Soneto da Saudade

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⁠DESENCANTO (soneto)

Muitas vezes trovei os amores idos
Chorando o desalento e desventura
No engano, numa lira feroz e impura
De infelicidade, o vazio dos sentidos

E nesses instantes sofridos, convertidos
Cada lágrima escrita era de amargura
Com rimas sem resolução e tão escura
Soando a alma com cânticos gemidos

E se tentava acalmar com justificação
Mais saudoso ficava o árduo coração
Que se enganava querendo encanto

E, sussurrando, num afiado suspiro
Os versos que feriam, tal um tiro
O amor, eclodiam do desencanto

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/07/2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A MORTE DAS VIOLETAS (soneto)

No vaso floreado de variada cor
De suave frescor e delicada trama
Cheias de viço e aveludada rama
Desabrocham as violetas em flor

Pouco estar, e de fugaz esplendor
No seu breve e infortunado drama
Enlanguescida, ela, curva e acama
Tal aos pés da sofrência a fatal dor

E vai perdendo o regalo a violeta
Aos amuos do tempo, ali funesto
Num despojo final, e última reta

E, desbotada e então tombada
Épica, em um derradeiro gesto
Mortal, a violeta se vê imolada

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 de agosto, 2016 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO EM CADÊNCIA
Ela é tão linda que rosas murcham a lua lhe quer imitar,
E o sol sai de trás das nuvens para vê-la e fustiga-la.
Mais parece o nascer do dia do que seu findar.
Talvez a lua não volte para inveja-lá.
Se esse sol desumano insiste em maltratá-la.
Por certo já sabe de sua recompensa.
E para com o seu calor alcança-la.
Dele apagarei a chama densa.
E se as rosas do jardim tiver humildade para aceita-la.
O nascer do dia será uma perfeita aurora.
A minha vontade de potência é ama-la.
Nietzsche: assim falava Zaratustra e o poeta da kabballa
Humilhado, desnudo e uma morte suplantadora.
Melhor seria do que não encontra-la.

Inserida por francisco_allmeida

⁠ “Soneto do Amor Encanto”
Olhos meus, responde me por favor !
Quando a vistes, a primeira vez, e aí ?
Que observação foi feita ao coração ?
Desperta e desfruta essa emoção !
Viste cabelos qual uma cachoeira ?
Sim, reluzente caindo aos ombros !
E seu sorriso encantador, canção ?
Sim, se fez do que vi, afeição !
A segunda vez então, que viste ?
O que te chamou maior atenção ?
Seus olhos atraentes imensidão !
E tu coração, alguma dúvida ?
Não, ela é ar, é da rosa o olor !
Então tríplice deleite, Amor !
Ney Batista
01/01/2021 - correção 01/07/2021

Inserida por batistaney

⁠Sei, há poesia em tudo que vejo
No céu, na terra e nas coisas em que mexo

Existe sempre um soneto nas cidades isso é fato é evidente, está no modo e no contexto

Sou feito de poesias nas minhas células, no meu sangue, no meu andar e nos meus dias

Os meus abraços são de ternura, poesias escrita, corações se junta

O que eu quero, é te fazer entender... Que nessa vida o que importa somente é eu e você;

Inserida por JULIOAUKAY

⁠SONETO Nº 9
a beleza de uma mulher
vai além das medidas
das tonalidades dos cabelos
ou das marquinhas de verão
vai das medidas que ela toma
do tom que dá a sua vida
e marcas que deixa exalando admiração
não está na cor dos olhos
mas na sua maneira de enxergar
não está na aparência,
mas na sua essência
e forma de amar
há quem encontre beleza
em quem se destaque até no desfilar
e há quem encontre
na simples maneira de falar
beleza mesmo é cativar
pela simplicidade de ser de verdade
e ter personalidade
alem da idade que possam dar
e antes que falemos de estatura
tenho pouca estrutura para opinar
sempre digo que beleza
está na altura dos nossos sonhos
e a garra que temos de alcançar
sua presença pode atrair olhares
ou não
mas é quase impossível deixar de notar
mulher é beleza
que amadurece com o tempo
vinho que muitos apreciam
e poucos sabem degustar
e por ser refinado
poucos sabem tomar

Inserida por FelipeAzevedo942

⁠Existe sempre um soneto, para cada tipo de desespero...
Desespero psicológico, quando não se sabe o que fazer com sentimentos imunológicos

Sei bem! Que tua divindade aproxima-me da salvação
Acredito no seu amor que me faz transbordar o coração;

Inserida por JULIOAUKAY

⁠⁠SONETO Nº 5
Algumas Verdades
nem tudo que é lógico
é óbvio
nem tudo que parece
é rótulo

nem tudo que eu quero
eu mostro
nem tudo que é forte
é sólido

nem tudo que é caro
é luxo
nem tudo que eu digo
é tudo

nem tudo que eu procuro
apuro
nem tudo que é lei
é seguro

nem tudo que é base
suporta
nem tudo que é briga
é revolta

nem tudo que é prático
é rápido
nem tudo que é simples
é barato

nem tudo que é feliz
é alegre
nem tudo que é fé
é prece

nem tudo que é unido
é junto
nem tudo que satisfaz
é muito

nem tudo que parte
separa
nem tudo que divide
é metade

nem tudo que falta
é saudade
e nem tudo que eu digo
é verdade

Inserida por FelipeAzevedo942

⁠SONETO Nº7 - ⁠Mais ou Menos

mais ou menos
não enche o copo
não tira o fôlego
não arde nem congela


não morde os lábios
não esquenta a cama
não acende a chama
nem numa vela


é tão de menos
que nem é demais
é tanto faz
que nem faz


é ser metade
por não saber ser inteiro
é ser morno
por não saber queimar direito


não chega
e nem vai embora
fica parado no caminho
tomando teu tempo e se demora


não é herói nem vilão
não faz inverno nem verão
não rende papo
não faz um trato
não diz que sim nem que não


feliz
só por não querer ser triste
sobrevive mais que vive


mais ou menos
a pior coisa que sequer existe

Inserida por FelipeAzevedo942

⁠Soneto do desejo

Às linhas azuis a quem escrevo
desejo uma curta vida de aventuras
desejo o medo de não temer as alturas
desejo o desejo de ser imatura

Desejo que reveja a assinatura
desejo que misture sua loucura
desejo que mate e descubra a cura
desejo que releia as escrituras

Desejo paz a pele escura
desejo vida a quem é pura
desejo fruta que esteja madura

Desejo mais de mais cultura
desejo curvas as esculturas
desejo amor a esta jura

Inserida por Paiva

Soneto nº 4 - ⁠Química

É quando duas almas se reconhecem
dois ímãs se magnetizam
o santo e o beijo bate
e a poesia rima

é quando a pele esquenta
os nervos tentam
as peças encaixam
e dois corpos se inquietam

olhares na mesma direção
entram em ação
palavras se calam
telepatias falam
é quando o sentido dorme
e o sentir levanta
sai para trabalhar a razão
e nos deixa sozinhos com o coração

quando dois átomos se chocam
e duas forças se atraem
a gente sabe que isso é física
mas a gente diz que é química.

Inserida por FelipeAzevedo942

⁠Soneto Vida


O grande mistério da vida
Com toda a docilidade
Uma conduta mais atrevida
Nos oferece a crueldade;

A criança alegria e liberdade,
Juventude um encanto e doçura,
Nos brinda com amargura
A sua tão fragilidade,

Ensina - nos a ser forte,
Entendemos que não é sorte,
A felicidade com trabalho merecido;

Dores aprendemos a suportar.
A velhice o amargo esperar,
Num canto talvez esquecido.

Set/01/10
Missias

Inserida por MIssias

⁠SONETO DESBOTADO

De tiranas nostalgias, sobrevivido
o fado, vou suspirando, e vazado
vou passando ao ocaso passado
dos dias onde o jeito é nascido

O agrado em rasgas dividido
corre da satisfação apressado
pro vazio, palpita compassado
na solidão, em pesar convertido

E, murmurando tão cruelmente
o trovar alvorece no desalento
e um aperto no peito então sente

Oh! má sorte, no amor sedento
Que vive a lastimar no poente
desbotando está o sentimento!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
04/10/2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

Soneto da distância
⁠Quando dois corpos querendo se tocar
E a distancia o fazem separados
Esperam o ansiosos o tempo passar
E acalmar os corações atribulados
A esperança o fazem acreditar
Que ao fechar os olhos serão confortados
Isso os farão relembrar
Que quando ama não esta isolado
Assim, quando a noite chegar
E a solidão não te fazer bem
E no céu só restar o luar
Sei q vai olhar pro céu
E estarei olhando pra lá também
E estaremos unidos por um mesmo véu

Inserida por DiegoAzevedo

⁠SONETO SEM VOLTA

Vai-se mais um talvez pra outra parada
Vai-se um, outro, enfim decaídas cenas
Que dói no peito, na solidão, e apenas
A teimosia para essa pesada derrocada

Cá na quimera, quando a dura nortada
Bafeja, os devaneios em alças plenas
Ruflam a alma em emoções pequenas
No ocaso do horizonte atiçando cilada

Também dos silêncios onde abotoam
Os suspiros, um a um, não perdoam
E choram, lágrimas pelos olhos vais

Na perfídia imatura, ilusões escoltam
Os sonhos, que sempre ao amor voltam
Mas que ao poético não voltam mais...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Outubro de 2020, 20’20’ – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠NATAL EM SONETO

Um menino, e aquela noite festiva
Noite cristã, natalício do Nazareno
Celebrando os dias do Filho, terreno
Mesa posta, a família, ternura viva

E nesse singelo canto doce e ameno
Minha consagração contemplativa
Pura, reza a confiança na fé ativa
Aos pés do presépio, o amor pleno

Presente em soneto, e em gratidão
Louvores dou, Paz e Bem ao irmão
Noite de confraternização, de luz!

E, ainda que se perca, se inquieto
O coração. O crer sustenta o afeto
Feliz Natal! União em Cristo Jesus!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
07/10/2020, 05’55” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠INCERTEZA

Este, o soneto de sensação inquieta
Onde, ri e chora as horas de emoção
Chorado no papel, de um caro poeta
A fiel lembrança de cada uma ilusão

Este, canto de uma tenção completa
Que soa no peito com uma pulsação
De sofreguidão, de uma dor secreta
Cravada no sentimento e no coração

Este, que aqui versa o viver profundo
Lamenta a sorte e no mesmo segundo
De incerteza, rima o versejar tal amador

É para ti ó alma de afeto pendente
E a ti, ó paixão, se existe realmente
Vacila, e nem sabe do meu amor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/10/2020, 18’07” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠À SOMBRA DUM SONETO

Penso no amor e fico, com receio
De ser uma lembrança rejeitada
Dessas que ao sentimento veio
E que na estória foi descartada

E nesta poética largado. Creio
Ser emoção na poesia pousada
E no haver o sentimento alheio
Passa, nas pegadas de ser nada

Choro, desejo, também há medo
De o meu versar tornar obsoleto
Ou me perceber vazio e quedo

Porém, não tenho algum amuleto
Confesso que nem algum segredo
Só espero, à sombra dum soneto!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/10/2020, 05’46” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO LÉS A LÉS

Ainda que não seja, assim, poético
Que falte o olhar, o afago, a beleza
És tu, poetar, ao meu olhar estético
Bem, sem importar com a grandeza

Não temo se me acharem cético
Cada verso tem a minha certeza
Das rimas e do cântico profético
Do amor, a mais pura candideza

Outras vezes soneteio sem preito
Ah, tão em vão, tão sem emoção
Tão fantasiosos e, tão imperfeito

Mas, certo é que na sensação
Tudo se torna o versar estreito
Quando se é ausente de paixão

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/10/2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

Soneto Nº 2

O sol
Pode brilhar muito intensamente
Como brilha intensamente
E pode deixar de aparecer de repente

As vezes, é assim
Os dias são ensolarados
E as luas também
Bem, mas tem dias que nem ele, nem a lua aparecem

Nossa esperança vai morrer por causa disso?
Nós sabemos que eles estão lá
Embora não possamos vê-los

Os dias nublados não são para sempre
Nem as noites sem lua
Independente da fé tua
__

Edson Felix
18/02/2021
Brazil

Inserida por holyevidence