegendo, me amando com ardor
e sendo também sempre meu amigo...
Todos os dias me enche de carinho,
mima- me de cuidados e respeito,
mas em se tratando de amor no "ninho"
ama-me másculo, no ímpeto perfeito!
Nesta Bodas de Prata tudo se ata
pois, nossa união é todo esse tempo
porque o laço entre nós nunca desata!
Nossa união é envolta de verdade
e nosso filho tudo isso completa,
pois, o filho é o elo desta felicidade!
Amor bonito
Ah! Já posso dizer-te sobre o amor!
Amor, amor, amorzinho, amorzão,
amor grande, grande amor, só amor,
amor, amor, amor com definição!
Definição de coração no amor bonito
tem olhos de amor sublime e límpido,
corpos de amor vibram, sempre junto,
e o tudo é lindo e o tudo se faz rindo!
Neste tudo cabe o tudo e tudo mais,
mas tudo também é vida de razão,
em que um mais um são dois...
e...depois, e depois, e depois, depois?
Depois mais nada além de só os dois,
só os dois no universo, só os dois!
O AMOR
Fui um dia, mais que um diverso instante
Devaneei e nem se quer por ele eu tinha
Inspiração ou na estrofe qualquer linha
Para mergulhar na poesia emocionante
Por ele sem sequer saber, sofrer eu vinha
Nas estórias de imensa angústia cruciante
E seria envolvido em trama vil e delirante
Na inquieta nuance da desventura minha
Andei correto e fiel sem ser redundante
Me inspirou versos de dia e de noitinha
E mesmo assim, a solidão foi triunfante
No poetar espalhou como erva daninha
Contaminou as rimas, se fez importante
Ah! O amor, tê-lo é tal cigana adivinha
Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano
Amor eterno
No saber, eu quero, és quem eu quero
Não é algum engano, nem do coração
Se é preciso terei calma nesta paixão
E com paciência, assim, eu te espero
Até quando te aguardar? Sem noção!
Pois o meu amor por ti é muito sincero
E quando se sonha, tudo é próspero
E no afeto de verdade, nada é em vão
Se o tempo deixar, se não for austero
Aqui vou estar, irei além de ser razão
Neste ou noutro plano serei só seu
Nesta vida, eu, neste amar te venero
Se houver eternidade, com permissão
Pra poder dizer: amo você! Tudo valeu!
Luciano Spagnol
29/06/2016, 10'22"
Cerrado goiano
PAIXÃO E AMOR
A paixão arde, assim, nos inflama
O coração acelera, sem correr
Os dias viram nosso bom viver
No amor, arauto que proclama
Se é apaixonado, tudo é só prazer
O tempo conspira pra quem ama
A harmonia na alma se derrama
É querer ser, e o sentir é querer
O silêncio fala, espanta o drama
E renovo é sempre o amanhecer
A paixão no amor torna-se dama
Nos porquês, desenredar é acolher
Pois a satisfação torna-se panorama
Paixão e amor, é sempre bom ter...
Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano
CARRO DE BOIS
A lembrar do amor, nesta tarde invernada
numa longa distância de mim, está você
que faz o poetar vazio, sem te esquecer
no dia cinzento, no cerrado, sem nada
Vindo na estrada, o carro de bois, a ranger
tal plangor em harmoniosa lenta jornada
rangendo suspiros, gritando saraivada
ao coração, que põe a recordação a doer
E nestes uivos gementes, nesta cruzada
meu pesar sente, tua falta no meu viver
na tarde poente, com magoa adornada
O carreiro segui, aqui eu vou permanecer
lamuriando a solidão na saudade sediada
na alma, qual carro de bois, no seu gemer
Luciano Spagnol
07 de julho, 2016
Cerrado goiano
AMAR DO VERBO AMOR
Amar do verbo amor, como enunciar?
Amor é complemento ao sentimento
Que acompanha o substantivo alento
Instinto sublimado do ser e do estar
Muito se pode nas flexões dele ligar
Só ter no verbo um desejo sedento
E um coração capaz de ter portento
Onde dele não se tem como olvidar
Não se une amor sem ter o elemento
Amar, é no presente ao se conjugar
Mais que perfeito n'alma, tal alimento
De tudo o amor também é o vigorar
Transitivo direto no encantamento
Que só saberá quem dele enluarar
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano
À ALMA DE MINHA MÃE
Partiu-se o cordão do amor absoluto
No meu desditoso fado então trincado
E as preces no rosário assim de luto
Rezam tristuras no chão do cerrado
Lacrimoso eu, debalde na dor soluto
Soluça a baixa deste relicário delicado
Minha mãe, tão jovem em seu atributo
Pôs suspiros no meu peito instigado
Tal um ramo que seca sem dar fruto
Em um outono tão frio e desfolhado
Assim, o meu afeto se faz convoluto
E na continha de saudade, ao lado
Das lembranças dum amor resoluto
À alma de minha mãe, louvor ofertado!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
RAZÕES DO AMOR
O amor ama aquele a quem se ama
Nas razões de o amante saber sê-lo
Ama porque se ama. O peito chama
Que arde, o verdadeiro calor e zelo
O amor é dado, é graça, de graça, apelo
Do coração... é odor que d’alma derrama
Um intricado e emaranhado longo novelo
Que tem a doçura na sua adocicada trama
Eu amo porque amo, assim, poder tê-lo
Perto de mim, e nunca demais pra mim
Então, nos sonhos sonha-lo sempre belo
O amador foge a regulamentos vários
Nos dicionários sai da explicação, enfim,
Sem amor, os amantes são solitários. (sem fim...)
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/02/2020, 11´54” - Cerrado goiano
O AMOR QUE É AMOR
O amor que é amor jamais vacila
Nas paixões iradas entra sem medo
Leva consigo a afeição e o enredo
Do doce olhar, e o abraço que asila
O desejo é uma variedade tranquila
Pra quem cobiça, pois, vence o quedo
E dum para o outro não tem segredo
Enquanto o apuro o veneno destila
Amor que é amor, a tudo transforma
Um ato de grandeza e de plataforma
Do bem, onde se tem a sorte ao dispor
Esse esplendor, regado com flores
São muito mais que simples amores
É a natureza do amor que é amor...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14 de agosto de 2020 – Araguari, MG
VELHO TEMA
Só a graça da poesia, em toda a sensação
Palia o engano de um amor, mais nada
Nem mais os soluços do infeliz coração
Disfarçam a dor da devoção malograda
A insistente quimera por ela estacada
No seu encanto, chora toda a emoção
Da desilusão: no canto, na rima falada
Criando outro sonho, de novo a paixão
E, nessa inspiração que supomos
Duma tal felicidade que sonhamos
Em cada versejar, a verdade somos
Assim, nessa concordância, sejamos
O olhar, o afago, se na prosa fomos
O sentimento, ai no amor estamos!
© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
27, agosto de 2020 - Cerrado goiano
UM AMOR NATURAL DE SÃO PAULO
Ah, amor doído, me maltrata
Saber que fui apenas recreio
Que inda arde no peito, creio
Que a dor me teimará ingrata
Com o engano, verídica errata
Ardo na agrura e no devaneio
Mas com o tempo, tu, receio
Irá se calar na súplice serenata
Os teus olhos deixarão de ser:
A força e planos no meu olhar
Tudo gira, no eterno aprender
Nego-te o meu sofrer e pesar
Se lamento é para te esquecer
Nesses versos de amor e amar!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Agosto de 2020, 31 – Triângulo Mineiro
SUFICIÊNCIA
Dita, ao pé do amor primeiro
Estreante desta variegada vida
Estou e estarei nessa acolhida
Ao coração, fiel companheiro
Da paixão o afeto cavalheiro
Pulsa-lhe a poesia em torcida
Faz a boa diversão apetecida
Salivando o gosto por inteiro
Trago-te flores, zelo certeiro
Trovando a doce existência
E que assim seja verdadeiro
Se não, não serve a aparência
E, tão pouco algo corriqueiro
Intensidade que é suficiência!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/09/2020, 10’18” – Triângulo Mineiro
NIHIL
Se ao amor amando, vivi meus dias
Nas venturas de o acerto tomando
Do convívio longo fui me afastando
Das alegrias afins e as boas fantasias
Enganava-me assim, me enganando
Fiz da desdita arrebatadas poesias
Suspirando desacertos e melancolias
Para ter o infortúnio mais brando
Sem ser retribuído, fui um amador
Da devoção tentei amores, tendo
E, se perdia, chorava essa vil dor
Vivi tanto tempo assim vivendo
Me enganando com tal dispor
Hoje, nem creio no que vou tendo!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08/09/2020, 08’00” – Triângulo Mineiro
paráfrase Guimarães Passos
TEIMA
Retratar o amor em vão procura
quem na vida dele sentir não teve
porque um rasto na alma obteve
pois, longo ou breve, há ternura
Todavia eu, ideando, na ventura
a mínima sorte o destino deteve
sentir o que sinto, nunca leve
no vazio, minha solidão figura
E nestas paixões de boas alianças
poética redigiu só sofrido pesar
e uma, foi, dentre as lembranças
E, porém, neste suspiroso causar
do único, nas turronas esperanças
vou amador que cobiça mais amar!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13, outubro, 2020 – Triângulo Mineiro
GORJETA
Eu sou aquele que no amor é perdido
eu sou o que no fado me falta aporte
sou esse da desdita, e nesta tal sorte
sou a contramão, a solidão desmedida
A sombra no meio fio da cara vida
e que no devaneio perdeu o norte
que fica no vagar num choro forte
rascunhando a chaga tão dolorida
Sou aquele que no silêncio habita
Sou pôr do sol sumido, desprovido
Sou aquele que na ilusão orbita
Sou talvez o ideal de alguma dita
Quiçá a que o rumo me é devido
Quem sabe uma gorjeta merecida
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/10/2020, 16’19” – Triângulo Mineiro
O MEU PESAR
Tenho pesar da solidão numa vida
Da sensação que o carente sente
Dum amor que assim de repente
Sai do querer, e vai de partida...
Da ilusão que da alma é fugida
Do olhar ingrato frente a frente
Dos que ostentam toda a gente
E os que não aquietam a ferida
Tenho pesar do senso dividido
De não estar sorrindo à revelia
Contente de um dia ter nascido
Pesar de mim, de quem sofreu
De não ser mais e mais alegria
E, de ter posposto o meu eu!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/10/2020, 09’36” - Cerrado goiano