Soneto da Saudade
Soneto d'Alma
Um soneto, uma lírica,
versos em canção.
Dois corpos, um poema;
Sinfonia do Amor e Paixão.
SONETO SÓ
Eu tenho pena da solidão
Tão só, tão falta, tão “inha”
Coitadinha, vive sozinha
Chorando na submissão
E tal como a erva daninha
Arrasta o ventre pelo chão
Em uma triste e nua ilusão
Que revés, catástrofe tinha
Ai nessa pesada frustração
Tem tristura na entrelinha
E um vazio oco no coração
Então, ô aflição, pobrezinha
Contigo pranteia a emoção
Soluçando a solidão minha
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Dezembro, 2016 - Cerrado goiano
Procurei,
em trova, soneto e prosa,
nos versos líricos do poeta;
o significado de Te Amar?
Perdi-me, e não sei quando,
talvez em rimas poetando;
este teu sorrir a Florejar.
SONETO ANÔNIMO
Solidão, vivo tão só, numa bruteza
Onde o meu fado escoa em pranto
Longe do entusiasmo e do encanto
Numa prosa transvazando tristeza
Tão oca a poesia, cheia de incerteza
Num revés ensurdecedor, portanto
O sussurro da dor, dói tanto e tanto
Que o sentir ferido me faz ter viveza
Ando estonteado, perdido na ilusão
Calado, as noites de alvoroço ativado
E ausentes de sensação e de emoção
E me perco no gadanho do passado
Que esgatanha a afável recordação
Que arfa o falto, daqui do cerrado...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/12/2020, 21’38” – Triângulo Mineiro
SONETO DE LEMBRANÇAS
Descrevendo o passado
De tudo que foi vivido
Que nada seja esquecido
Tudo será lembrado.
Talvez numa simples poesia
Deixando tudo guardado
Quem sabe se algum dia
Conheçam o meu passado.
Cada canto tinha sabor
Trazia aquele cheiro
Como se fosse flor.
Tudo está tão ausente
Mas nada será esquecido
Fica guardado na mente.
Irá Rodrigues
Santo Estevão-BA
SONETO DA PAZ
Bendita seja a oração
Palavras que nos traz
Ouvindo com o coração
Trazendo a nossa paz.
Esse nobre sentimento
Embevecido na canção
Eleva a alma e o coração
Ao Senhor pedimos proteção.
Queremos paz e harmonia
Em nosso interior
Com fé em Nosso Senhor.
Esse amor que traz energia
Enviado por Jesus
Nosso guia e nossa luz...
Irá Rodrigues
Santo Estevão-BA
SONETO DE AMOR
Quero-te comigo, desde o primeiro olhar
E te quero, simples assim, desde a primeira canção
Quero-te comigo, onde conjuga o verbo amar
Desde que invadiu meu coração.
Quero-te comigo, com o sorriso de sempre
Nas noites de lua cheia, das loucuras eternas
Pela vida inteira, nos sonhos da gente
Pois quero-te comigo, nas noites sinceras.
Quero-te amor, nos versos da canção
Que perpetuarão para sempre
Em meu mais puro coração.
Quero-te amor, mesmo se pensar em fracassar
Pois desde o primeiro dia
É com você que eu quero ficar.
SÚPLICA (soneto)
Se tudo muda e tudo perece
Se tudo cai aos pés da negaça
Se veloz a vida por nós passa
Pondo de lado o teor da prece
Se, se a inspiração desfalece
Se dói a dor que a dor enlaça
Se perde o encanto, a graça
O lhano, e aí a gente cresce
Se o amor tem a alma pura
E este amor também tortura
Nos gerando tolos e loucos
Se tudo tem no tempo valeria
Tudo vai, Pai! Por que não alivia
O sentir que me traga aos poucos?
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Setembro, 05/2020 – Triângulo Mineiro
paráfrase Auta de Souza
CHAMAMENTO (soneto II)
Este sentir puro, cuja o afeto derrama
Na poesia, no coração, em toda parte
Que a alegria com o celebrar reparte
E o meu peito apaixonado proclama
este sentir, cujo o olhar me inflama
que tem varia peculiaridade à parte
e no sentimento dourado baluarte
nos meus versos é belo panorama
e essa tal sorte, não é apenas acaso
é querer, sonho, que eu me abraso
nos teus abraços, e tua terna cama
és tudo do meu desejo, do querer
onde estava que não pude te ver?
Pois a muito meu amor por ti chama!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07/09/2020, 05’46” – Triângulo Mineiro
Um soneto a céu aberto
Da vida passando mal me lembro
Julho orquestra a geada lá fora
Pisco os olhos em dezembro
É o tempo maestrando a hora
Os planos que refaço em desgosto
São leões devorando a sobra
Entre meio janeiro é agosto
Desafiando o relógio e a obra
Livres são os amigos que partiram
Desacorrentados do ponteiro
Da prisão temporal eludiram
Silenciando o tic-tac sorrateiro
Sou náufrago no espaço-tempo
Rimando um teorema incerto
Em outro poema reinvento
Um soneto a céu aberto
Soneto
Será se é fácil pelejar? Mesmo que o guerreiro não veja temor. A coragem e a pureza, são caminhos do arrojor. Assobio o soneto do acalento, para aquele que desistir até cair. Lembre que a esperança é a última que morre, mesmo que a história não tenha um fim.
Allan Cristian
Após a leitura do soneto
murmurei: atrevido!...
Com se atreve a provocar meu pensamento,
se eu ainda não tenha isso vivido!?
Tua boca mesmo longe atiça
meus desejos que são: te levar a uma plantação,
onde cultivo girassóis e lá te faço pirraça,
sentada em teu prazer, sinto até o pulsar do teu coração.
Nada tenho a alegar, sou simples e antiga,
flor de algodão, que aprendeu com os bichos
tudo que há na terra, do milho a espiga.
Mesmo a distância, já fiz contigo tudo
que o amor deseja, e você sem nada saber
que já me partiu, e talvez diga: Isso foi quando?
Soneto
Sabiá Laranjeira
Vem Sabiá Laranjeira
Cante pra mim uma canção
Seu canto forte, melodioso
Encanta-me, alegra meu coração.
És símbolo do meu Brasil
Onde fez seu ninho permanente
Aqui cantas a paz e o amor
E és dispersor de semente.
Nos pomares busca alimentos,
Livre, saltitando pelo chão
Encontra insetos desatentos.
Faz alvorada com seu gorjear
E serenata ao anoitecer
Pra sua amada conquistar.
Soneto do Despertar
De tudo, quem me dera ser a poesia homérica
Ser o amor entumecido, não muito raro, esquecido
Nos porões do coração, em um deserto insociável,
Mas tornei-me um miserável, por apetência de amor
Me desprendestes da inocência, no despertar da consciência,
Por cada estrofe, cada verso, por cada rima entusiasmada,
Na mais florida das estradas, foste a mais redolente essência
Ah quão doce és tu poesia!
Na súplica do coração, deveras entristecido
Ser o cume desta fé, seja homem ou mulher
Em resposta a muitas preces, que a inquietude, seja breve
Pois, escreverte-ei, em todos os momentos,
Por teus versos, encantem-se os pensamentos,
Para que muitas almas despertem!
Autor: Roberto Junior
16.03.2021
Não é um soneto, mas, é com amor
Na alegria ou na tristeza quero crescer junto a ti
Vou estar ao teu lado, te fazer sorrir
O amor e a alegria que você sentir
Quero participar, dizer que também vivi
Juntos estaremos com ou sem dinheiro
Na tristeza, serei consolo
E na culpa, assumo o dolo
Como deve um companheiro
Vamos em frente nesta vida
Na caminhada enriquecida
Por tua presença em minha vida
Queria fazer-te um soneto
Declarando meu amor
Aceite este por favor.
SONETO VIVO SOBRE A MORTE ...
Se casualmente aqui deparar, ledor
Com soneto vivo na morte acabado
Leia piedoso este versar imaculado
Pois, fui caminhante e um trovador
Já cadáver feito, aspeito o pecador
Em cada estrofe uma prece ao lado
Cravado no amor, o poeta lacerado
Choro e saudade, assim, espero for
Já sem norte, leia-me com voz forte
Pra ser escutado donde eu estiver
E a alma no descanso seja na sorte
E, então, o sentido o aplauso quiser
Que escolho vivo, do que na morte
Pois, lá logo se há de me esquecer! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2021, 10’46” – Araguari, MG
Primores da Terra (Soneto inglês)
A viver tanto espero em terra antiga...
Pelos bosques do norte eu caminhar
Dos pardais deleitar com a cantiga
Que ressoa nos zéfiros do mar!
A deitar sobre a relva colorida...
Feito a cor do salgueiro que a ensombrava
o sol da primavera, a mãe florida
Viver o amor febril como ígnea lava!
Na minha Europa há mais formas de amar
Do que estrelas na abóbada celeste
As boninas do campo a desatar...
E Alvejar no horizonte a cor do leste
Ao nascer do Sol, já se fora um dia
Na terra em que trinava a cotovia...
DECLARAÇÃO (soneto) ...
Se eu fosse fogo, arderia o teu amor
E se eu fosse o vento, incendiá-lo-ia
Já, se eu fosse a água, eu matá-lo-ia
Sufocado nos beijos, o desejo maior...
Se eu fosse uma flor, assim, sedutor
O teu cheiro no meu ser hospedaria
Se fosse só seu, manso e feliz estaria
E você meu, não mais seria sonhador
Se eu fosse vida, muito mais te dava
Se felicidade fosse, ela eu lhe traria
E na fortuna teus caminhos forjava
Se fosse versos, a poética comporia
E por apaixonadas rimas eu passava
Pra dizer-te do meu amor em poesia! ...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
10/04/2021, 15’51” – Araguari, MG
ÁRDUO SONETO ....
Deste amor que eu cantei ardentemente
Amando, amador, paixão, e apaixonado
De mim mesmo tiraram, e eu, frustrado
Sem o ter, agora, separado inteiramente
Toda esta dor, o pesar, n’alma da gente
Amarga, e deixa marcas na via do fado
Porém, também, tem a sorte, o agrado
No vai e vem. Tudo é interino. Somente
O que se leva, e o que deixa, tem razão
Então, cada motivo é pra se amar tanto
No entanto, se deixa ir a doce sensação
E neste bandido, perdido: - o meu canto
Árduo, que suspira do fundo do coração
Saudades sentidas, escorridas no pranto! ...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
12/04/2021, 06'45" – Araguari, MG