Soneto da Saudade
SER
Ser poeta é voltar em cada
Verso, poema, soneto, prosa
É estar preparado para não sair
Do papel, da folha em branco
Queimando as mãos, o coração.
♥╭✿╭✿ ♥
Soneto nostálgico
Solitário passei a falar com a solidão
A lua passou a me ver amanhecer
E o brilho do sol a me ver anoitecer
Então o repesar instalou no coração
Via a noite, as estrela e a escuridão
Na comitiva o ontem, hoje o porvir
Tentando comigo alvos para sentir
E nos cochichos nenhuma questão
As lágrimas não mais querem falar
Para que chorar, naquele momento
O vazio é quem veio em mim poetar
E neste total silêncio do pensamento
A viga do tempo e que veio escorar
A saudade, pois o fado é seguimento
Luciano Spagnol
Soneto variante
Hoje sou diferente do ontem
Ontem eu era diferente do hoje
Amanhã serei díspar no reloje
Variamos no tempo, outrem
De manhã sou um de tarde outro
Se vivo! Diferente anoitecerei
É o destino em seu decreto lei
Sou um, sou vários, aqueloutro
Passo a passo na cadência
Rugas, choros e sorrisos
E assim parindo essência
E nestes todos atos incisos
Ando onde me há subsistência
Até quando tiver regência e improvisos
Luciano Spagnol
Soneto Amoroso
Este é um soneto amoroso
Que verseja alacridade
Recoberto de docilidade
E rimas de um olhar airoso
São versos tão teus
Desenhados nos sonhos
Aqueles doces risonhos
De momentos teus e meus
Sirvo-te em oferenda
Está tão terna prenda
De entrelaçada renda
Assim, aqui metrificado
E na alma concretizado
O amor deste apaixonado
Soneto de um amor
O amor é um delicioso balsamo
Que perfuma a alma com afago
Traz ao coração nenhum estrago
E a doce felicidade, olhar calmo
O amor quando se realiza
Abre caminhos a emoção
A alma se veste de paixão
E a dor da solidão cicatriza
O amor desperta saudade
No carinho traz fidelidade
Na razão é ingenuidade
É poesia para o amador
De rima suave e multicor
Poetar o amor de um amor
Soneto II
Uma mão pousou em mim
Sacudiu-me do meu lugar
Fez um pobre coração enfim
Resolver ao amor se entregar
Agora vejo.A tristeza fora embora!
Aprisionou-me no calabouço escondido
Vede quão grande ironia vigora
Ao temer o passado sofrido!
Se eu conhecesse toda a verdade
Carrasco seria ao tolerar
A mudança proveniente
O castigo seria eterno
Cujo pecado mortal,a idade
Assumisse esse amor naturalmente!
Soneto de carinho
No segundo perfeito
entregarei meu peito
ao seu lindo rosto,
pétalas do meu jasmim.
E que seja um encosto
ou apoio ás suas lágrimas,
mas que jamais sejam
derramadas por mim
Pois te quero feliz
E que eu seja uma página
desta sua literatura
que eu já decorei
mas que não amei
apenas por um triz.
SONETO ANTIRROMÂNTICO
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Quando quero esquecer nem lembro isto;
sendo assim, não preciso mais fazê-lo;
se me cabe gelar me torno gelo;
caso queiras, partir já tens meu visto...
Dar adeus não requer tamanho apelo;
é um corte que faz sangrar meu cisto;
depois passa, não vou posar de Cristo
nem querer estampar moeda e selo...
Desde agora só és quem aqui jaz;
nada parte minh´alma na partida;
teu aceno me ajusta e deixa em paz...
Tua ida bem-vinda estorna o quanto
esqueci ou deixei ficar pra trás,
e não quebra; rejunta o meu encanto...
Um soneto que equaliza o sentimento
Transforma um suspiro num intenso momento,
A mente se desprende
E sutilmente a vejo – aonde vais¿
Curioso de si, vibrante de si
Uma falange que arde
Ultraje confronto da concepção errante
Errar por ser constante.
Intensidade aplicada
Nunca adulterada em teu seio
Faculdade intuitiva, não descabida
O peito ainda arde.
Incomodo gerado, traçado
Quando se aplica o seu teor
Transforma-se, modifica-se o pulsar em:
Amor, forte amor.
Soneto de admiração
Me desnuda, com esse hipnotizante olhar jocoso.
Alegrando minha vida, provocando-me desejos.
Meu coração cria asas, num voo rasante e perigoso.
Iludo-me nos meus sonhos, pois tenho teus beijos.
Trazes um poema nos olhos, bela fantasia.
Minha retina contempla-te, imagino corpo sem defesa.
Encantado eu fico, com sua bela anatomia.
Mantém com seu belo sorriso, a minha chama acesa.
Colhes na sua vida mais uma flor, é dia de festa.
Provoca-me com suas palavras indecisas fantasias.
Empresta-me com sua beleza, aos meus versos, poesias.
Nas volúpias dessa vida de gangorra, tenho desta.
O tom envolvente da tua pele, minha admiração.
Minha prenda, guardarei sempre no meu coração.
SONETO DE INFIDELIDADE
De tudo, a quem me queira, retirarei acalento,
Antes, e com tal gelo, e sempre e tanto
Que mesmo em face do menor encanto,
Dele se esvaia o meu pensamento
Quero esquecê-lo em cada vão momento
E com desprezo, espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar seu pranto
Ainda que ele esteja em sofrimento
Assim, quando mais tarde me procures,
Quem sabe a sorte, amiga de quem joga
Quem sabe a solidão, fim de uma noite
Eu possa me dizer de quem eu "tive"
Que não seja imoral (posto que é droga)
Mas que seja finito enquanto eu não ame.
Soneto do sofrer materno
Nuvens de sofrer: dentro do peito gritam”.
E nos olhos, em forma de lágrimas, crescem.
As inumeráveis gotas pela face enternecem,
Minuto a minuto aumentam, às vezes se limitam.
(...)
Soneto do IR
Mandaria-lhe meus versos, mas primeiro, o Leão.
Pode ser sem importância, mas eu lhe direi que não,
Mesmo sem ser milionário, a tarefa é a mesma,
Com recibos, comprovantes ‘tou’ juntando uma resma.
Como ter tranqüilidade pra poder criar poemas,
Se a renda disponível vira fonte de problemas?
Fico sempre no aguardo de uma lei ou portaria
Que tornasse palatável essa grande porcaria.
E assim fico olhando os recibos de escola,
Que juntei naquele canto, sem saber da armadilha.
Eu paguei uma fortuna, o desconto é uma esmola.
Pois, por trás de tudo isso, Everardo e matilha
Se divertem num conjunto que nem sempre desafina
Ao Rachid , com um sorriso legam a tal ‘malha fina’.
Soneto dos Apaixonados
Aquela que nunca imaginara
Ser chamada pra uma dança
Talvez jamais pensara
Que teria tal lembrança
Então Dança menina, Dança
Enquanto você ainda não se cansa
dança menina, dança
Porque a noite é uma criança
Essa noite de céu estrelado
Que tudo se realiza.
Como algo que já fora planejado
Enquanto a menina que dança
Se perde no reflexo
De um olhar apaixonado
Soneto Das Estrelas
Como dois séculos também
Tudo depende...
Nesses dois meses
Descobri muitas coisas
Que você veio a me ensinar
E hoje sei que preciso
Ter você para minha vida brilhar
Sem você por perto
Não sei onde poderei chegar
Você é o farol que indica o rumo certo
E por você, sei que posso
Caminhar sobre as estrelas
Pulando de mundo em mundo
Como se fossem pedras em um oceano espacial
Onde na outra margem, só pode existir você
Como um sol irradiando todo seu encanto
Sendo o centro de todo meu universo, a razão
De toda minha existência, energia para a sobrevivência.
Dois meses não são dois dias
E dois meses não são tão poucos
Para termos a certeza do que queremos
Para o resto de nossas vidas
Com certeza, meu amanhã sem você
Não seria o mesmo amanhã que poderia ser.
Sua face fria...
Um conto de tantas histórias
Do que realizei cada soneto
Repete-se no teu nome....
Simplesmente uma sintonia perfeita
Do seu corpo risquei a vida.
Conquistei em cada citação meu amor.
Em cada noite um para vida toda...
Sem querer senti a vida passar
Num sopro de uma música
Que destino tocou em nossas vidas.
Soneto Encantado
Você parece ter um poder
Que só me faz te querer
E cada vez que encontro teu olhar
Meu coração começa a disparar.
Quando sinto teu corpo junto ao meu
É como tudo virasse um breu
E não existisse nada ali,
nada além de você eu.
Você é uma droga pra mim.
Você é meu vício
E também meu benefício.
Enquanto houverem estrelas
Mesmo sem poder tê-lás,
Continuarei a te amar.
Soneto da chegada
O amor é fruto do sentimento
É dor absorvida com prazer
Às vezes, dificil de entender
Pois compensa grande sofrimento
Veio curar o meu lamento
Minhas vontades satisfazer
Veio você pra me entender
E me libertar do aborrecimento
Um anjo, sutil e perfeito
Que cai em meus braços
Ocupa e aquece meu peito
Sem incógnita nem embaraços
Com afeto, carinho e respeito
Resultando em beijos e abraços
SONETO DE UTOPIAS
Onde vislumbro a utopia
Contudo a plantar quimeras
Como quem colhe poesias,
de todas serás mais bela.....
E planto um pouco de ilusão,
Enquanto durmo falo com elas.
Que delírio poder falar-te então....
A plantar sonhos, colher quimeras.
Que desdita falar com utopias.
O que os sonhos te dizem?
Do que te falam as fantasias?
Pois só quem planta utopias,
Poderá sonhar e falar então,
plantar ilusão e colher poesias.....