Soneto da Saudade
"Constantemente eu sinto saudade de coisas que eu não deveria lembrar... Mas a memória insiste em maltratar meu coração...
Sentirás saudade minha quando sozinho estiveres voltando para casa e não encontrar ninguém te esperando; Sentirás saudade minha quando olhar o seu lado oposto da cama e ver o quanto estás perdido, tocando apenas em meu travesseiro oco, quando o que querias mesmo era meu cheiro, meu beijo te rastejando por inteiro; Sentirás saudade minha quando o vinho acabar; Quando ficar esbarrando-se em moveis inúteis, enquanto persistir em me procurar; Sentirás saudade minha quando, na beira da madrugada, ou no cintilar da branca lua, ou no breu de toda a noite, teu corpo me relembrar, se excitar e se aborrecer; Eu sei, sentirás saudade minha, pois te pertencia de um jeito que você percebia e fingia não querer
"Não me restam dúvidas que toda essa saudade está se transformando em dores espalhadas em meu corpo."
E eu me pergunto se foi por carência que fui parar aquela noite na sua casa, ou se foi por saudade que respondi seu sms.. Mais definitivamente cheguei a conclução de que não foi saudade nem carência, foi falta de vergonha na cara mesmo.
A saudade só é sadia quando temos a certeza de que ela passará com a volta daquele que nos faz falta...
Aos poucos, eu vou mudando de aspecto, de rotina, de cabelo, de namorado, de pensamentos, de saudades, de lembranças, de apegos... Também mudo meus desencontros por encontros, desencantos por aconchego, e impressões por certezas! Tudo pode mudar. Mas o que é realmente bom permanece. E do meu rosto, você pode ver escorrer uma lágrima, mas jamais verá se esvair um sorriso. Este é eterno.
Eu só não quero que alguém, que hoje pode me ver, diga que sente saudade quanto eu não estiver mais aqui.
Coloco os braços para fora da janela, deixo a brisa bater em mim. E com ela sempre vem uma saudade bem bonita de nós.