Soneto da Separação

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Enquanto minha estrela decola
Meu coração aterrissa
E eu choro sozinha
Naquele quarto que você disse um dia
Eu quero ficar pra sempre
Com Lampeão e Maria Bonita

Não fale mais o meu nome
Não me telefone
Por favor, não pergunte por mim

Vê se me esquece e some
Se eu te ver de longe
Viro a cara, finjo que não vi

Mas eu não vou mentir
Tá doendo lá no fundo
Sem você, eu não consigo mais dormir

Vamos fazer assim
Melhor não me procurar
Porque eu morro de medo de te perdoar

AMA-ME AINDA

Tu, longe no caminho
que seduz o meu
corpo.
Porque te vais embora ?
Fica com a nossa
doçura.
Teu olhar delicioso,
preciso mantê-lo
comigo.
Amor, não me deixa !
Peço-te, ama-me
ainda.

CHUBOLEIRO

Parecer gostar do postiço.
Aturar, subir o desjeito.
Sofrer no final em segredo.
Perder a razão, é certo.
Mas é culpa da paixão cujo,
o autor de todo isto,
é um amor loco, doido.

Sim.
Porque é ele, o mais lindo.

Me desculpe que eu ainda estou aqui
É que eu queria só
Saber como é que está você
Tomara que melhor do que eu

Como é que ela faz
Pra te fazer feliz?
Eu tenho tudo, olha só
Eu só perdi razão

Mergulhei na certeza das palavras
Que você me deu
Foi assim
Você teve o que eu tenho de melhor em mim
E agora diz que não quer
Já não sabe mais
Me desculpe eu vou deixar pra trás

Já passou de obsessão a minha busca por te querer
Já passou de tudo
Já virou insensatez a tentativa de se entender
Falamos língua de absurdo

É sol, é dó, é nó sustenido
Futuro que sei lá por quê, cai de imaturo
E eu que já perdi a conta de contar às vezes que você
Deu com fé no escuro

Verdades Lastimáveis

Doeu
Doeu saber que você iria embora
Doeu saber que você me jogou fora
Doeu não te ver pela última vez

Pesou
Pesou o que você me disse
Pesou minhas atitudes estúpidas
Pesou na minha consciência

Tentei
Tentei me recuperar, para não te machucar
Tentei te querer, sem me afastar
Tentei te explicar, que não sou melhor
Para ti, e para quem está ao meu redor

Mas não foi suficiente
O meu egoísmo te afastou
O meu medo te desconsertou
E minhas promessas de amor
Teu coração liquidou

E agora
Agora me resta aceitar
Que seu amor deve estar pelo ar
Pronto para um outro pulmão respirar
E eu ficarei sozinho
Só eu e meu caminho, repleto de vazio

Sinta o vento vindo
Esqueça o que passou
Pague o preço disso
E siga a vida, amor

Precisei de mil frases certas pra te conquistar
E de uma só errada, pra te perder
Eu levei tanto tempo pra te apaixonar
Em um minuto só, perdi você

Coração, me fala
Como é que você faz um negócio desses?
Trocar um pra sempre por às vezes
Uma aventura por uma paixão
Péssimo negócio, coração

Dos seus erros, eu garanto que o pior
É achar que eu vou sempre estar aqui

Sábado à noite, você pode achar
Mil bocas pra te consolar
Mas quando chegar o domingo à tarde
De mim vai lembrar e vai sentir saudade
Aí cê vai me procurar
De novo, vai querer voltar
E eu não vou mais
Não vou mais voltar

Hoje me peguei pensando em nós
Sobre os lençóis, nos tornamos um
Desembolava meus caracóis
E os nossos nós, não sobrou nenhum

Vacilou, perdeu e agora chora
Implora me pedindo pra voltar
Desencana, vai, sai da minha cola
Esquece, dessa vez não vai rolar

Uma espécie de perda

Usamos a dois: estações do ano, livros e uma música.
As chaves, as taças de chá, o cesto do pão, lençóis de linho e uma
cama.
Um enxoval de palavras, de gestos, trazidos, utilizados,
gastos.
Cumprimos o regulamento de um prédio. Dissemos. Fizemos.
E estendemos sempre a mão.

Apaixonei-me por Invernos, por um septeto vienense e por
Verões.
Por mapas, por um ninho de montanha, uma praia e uma
cama.
Ritualizei datas, declarei promessas irrevogáveis,
idolatrei o indefinido e senti devoção perante um nada,

(– o jornal dobrado, a cinza fria, o papel com um aponta-
mento)
sem temores religiosos, pois a igreja era esta cama.

De olhar o mar nasceu a minha pintura inesgotável.
Da varanda podia saudar os povos, meus vizinhos.
Ao fogo da lareira, em segurança, o meu cabelo tinha a sua cor
mais intensa.
A campainha da porta era o alarme da minha alegria.

Não te perdi a ti,
perdi o mundo.

Ela

Ela era jovem e bela
seu sorriso encantador
era toda sonhadora ela
e acreditava no amor

Ela acreditou ter encontrado
o amigo namorado
que envelheceria com ela
que seriam pra sempre casados

Mas o tempo passou
e Ela envelheceu
e entristeceu
e o eu sorriso desapareceu

Ele não percebeu
o mal que lhe fizera
nem se quer reconheceu
que havia destruído ela

Pensou, mereço coisa melhor
não se olhou no espelho
partiu, sem dó sem dor
virou as costas, não aceitou conselho

Ela ficou amarga
e entristeceu
e quase morreu

Como uma flor
maltratada murchou
e mesmo com muita dor
ela ainda se levantou

A gente tentou
Mesmo assim, amor
Você jogou fora as histórias
As memórias, tudo que a gente criou

Andando de boca em boca
De copo em copo, um dia por vez
Pensando na volta, motivos não faltam
Meu Deus, o que você me fez?

Sol e sal, carnaval
Queria tanto te encontrar
Mas que pena que você fugiu de mim
Sem querer, eu fui perceber
Que não sou nada sem você
Mas você nem me ligou
Partiu

De que é feito o amor?
Dizem que o amor é paz
O que o amor me deu
Ninguém vai me tirar
O meu amor só crê
Nas visões que o amor me dá
Se uniu dois corações
Não vai mais separar