Soneto da Saudade

Cerca de 24571 frases e pensamentos: Soneto da Saudade

Alforria

Não me peças pra calar-me à tua fera
Nem que sejas para ti contentamento
Meu amor é felino, tu bem sabes
Na tua vida não serei aditamento

Áurea flava zombeteira me sequelas
Afrodite, Psiquê e tantas outras
Em silêncio veleidoso me revelas
Mais que beijos matinais de outra boca

Como bicho que sou, e tu já sabes
Meu ciúme não terás um só momento
Se estou preso a ti é por vontade
Da tua pele, do teu toque e teu alento

Inserida por Poetizando

CREPÚSCULO

Vê-se no silêncio, e vê, pela janela
O cerrado, eclodindo pra vespertina
Melancólico, perece o sol, e mofina
Outro fim de tarde, e a noite vela...

E ai! termina mais um dia, e revela
As horas, que a viveza se amotina
De sua rapidez, pérfida e assassina
Tão sem troco... - um atributo dela!

A melancolia no horizonte, é saudade
As sobras das lembranças, é desgosto
E o que se resta agora é outra idade...

Olhos rasos d’água narram o sol posto
Lúrido, duma emoção em calamidade
- de o crepúsculo do tempo no rosto!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/03/2026, 17'00" - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

20/02/2020

Esse dia pareceu - me especial,
mas talvez isso seja um mito,
pois não pode existir apenas um...
afinal todos os dias os são!

Em todo caso fiz uma oração
ao Santo Anjo de cada um
para que abram seus caminhos
e que tragam- lhes tudo de bom.

Numericamente o dois pode
O três, o quatro, o cinco, o seis...
Todos podem do um ao nove!

Daí, somei tudo e vi um oito
e infinitamente se propõe
na continuidade da linha, a vida!

Inserida por marialu_t_snishimura

"Alguns sonetos não aceitam remendos — e, de toda forma, os que aceitam assumem-se lixo"
(trecho de "O Conde de Santo Amaro")

Inserida por mfeitosa

A terceira guerra mundial

A terceira guerra mundial
fanfarrou intrépida, quieta
mas o mundo todo em alerta,
sob epidêmica virose fatal!

Pandemia da clausurada panacéia,
se viu enclausurada a economia
instituiu no universo a miséria
e todos ficaram sem companhia!

O pavor nas mídias alertadas
entre bilhões de infectados,
mortes insurgiam encomendadas...

Tudo por ganância e poder
em tubos de ensaios testados,
ameaçadora arma pra morrer!

Inserida por marialu_t_snishimura

O GRILO ANOSO


Um grilo cantador, de rimas cheio,
Canta as dores de mim, em plena mata.
Sabe ser companheiro, enquanto canta
O que existe em minh’alma de mais feio.

Lá sarcástico, carpe o pranto alheio
Dos amores, dos sonhos… do que resta!
Faz mais bela a canção, demais funesta,
Do desdenhado amor que trago ao seio!

Por calvários da vida, lastimoso,
Quem me alegra é somente o grilo anoso
Que a cantar me traz paz, embalo e sorte!

Bem-fadado é este grilo venturoso
Que mais nada lhe importa para o gozo…
E em paz canta aguardando a doce morte!
.....

António Chaúque / 2007
(In: Fímbrias do Mar de Amor)

Inserida por AChauque

⁠⁠CÉU NOTURNO

⁠Vem a noite no céu do meu roçado,
Posso ver as estrelas bem ao lado.
Não há postes, fumaça, impureza,
Só céu limpo, ar puro, natureza.

Parece até um quadro bem pintado.
E a Lua? Lado tão iluminado!
Vejo do telescópio, com clareza,
Via Láctea, céu limpo e beleza!

Constelação, cometa, meteoro…
Astrônomo? Sou mero amador.
Mas no cosmos, eu nada ignoro!

Céu noturno, imenso esplendor!
Tens noção do quanto te adoro?
Mais que os sóis e todo o seu ardor.

Inserida por RomuloBourbon

⁠Patagônia

No sul da América, eu vejo os Andes,
O navio para a Antártida a caminho,
Pelicano, pinguim, leão marinho,
Trilhas, estepes e montanhas grandes.

Raiar da manhã, clima que se abrande.
Ó, albatroz, canta e retorna ao ninho.
No fim do mundo, não estou sozinho.
À terra glaciar que eu viande.

Cruzei fronteiras, ó Torres del Paine,
Dos bosques, da floresta temperada,
Dos lagos e rios! Vida que se aplaine.

Ó, Perito Moreno congelada,
Vem com teu vento frio e nos amaine.
Patagônia, tu és abençoada!

Inserida por RomuloBourbon

⁠INEFÁVEL

Você, oh oliveira florescente
Bonita, oh mais bela
Te enfeitaste
De frutos lindos

Te amei desde a noite com sol
Os teus cabelos são cheios de gavinhas
Tua pele sensível
A dormideira sensitiva

Brilho do luar
Teu colar é feito de estrelas
A terra namora o teu satélite

O galo invocará o teu sol
Ele se regozijará até de tarde com cantos
Tantos cantos em vários cantos

DATA: 31/08/2021
CIDADE: PARAÍBA DO SUL - RJ

Inserida por linjetico

⁠A RAINHA

Eu não vou mais tirar
A minha coroa da minha cabeça
Nem do meu dedo o anel
O sinete

O meu colar de ouro
Não sairá mais da minha garganta
E as minhas roupas nobres...
Estarão impecáveis

Porque o seu trono está do meu lado
Você é o brilho das minhas jóias
Diamantes, rubis, esmeraldas

Teus olhos são opalas
Que miram os meus de ágata de fogo
Minha espada é forjada no teu fogo

DATA: 31/08/2021
CIDADE: PARAÍBA DO SUL - RJ

Inserida por linjetico

Deus castiga e a fofoca muito mais.
E nunca saberemos se foi Deus
Ou a fofoca a razão destes meus ais.
Todavia deu tudo no que deu.
Aproxima-se a luz, vem vindo o trem,
A do Natal vem para os outros, forte,
Gente desconhecida, que é do bem,
Ou que se diz do bem, mas não tem sorte,
Essa sorte que dizem que possuo.
A deles é o suor, gabam-se sempre;
Tipos de sorte, penso, e como amuo.
Que o mal de cada dia, acumulado,
Torne-se o bem, e que eu também me torne
Altamente inspirado, um anjo alado

Inserida por EduCoral

⁠Poço

Os arranhões na parede do poço
Mostram como tentou subir um dia,
Não conseguiu pela culpa, embora moço,
Poderia chorar até transbordar, e sairia.

Sucumbe aos delírios da solidão,
Cansado, machucado e um dia caído,
Busca ao longe ajuda, sorriso ou mão
Alguém que lembre que tenha vivido.

E na corda que poderia subir
Resolve apertar o nó do pescoço,
Mas a tristeza não deixa voar e cair.

Transbordando as lágrimas de desgosto,
E os arranhões na culpa do moço,
Mostram a parede, embora no poço.

Inserida por fuadcaetano

⁠NEOWISE
(Dedicatória ao cometa que passa nos céus)

Passei a noite vendo o cometa.
Sentado bem no topo do monte,
olhei para a linha do horizonte,
e vi o Neowise de minha luneta.

Aos dez anos, criança espoleta,
vi o Halley por alguns instantes.
Como eles, somos só visitantes
por tempo certo nesse planeta.

Como era linda a cauda brilhando!
Nem acredito que era só de poeira!
No alto do céu lembro dele voando!

Mas é triste e dói na alma inteira
sentir todo o mundo ir passando...
Tal qual cometa, vida é passageira!

Inserida por RomuloBourbon

⁠AMA-ME MUITO!
Vilma Oliveira
Ama-me meu amor, e por que não?
Fúlgidos rubis entontecidos...
São os meus nos teus lábios unidos
Meu coração dentro do teu coração!
É uma febre-terçã que de mansinho
Toma todo nosso corpo, a Alma...
Aos poucos se esvai e se acalma
A febre, o rubor devagarzinho...
Amemos meu amor, que tudo passa,
Célere como o dia, vens me abrasa!
Deixa-me presa aos sonhos teus...!
Amemos meu amor, que o mundo é vão,
Beija-me! A fumaça é a ilusão...
A saudade tua, os devaneios meus!

Inserida por vilmaoliveira

⁠ANDORINHAS MORTAS
Vilma Oliveira
O meu sonho a evocar-se altivo e forte
Em coroas de ouro a palpitar delírios
Poentes de novembro doces martírios
Ao pó do esquecimento até a morte!
Nesse horizonte de bruma opalizado
Onde mergulho a alma lírica e pagã
Falenas entontecidas, flor da manhã,
Rosais celestes em canteiros sagrados!
Pus-me a fitar o efêmero, o nada,
Em ritmos fleumáticos, extasiada,
A miragem fugidia do meu jardim;
Mísero pungir dessa chaga aberta,
As andorinhas mortas, a vida incerta,
A esvair-se em sangue dentro de mim!

Inserida por vilmaoliveira

⁠ASAS DO VENTO
Vilma Oliveira
Se essa voz do vento murmurasse
Aos teus ouvidos, os meus desejos,
Na minha, a tua boca calasse...
Teus lábios, a me tocar com beijos!
Se o silêncio da noite despertasse
Os teus sonhos de luzes coloridas
Cada estrela do céu não se apagasse
Ao ver-me sem a Luz da tua Vida!
Nas asas do vento vou colher rosas,
Em nuvens pesadas e vaporosas...
Contidas pelo pranto que me invade;
A primavera saudosa de nós dois...
No arrebol da longa espera, no depois,
Vergel florido a recompor saudades!

Inserida por vilmaoliveira

⁠" Fiz "

De tudo eu fiz pra que valesse a pena
e, para tal, de muito eu abri mão
movido por amor e por paixão
na entrega verdadeiramente plena!...

Fiz como pude e como o coração,
sangrando tanto afeto nessa arena
imposta no querer que me condena,
mandou-me amar com tanta devoção.

Se hoje se difere a nossa estrada
e nem sequer te sintas mais amada
eu sei que, do que pesa, a culpa é minha...

Por condenado, fiz o meu destino
sabendo que serei qual peregrino
na solidão em que a alma em mim caminha!


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⁠⁠Quando eu morrer
Por mais que venha me doer
E eu tenha que gemer
Espero que o fim não venha surpreender.
Pois antes quero me arrepender
Subir e a Deus ver
Não descer.
Quando eu morrer
Não quero tristeza nem sofrer
E sim que façam chover
Lagrimas de lembranças pelo meu feliz viver.
Mas que minha morte venha ser
Mais um motivo pra seguir e vencer.
Quando um dia eu for
Que meu objetos energizados de amor
Quero que cuidem com o mesmo valor.
Pois já que não os posso levar
Que boas recordações deem quando desempoeirar.
Quando um dia eu for
Espero não deixar rancor
Espero que saibam perdoar.
Sei que nunca fui um bom cantor
Mas que herdem meu dom de emanar
E os males e dor, cantar até espantar

Inserida por Poetteus

⁠A flor e o sol

Por céus e terras viajei
Vi o horizonte que inventei
Na esperança de saber
O que de fato, vim fazer

Ninguém sabia me explicar
E a angústia tomou conta do lugar
De repente ouvi o sol dizer
A luz está no silêncio que não faz

O girassol precisa de espaço para brotar
Iluminado é a força para esquivar-se
Céu é o limite para arte de se encontrar

Não adianta procurar um lugar
A felicidade é tão singela
Que pode passar por ela sem enxergar
Soneto: autoria #Andrea_Domingues ©

Todos os direitos autorais reservados 25/08/2020 às 14:00 hrs

Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues

Inserida por AndreaDomingues

⁠DEPRESSÃO

Se alguém pudesse ler o teu olhar
enxergaria uma neblina densa,
ventos, tornados e a tormenta imensa
que o teu sorriso insiste em disfarçar...

Se alguém tivesse o dom de mergulhar
no que tu calas, e a cabeça pensa,
descobriria a correnteza intensa
do mais revolto e perigoso mar!

E, sob o véu desta aparente calma,
veria monstros te assombrando a alma
soprando escuras nuvens do desgosto...

E entenderia todos os momentos
nos quais a chuva dos teus sentimentos
transborda o peito e escorre no teu rosto...

Inserida por gersoncesarsouza