Soneto da Saudade
SONETO SONHADO
Sonhei que saudade de ti sonhava
Aqui pelas bandas do meu cerrado
Foi tão bom, uma pena ter acabado
Pois nele, sonho, contigo eu estava
Que pena... era um sonho sonhado
De lembranças em que a alma lava
Onde a tua falta na minha ali ficava
Em um silêncio d'um afeto amado
Sonhei hoje contigo, nem imaginava
Ter-ti tão manifesto ali ao meu lado
Num sonho, que nostalgia passava
Queria de ti, não estar desamparado
E sonhar-ti, onde só amor anunciava
Eterno sonho, eternamente no fado...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano
CERNE (soneto)
Do ventre do cerrado ergui meu gemido
Estrugido duma saudade que me eivava
Furtando o fôlego duma dor que escava
O coração já aturado e um tanto dividido
Da solidão a tramontana reviu-se escrava
No cerne da sofrença no peito desfalecido
Que és de tudo escárnio no fado contido
Grito! Que ao contentamento então trava
Que labareda tal me arde no esquecido
Me remanescendo qual tétrica cadava
E me prostrando na réstia do suprimido?
E, se toda sorte aqui me falhe, és clava
A esperança, dum regresso ainda vivido
Factível, sem os que a quimera forjava...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano
LACUNA (soneto)
Solidão, de insistir-te, não és esquecida
A saudade anda exagerada em te trazer
Nem sequer és o pretexto do meu viver
Pois se a sorte é triste, alegre é a vida!
Nada neste exagero é de fato pra crer
Se há ganhos e perdas, vinda e partida
Ter desvario é querer chuchar a ferida
O vital é mistério, bom é se surpreender
Pois a mesma estória tantas vezes lida
Traz história enlouquecida ao escrever
Tudo passa, não é só subida e descida
Ai, pode voar o tempo, tempo morrer
Tudo tem princípio e o fim, na medida
E nesta metamorfose, vai o nosso ser...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
2017, início de janeiro
MEDIDA DO AMOR (soneto)
Não se tem saudade, sem ter lembrança
Não se tem amor, sem que se tenha dor
A separação é a pétala de uma rara flor
Que se desgarra do fado em sua dança
A nossa existência é um bafo de vapor
Na emoção tem renúncia e esperança
É nos riscos que nos faz perseverança
De um olhar, um sonhar, de um clamor
Não se deixa os trilhos de ser criança
Sem paixão, afeto, calor a se interpor
Pois, na vida sempre há semelhança
A distância de um amor, vai onde for
Sua medida não se afere na balança
Viverá sempre conosco, no interior...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
VENDAVAL (soneto)
Entre a saudade, a aridez do cerrado
ressecando as lembranças tão sós
adormecendo luas e sóis para nós
em suspiro e soluço ali amargado
Eis que um vendaval de tão feroz
arrombou-nos os sonhos sonhado
deixando o intervalo assim atado
num amarrilho lamento, num retrós
Aí, neste embaraçado, eu atordoado
Oh! Amor, nem sei se estou acordado
ou tão pouco adormecido na ilusão
Só sei que pouco a pouco aqui calado
na solidão, o coração tão esperançado
em vigília, que aporte de novo na paixão...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SONETO DOS AUSENTES
O alvo do meu amor, vai além
Duma saudade na vida vivida
Da ação da chegada ou partida
Sou aquele que do amor advém
Sinto no coração e é sem medida
Até porque, ele que me mantém
No fado, sonhos que nele contém
Pois, são curas pra qualquer ferida
Se há tristura, há alegria também
Junto e misturado, n'alma perdida
Por isso, dele eu sou sempre refém
Vários são os ausentes, e na dor parida
Outros, lembranças, que o afeto detém
Porém, todos histórias de vida repartida...
Luciano Spagnol
Outubro, 2016
Cerrado goiano
Não era um verso
Um soneto
Um contratempo...
Não era uma partida
Uma historia,uma saudade
Quem sabe seria um sorriso
Um beijo,detalhes....
Eram simplesmente nada
Mais que momentos
Eternizados entre eu e você
Soneto da Saudade
Sentir saudade,é querer te ver
É procurá-lo em todo lugar
Esperando te encontrar
É amar apenas você;
É chorar, é querer
É buscar no sorriso de alguém
Algo q a gente não tem
Más que pertence a você;
É querer viver eternamente
É estar com a pessoa amada
E viver intensamente;
Porém, so se sente saudade
Quando existe a distância
E se ama de verdade
Soneto da saudade
Deixo guardado seu sorriso na "gaveta"
sei de cor sua música favorita.
Sinto seu perfume no ar e começo a chorar...
A saudade aperta, não sei como explicar,
os dias a passar são tristes,
sem voce aqui para me ajudar.
Sinto uma dor "aqui dentro" que não sei como controlar,
parece que vai arrancar meu coração do lugar.
Saudade, que saudade...
Até perco o ar. Se eu fechar meus olhos eu posse lembrar,
das palavras que me dizia: -O Pai te ama minha filha.
Se pudesse voltar no "tempo" tudo mudaria
começaria a falar ao invés de escrever.
"Meu querido Pai, meu amado amigo".
11 meses sem meu Pai .
Sou verso de uma canção triste, estrofe de um soneto só.
Sou música que fala da saudade, sou poema que canta a
dor... dor de um amor não vivido, não dividido...sou só
sentimento, que te revela quem sou !
SONETO DA SAUDADE
Lembrança amarga que entristece,
regendo no tempo um dissabor constante...
Reveste-se de incerteza a cada instante,
movendo moinhos de ventos que estarrece.
Lembrança doce que acorrenta,
maldizendo o destino que separa...
procurando o prazer que dessedenta,
em função da dor que não repara.
E assim, no barco de ilusões vertentes,
Desilusão é apenas ponto de partida...
em lúgubres águas correntes.
Tão triste quanto uma estrela sem vida,
a saudade em formas aparentes,
corroídas na dor sem uma despedida.
Soneto da saudade maior
Hoje, amor, a saudade de ti é mar. Amplidão
Minha adoração, tão sua, freme em minh'alma
Amo-te com um ardor tão forte e imenso...
Numa dor que dilacera,roubando-me a calma!
E enquanto os minutos correm_ Laços do tempo!
Pairo em relembrar as tuas últimas carícias...
Quando eu, alegre, me desertava sob teus beijos
E tu, te perdias em meios à mim. Tuas primícias.
Porque te ausentas de mim, meu ser amado?!
Amo-te com a urgência dos loucos insaciáveis
Com uma fome doida, maciça e desesperada.
Talvez eu o deseje demais para teus infinitos...
É que gero em ti minhas utopias e quereres!
Em ti torno-me magia e luz. Poema em revoada!!
SONETO
A PONTE DA SAUDADE
Havia uma ponte sobre um rio,
Um rio que cortava uma cidade
A carne que gemia, um calafrio
Na ânsia de sentir uma saudade.
A ponte de tão frágil, caiu na` água
Só mágoa, num suspiro se afogou
Agora se travessa o rio a nado
Corrente dos desejos se quebrou.
As almas traspassadas em dores cruciantes
o rio e a cidade afastados hoje choram
a sorte esquecida, da ponte e dos amantes.
Mas a ponte da esperança não tem chão
na mente dos amantes que se encontram
distante da cidade do desejo e da ilusão.
Soneto da Dor Doída
Nas asas da saudade partiste
Fostes como brisa ao vento
Minha alma ao relento triste
Poeta uma porção de lamento
Na solidão um quarto vazio
Que ainda caminha teu cheiro
Nas lembranças apenas frio
De um chamado ainda inteiro
Contigo levaste parte de mim
Em mim um todo de vós ficaste
Levarei impregnado até o fim
E neste teu momento de partida
Suspiros, foste ao coração engaste
Agora choro eu, por esta dor doída.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
19 de Julho 2015
Cerrado goiano
ao meu pai.
"Soneto da saudade"
Ha esse meu coração tão tosco, tão pobre, não sabe os caminhos do coração , que em devaneios, suspira, ó doce agonia de não saber, ó nostalgia do que não existe e faz tanta falta, néscio sou, e tanto desconheço, no ímpeto de minha vontade procuro e não acho, arcaicos são meus desejos tão pequenos, eles são, você os vê ? Dúvida cruel é ? Então me esqueço, pra que um dia mi lembres, de que se amei, amei, naquele tempo, amei hoje, amarei sempre aquele desejo de ser feliz......
Soneto da Saudade
A chuva desaba sobre tua mão
Ela te lembra do amigo perdido
Para que tua fria alma vendam
Levam-te embora deste "paraíso"
Te peço, dance sobre meu corpo
Quero meu caixão inteiro seco
Não sinta saudade, estou morto
Por que você sente tanto medo?
Lembra-se das noites de lua cheia
Onde nós juramos um amor eterno
Fuja de onde a solidão permeia
Eu ainda estou aqui, tão perto
Não quero tristeza, nem solidão
Não desejo isto aos que amam
SONETO???
Padeço pensando em ti
Que em porto velho está
A saudade dói ao lembrar
Sinto não te-la aqui
Jovem amiga Poliana
Como marca teu sorriso
Arma de fazer amigos
Encanto que almas inflamam
Linda diva flutuante
Entre o rosa e o azul
Tem um ser multitonante
Posso dizer sem pudor
Poliana nobre plebéia
Tens encantante fulgor
Soneto da Saudade
Trago nos olhos...
Lágrimas de saudade.
Sentimentos doces e velhos.
Guardados ao longo da minha idade.
Até me fiz poeta.
Para lembrá-lo em versos.
E regar esse soneto é minha meta.
Com pingos ungidos do universo.
Ah, saudade intensa.
Vá de mim...evapora, por clemencia.
Não vê que estou sem meu porto seguro?
Deixa-me abrir os olhos com ternura.
Seca minhas lágrimas dessa amargura.
Dessa saudade, sentimento duro.
Soneto da Saudade
Patrícia Neme
O céu desperta triste, em tom cinzento,
qual lhe fora penoso um novo dia;
aos poucos, verte, em gotas, seu lamento...
Um pranto ensimesmado, de agonia.
Um rouco trovejar, pesado, lento,
parece suplicar por alforria,
num rogo já exangue, sem alento...
A chuva... O cinza... A dor... A nostalgia...
O céu despertou triste... O céu sou eu,
perdida num sonhar que feneceu,
sou prisioneira à espera de mercê.
Sonhando conquistar a liberdade
desta prisão, que existe na saudade...
Saudade, tanta, tanta... De você!
SONETO EM PRANTO
O amor que eu cantei ardentemente
Em uma saudade agora o improviso
Pois arranca-lo da poética foi preciso
Para não recuar, fiz-te contundente
Na sensação o sentido tão pendente
Nos versos, inconveniente, indeciso
Fazendo desta emoção algo preciso
Deixando na prosa suspiros somente
E peno. Restrito sinto toda a carência
Não há mais a trova que amava tanto
Zanzo. Um andante na sobrevivência
Assim, padece o meu amoroso canto
Em lágrimas um versar em sofrência
E, para chorá-lo o soneto em pranto.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
16 maio, 2024, 19’37” – Araguari, MG