Soneto da Separação
Como eu não sabia onde ele estava, a cidade parecia maior, e parecia entrar direto no meu quarto: ele estava em algum lugar, ainda que desconhecido para mim, estava presente na minha mente e era uma coisa grande e escura dentro de mim.
Tenho imagens dele na minha memória, fragmentos de coisas que disse, e impressões, algumas contraditórias, talvez porque ele era inconsistente, talvez por causa do meu próprio humor de agora: se estou brava, ele parece superficial, cruel e arrogante; se estou mais gentil e terna, me parece confiável, honesto e sensível. O centro está faltando, o original sumiu, tudo o que tento formar em volta desse centro pode não se parecer muito com o original.
É melhor viver como uma chama, conhecer um homem e amá-lo, mesmo que ele não possa ser seu, do que nunca amar.
O despertar espiritual não é apenas uma questão de estar ciente das coisas ao redor, mas sim de transcender a ilusão da separação e se conectar com uma sabedoria interior. É um processo de autotransformação que envolve olhar além das aparências superficiais e compreender a natureza mais profunda da existência.
Você entrou tão rápido na minha vida, é acabou saindo do mesmo jeito tão rápido. Nem deu tempo para se despedir
Não vou pedir perdão a você. O que fiz é imperdoável. Eu estava tão perdida em ódio e vingança... Nunca sonhei que pudesse te amar tanto. Você roubou o que restou do meu coração. E agora eu perdi você para sempre.
Sei agora o que nunca soube – que o amor encontra o seu estado mais puro quando julgamos que o fim chegou; finalmente entendo que o amor pode ser precisamente essa ausência, o deixar de estar, ser capaz de apreciar cada minuto da nossa memória como se segurássemos, entre as mãos, um punhado de brasas num deserto de gelo.
Cansei de insistir em você e continuar me machucando. Se tem uma coisa que eu aprendi nisso tudo foi a ir embora quando o amor começa a terminar...
Existem momentos em que devemos seguir caminhos diferentes dos escolhidos por aqueles que amamos. Não se trata de sendas opostas, mas sim paralelas. Estradas afastadas o bastante para que nosso ego não colida e próximas o suficiente para que possa-se estender-lhe a mão quando tropeçares.
Eu sabia como o sofrimento funcionava. A única coisa que adormece a dor é o tempo, preenchendo sua cabeça com memórias novas, criando uma separação entre você e a tragédia.